Concorrentes ameaçam sociedade de Silvio Santos e Edir Macedo

Publicado em 09/09/2015

Silvio Santos propôs ao Edir Macedo uma sociedade, juntos SBT, Record e mais a RedeTV! formariam uma joint venture que teria a missão de negociar em conjunto o sinal das emissoras nas operadoras de tv por assinatura. A criação dessa parceria não agradou as empresas rivais e elas já estão correndo atrás para impedirem a união.

Pela nova legislação brasileira (lei 11.485/2011), as emissoras abertas podem negociar seus sinais digitais com as operadoras, a cessão do sinal analógico continua gratuita, mas um dia ele deixará de existir. Sem acordo com as operadoras, as redes abertas podem proibi-las de carregar seus sinais.

Vale lembrar que os canais da tv aberta, Globo, Record, SBT, Band e RedeTV! formam a maior audiência também na tv paga. Sem o sinal dessas emissoras, ou parte delas, as tvs por assinatura teriam uma grande diminuição de público.

Segundo o site Notícias da TV, Net, Sky e Telefônica estraram com ação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), questionando a criação dessa fusão entre SBT, Record e RedeTV!. Eles alegam que a união traria enormes prejuízos e argumentam que ela poderá levar à “ocorrência de condutas abusivas” e “anticompetitivas” e encarecerá a TV paga ao consumidor.

A Net e a Claro não chegam a estimar quanto seria essa perda. Mas a Telefônica e a GVT, que estão em processo de fusão, arriscam uma projeção. A partir da soma da audiência das três emissoras entre os assinantes de cabo e TV via satélite, a Telefônica estima que há o risco de perda de 1,456 milhão assinantes, o que seria uma catástrofe, uma vez que, juntas, Telefônica e GVT possuem pouco mais do que isso de clientes: 1,805 milhão.

Em ofício ao Cade, Telefônica e GVT argumentam que SBT, Record e RedeTV! “representam um insumo muito importante para a manutenção da competitividade de seus serviços” e que a união das três redes pode levar à “ocorrência de condutas abusivas ou anticompetitivas”. A TV paga “ficaria refém” de Silvio Santos, Edir Macedo e Amilcare Dalevo.

Principal entidade do setor de TV paga, a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) apresentou ao Cade um estudo de 30 páginas em que, em suma, defende que a união das três redes para negociar seus sinais “elevarão as barreiras à entrada de novos assinantes”. Ou seja, a TV paga ficará mais cara, impedindo o acesso das classes menos favorecidas.

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