Chacrinha, o Eterno Guerreiro celebra o centenário de Abelardo Barbosa

Publicado em 06/09/2017

Ó Terezinha, Ó, Terezinha. Está de volta o Cassino do Chacrinha em uma viagem ao universo do Velho Guerreiro que promete emocionar o público e celebrar o centenário de um dos maiores comunicadores do Brasil. Com direito a buzina, abacaxi, jurados e grandes atrações musicais, o especial Chacrinha, O Eterno Guerreiro, uma parceria entre a Globo e o VIVA, reverencia Abelardo Barbosa, que continua com tudo e não está prosa. Misturando elementos antigos com a tecnologia atual, o especial faz alusão ao programa de auditório que marcou gerações e ainda hoje é referência na memória afetiva de milhares de brasileiros. Liderado pelo ator Stepan Nercessian na pele de Chacrinha, o programa ganhou uma roupagem contemporânea e foi gravado nos Estúdios Globo, em maio deste ano.

Com direção artística de Rafael Dragaud e direção-geral de Daniela Gleiser, o especial celebra a atmosfera do inesquecível Cassino do Chacrinha, que foi ao ar na Globo entre os anos de 1982 e 1988. “É um Chacrinha de todos os tempos, que atravessa gerações e resgata a memória afetiva do público”, define Rafael Dragaud. “A ideia foi fazer uma reverência ao artista, com um cenário inspirado no programa da década de 80, mas modernizado. Temos convidados que fizeram a história do programa, mas também grandes nomes da música atual, que certamente passariam pela atração se fosse exibida hoje”, explica Daniela Gleiser.

A exibição na Globo está prevista para o dia 6 de setembro, após A Força do Querer, e o especial fica disponível para assinantes pelo Globo Play, a partir do dia 1º de setembro. Também pela plataforma, o público já pode ver Stepan Nercessian no Replay 10, onde o ator relembra as características mais marcantes do Velho Guerreiro. O show de calouros, os bordões, as chacretes e os figurinos são algumas das marcas registradas do comunicador resgatadas por Stepan. O especial foi exibido pelo VIVA no último sábado, dia 26.

Buzinaço do Chacrinha e o troféu abacaxi

As atrações musicais escolhidas para o especial transitam por diferentes décadas. Em um clima de encontro de gerações, ícones como Sidney Magal, Fábio Júnior, Ney Matogrosso, Banda Blitz, Luan Santana, Alcione, Ivete Sangalo, Anitta, Marília Mendonça, Luiz Caldas, e o rei, Roberto Carlos, se apresentam no programa. Os que puderam desfrutar da companhia do Velho Guerreiro aproveitam ainda o momento para contar histórias e curiosidades do passado.

O corpo de jurados, uma das marcas do Cassino do Chacrinha, é composto por alguns dos principais comunicadores da atualidade. Entre eles, Luciano Huck, Angélica, Tiago Leifert, Ana Maria Braga, André Marques, Gloria Maria, Fernanda Lima e Regina Casé. Na homenagem não poderiam ficar de fora, ainda, as brincadeiras com o grupo e alguns quadros marcantes, como o cantor mascarado, interpretado por Luan Santana, e a entrevista com o artista, realizada com Anitta. Durante a apresentação, berinjelas, jacas, mandiocas, bacalhaus e até camisinhas são distribuídos ao público, sempre no estilo bem humorado, irreverente e tropicalista, características marcantes do apresentador.

E, para tornar o momento ainda mais emblemático, um concurso de imitadores de Chacrinha diverte a plateia com nomes consagrados do humor nacional. Concorrem ao título de “Melhor Chacrinha de todos os tempos” os humoristas Marcelo Adnet, Tom Cavalcante, Welder Rodrigues, Otaviano Costa e Marcius Melhem. No palco, cada um faz seu improviso para ser avaliado pelos jurados. Otaviano Costa é o Chacrinha marinheiro; Welder Rodrigues, a noiva; Tom Cavalcante é a versão Rapunzel transformada em abacaxi; e Adnet encarna o “Chacrinha Napoleão”. As fantasias são inspiradas nos diversos figurinos que Chacrinha usou ao longo de seus programas.

