Exposição

Como os participantes são usados para garantir o sucesso do BBB

Reality Show surgiu em 1999, na Holanda

Publicado em 10/03/2021

Sucesso entre o público, o BBB 21 foi pensado para impulsionar comportamentos e mexer com a mente dos participantes. As festas, com bebidas alcoólicas, oferecem a oportunidade de se exporem além do normal.

As provas relembram que trata-se de uma competição e mantém a rivalidade acesa. “Em situações de estresse, o nosso organismo se prepara para dois modos: lutar ou fugir”, diz Cláudia Oshiro, professora de psicologia da USP, em matéria do jornalista Rafael Battaglia, publicada pelo portal Super Interessante.

Os produtores criam estratégias para tirar todos de sua zona de conforto. Por lá, não há escapatória e tudo pode virar pauta para briga. “Existe a crença de que, em uma situação de grande pressão, as ‘máscaras vão cair’, e o sujeito vai revelar quem realmente é”, diz Bruno Campanella, professor de comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O formato do reality show começou a ser desenhado em 1973, ano em que estreou An American Family na emissora pública dos EUA. Sucesso de audiência, retratava o dia a dia de uma família classe média e seus dilemas, como o divorcio e a homossexualidade.

Em 1992, a MTV criou o The Real World, programa que acompanhou por seis meses a vida de jovens vivendo juntos. A popularização deste tipo de entretenimento chegou no final dos anos 1990, com a chegada do Survivor, no qual os participantes tinham que se virar no mato e lidar com a eliminação, e o Big Brother, lançado na Holanda em 1999.

O BBB foi criado pela Endemol, inspirado no 1984, do inglês George Orwell, que mostra uma sociedade supervisionada pelo governo, até mesmo dentro de casa. A edição de estreia trouxe 9 pessoas confinadas e foi um sucesso de audiência entre os holandeses. O formato logo foi oferecido no Brasil e, após recusa de Silvio Santos, foi adquirido pela Globo.

Bruno defende que o sucesso está associado a narrativa com heróis e e vilões , com muita carga emocional e a possibilidade de comentar em tempo real na internet. A edição passada foi composta por artistas e influenciadores e seus milhões de seguidores no Instagram impulsionaram a audiência.

O diferencial brasileiro foi o investimento pesado da maior emissora do país, transmitindo-o em seu horário nobre, o que garantiu o sucesso do formato. “Muita gente questiona sua qualidade, mas, ao mesmo tempo, ele continua como um dos assuntos mais comentados do País, inclusive durante a pandemia”, conclui Campanella.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade