Interpretando Justina de Nos Tempos do Imperador, Cinnara Leal compõe o núcleo principal da trama de Thereza Falcão e Alessandro Marson. A atriz divide a cena com Mariana Ximenes, que faz o papel de Luísa, a Condessa de Barral.
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Abolicionista, Luísa concede a carta de alforria aos negros que trabalhavam em sua fazenda, passando de escravos para assalariados. Cinnara é um deles, mas que tem com a patroa uma relação muito mais próxima. Ela é quase braço direito da Condessa. “É uma troca linda de respeito e admiração que Justina e Luísa têm uma pela outra. Juntas, elas se tornam uma potência”, diz a atriz em entrevista ao jornal Extra.
Na época em que foi escravizada pelo coronel Ambrósio (Roberto Bomfim), morto logo no primeiro episódio, Justina adquiriu cicatrizes em seu rosto. Cinnara explica que o processo para fazer as marcas não é simples. “Para fazê-las, a equipe leva 30 minutos, e o resultado é arrepiante”, revela a artista.
Segundo Cinnara, sua personagem terá um papel importante na questão de fortalecimento do povo negro na história: “Ela tem o sonho de libertar outros negros e ensinar seu povo a ler e a escrever. A educação salva, e Justina quer passar tudo o que ela aprendeu com a patroa para os seus”, declara ela, referindo-se ao fato de Luísa ser professora e ter a postura de proteger os negros.
Sobre a importante carta de alforria, Cinnara lembra que muitas vezes, à época, ela não tinha valor. “Ter a carta era importante, mas muitos que conquistavam sua alforria não tinham para onde ir. A política de não inserção dos negros no mercado de trabalho se mantém até hoje. Por isso, a extrema importância dessa novela, de nos questionar e mostrar o quanto não evoluímos. E pior: reproduzimos modelos antigos de desvalorização e exclusão do negro”, conclui.
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