Comunidade LGBTQIA+ conta sobre a luta por espaço no trabalho, na música e no esporte no Profissão Repórter

Publicado em 02/08/2017

A cada dez funcionários LGBTQIA+, seis dizem esconder sua sexualidade para colegas e gestores de trabalho. Esse é o resultado divulgado no ano passado pelo Center for Talent Innovation, uma ONG norte-americana voltada para questões nos ambientes de trabalho, que ouviu milhares de pessoas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Apesar de 75% das empresas terem políticas que proíbem discriminação por identidade de gênero e orientação sexual, os ataques homofóbicos nesses ambientes ainda são comuns: piadas, xingamentos e tratamento diferenciado são alguns dos fatores que contribuem para que muitos brasileiros não se assumam no expediente. O ‘Profissão Repórter’ desta quarta-feira, dia 2, acompanha a luta da população LGBTQIA+ por respeito e espaço no ambiente de trabalho, além do esporte e da música.

Para investigar a aceitação dos funcionários homossexuais no mundo corporativo, a repórter Danielle Zampollo visita um escritório de investimentos, campo de trabalho popularmente conhecido como conservador, e conversa com a alta diretoria sobre o tema. A reportagem conhece, ainda, o único trabalhador assumidamente gay do espaço, que leva a repórter para um happy hour corporativo semanal formado por mais de 100 executivos LGBTQIA+. Segundo Danielle, poucos concordaram em aparecer com medo do preconceito nos escritórios. A reportagem acompanha também a história de um funcionário da área da advocacia que gravou os ataques homofóbicos do chefe para denunciá-lo. “Ele trabalhava no escritório há mais de um ano e captou alguns áudios em que o chefe dizia: ‘se não gostasse tanto de homem, você seria melhor’”, conta a repórter. “Ele pediu demissão, procurou a justiça e instaurou um inquérito contra o antigo chefe. Eu achei muito corajoso. A gente resolveu preservar sua identidade, mas contar essa história é mostrar que isso não está correto e as pessoas devem sim procurar a justiça”, diz.

A edição mostra também a carreira e a luta de Rico Dalasam, o primeiro rapper assumidamente gay do Brasil. A repórter Monique Evelle encontra-se com o cantor em São Paulo para entender como ele se desponta como representante do movimento “queer rap”, cenário marcado pela aceitação da sexualidade e pelo desafio ao preconceito. “Nos bastidores, comecei a compreender que não é tão simples esse cenário de luta. Por mais que você saiba que o mundo é homofóbico, quando você vê de perto, é diferente”, declara Monique. “Consigo entender como as pessoas se identificam com a história do Rico, porque as histórias se repetem. Mesmo conversando com ele e compreendendo, ainda não consegui enxergar uma solução palpável”, completa.

Se para alguns o campo de futebol é um espaço majoritariamente homofóbico, para os times “Unicorns Futebol Clube” e “Bulls” é um lugar de resistência e orgulho LGBTQIA+ Os fundadores contam ao ‘Profissão Repórter’ que nunca conseguiram jogar futebol por causa da orientação sexual, e por isso criaram equipes exclusivamente gays. O time “Unicorns” foi o primeiro a nascer. Dois anos depois, já tem vinte jogadores. O repórter Caco Barcellos acompanha alguns dos jogos e mostra quais são os desafios dos membros no cenário esportivo.

O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar às quartas-feiras, depois do futebol.

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