Cineasta Cacá Diegues aborda relação entre cinema e literatura no Trilha de Letras

Publicado em 31/01/2019

A conexão entre o cinema e a literatura inspira a entrevista do diretor Cacá Diegues no Trilha de Letras. Apresentado por Raphael Montes, o programa começa às 18h30, na próxima sexta-feira (01), na TV Brasil.

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Com mais de 56 anos de carreira e 37 produções em sua filmografia, o cineasta também tem nove livros publicados. A adaptação das obras de um formato para o outro é lembrada pelo convidado.

O roteiro de um filme pode ser encaixado como um estilo de literatura“, afirma Carlos José Fontes Diegues. Expoente do Cinema Novo, o diretor afirma que o cinema brasileiro hoje “é completo”.

No bate-papo exclusivo, ele comenta o seu mais novo livro, a coletânea de artigos Todo domingo (2017). Ainda fala sobre o seu mais recente longa, O Grande Circo Místico (2018), obra inspirada no poema homônimo de Jorge Lima. A produção demorou 11 anos para ser concluída. “O filme se passa durante um século“, conta.

Durante a conversa na atração literária da emissora pública, Cacá Diegues também aborda o boom das séries para televisão e para os canais destreaming. “Acho que tudo que é novo é bom. Essas séries de televisão são filhas do cinema”, resume o cineasta.

Essa edição do programa Trilha de Letras ainda conta com a participação do crítico de cinema Rodrigo Fonseca. Ele aprofunda a forma como o cinema brasileiro se utiliza da literatura nacional. “Desde a gênese do cinema brasileiro que nós fazemos adaptações”, diz Fonseca.

O cineasta Cacá Diegues também lembra que o único livro que adaptou para a telona de cinema foi: Tieta do Agreste, de Jorge Amado.

Carreira e filmografia

Crítico refinado e cineasta reconhecido, Cacá Diegues conseguiu fazer o público enxergar com mais clareza a realidade brasileira através de suas lentes. Considerado um dos fundadores do Cinema Novo, o diretor é premiado no país e também tem reconhecimentos no exterior.

Com dezenas de longas em sua vasta filmografia, Cacá é diretor de produções elogiadas como: Bye Bye Brasil (1979); Tieta do Agreste (1996); Orfeu (1999); Deus é brasileiro (2003) e O Maior Amor do Mundo (2006).

Em agosto de 2018, o cineasta foi eleito o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras, na cadeira de nº 7. O assento já foi ocupado pelo escritor Euclides da Cunha e por um dos fundadores da casa, o jornalista Valentim Magalhães. A vaga estava aberta desde a morte do também diretor de cinema Nelson Pereira dos Santos, em abril de 2018.

Cacá Diegues publicou alguns livros em sua trajetória, nem sempre relacionados cinema, a partir de Ideias e Imagens (1988). As obras mais recentes do autor são: Vida de Cinema (2014), com mais de 600 páginas sobre o Cinema Novo; e Todo Domingo (2017), uma coletânea de seus textos publicados semanalmente em jornais.

O recente filme O Grande Circo Místico coroa uma carreira repleta de obras importantes para a sétima arte nacional. Com entusiasmo, Cacá Diegues segue em atividade no cinema brasileiro aos 78 anos.

 Sobre o Trilha de Letras

O programa é dirigido pela jornalista Emília Ferraz e apresentado pelo escritor Raphael Montes. Sua exibição integra a programação de férias da TV Brasil de segunda a sexta-feira, às 18h30. Também está na janela do canal público às segundas, logo cedo, às 5h30.

A atração literária também pode ser acompanhada nas ondas do rádio toda terça-feira, às 23h, na Rádio MEC AM Rio 800kHz. E aos domingos, na mesma emissora, às 12h30. A produção ainda é transmitida pela Rádio MEC FM Rio 99,3 MHz e pela Rádio MEC AM Brasília 800kHz às terças, às 23h.

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