Cenário modernizado, sem perder as referências do passado

Em um palco moderno e tecnológico, sem perder as referências do passado, as chacretes, os jurados e a tradicional plateia com suas caravanas ajudam a contar essa história e a resgatar o ambiente do programa de auditório. Mario Monteiro, que completa 50 anos como cenógrafo da Globo neste ano, foi o nome escolhido para atualizar a atração. “O cenário, embora seja datado de 1982, foi atualizado como se fosse um Chacrinha atual. Para isso, acrescentamos efeitos especiais de luz e projeções em LEDs mantendo, porém, a essência do programa”, destaca ele, emocionado por reproduzir o cenário de 1982, de autoria de seu irmão, já falecido.

Os tubos de metal foram mantidos, e sete telões de LED, com 200 metros quadrados de painéis, foram instalados para alternar diversas imagens e videografismos, que, junto aos canhões de luz, ajudam a modernizar o ambiente, criando um clima de show, onde o público também tem papel importante. Formada por 400 pessoas, a plateia é composta, em sua grande maioria, por caravanas e fã-clubes, assim como acontecia no Cassino.

Cartola, casaca e gravata

Assim como no teatro, em que interpretou Chacrinha, o musical, Stepan Nercessian incorporou o personagem, levando para o especial os trejeitos, brincadeiras e toda a desenvoltura do artista. A famosa buzina integrou o figurino, assim como a casaca vermelha, a gravata borboleta verde bordada em paetê, a cartola, o colete e o mocassim dourado. “É sempre um momento mágico. Vestir-me de Chacrinha é como se fosse partir para uma viagem de sonhos e aventuras”, revela Stepan.

O figurino foi criado por Claudia Kopke, que também participou do musical no teatro e reproduziu um dos mais marcantes trajes do Chacrinha. “Fiz muita pesquisa, olhando arquivos, acervos, lendo muito. Mas o apresentador era muito mais do que um fraque e paetê”, ressalta. Não à toa, os humoristas que participam do Show de Calouros se vestem com fantasias baseadas nos muitos personagens que Chacrinha usava, como a noiva, o palhaço e o Napoleão, entre outros. “Ele não usava sempre a mesma roupa. Por isso, o figurino escolhido para os calouros é diversificado”, revela Claudia.

Personagens imprescindíveis, as 15 chacretes levam para o palco a essência das antigas musas, mas com coreografias contemporâneas, assinadas por Junior Scapin. Para o figurino das dançarinas, foram confeccionados maiôs dourados com detalhes em preto, todos em paetê, além de botas acima do joelho.

Já para as roupas dos jurados, a referência é o traje de gala com muito brilho, mas sem perder a originalidade. Os homens vestem smoking preto ou prata repleto de paetês, gola em cristais e estrelas bordadas. Nos trajes das mulheres, destacam-se os arranjos de cabeça elaborados de acordo com cada figurino.

Roda, roda, roda e avisa…. 1 minuto para o comercial

Ao final de cada bloco de Chacrinha, o Eterno Guerreiro grandes nomes da programação da Globo, como Faustão, Serginho Groisman e Pedro Bial, também prestam sua homenagem com depoimentos e histórias do passado que fazem parte da trajetória de Abelardo Barbosa e fizeram do comunicador uma referência da televisão brasileira. Faustão ressalta a vitalidade de Chacrinha e relembra a época em que o Velho Guerreiro ia ao seu programa de rádio. Pedro Bial exalta a verdade nas palavras de Chacrinha e Serginho Groisman revela que se inspirou no apresentador e se orgulha de ter tido a oportunidade de cobrir os bastidores do programa dele.

Chacrinha pelos jurados

“Ele era muito autêntico. Transmitia verdades por bordões. Sempre sonhei em ter a facilidade que ele tinha em falar com as pessoas.”
Ana Maria Braga

“Ele humanizava tudo. Sempre fui fã. Ele era um bonachão, um grande condutor. Para ele, todo mundo era igual, divertia a todos. Se eu pudesse fazer um pedido, queria ter apenas 10% da tranquilidade e o jeito que ele tinha de conduzir a plateia. ”
André Marques

“Eu comecei a minha vida profissional no Chacrinha, aos quatro anos de idade, quando participei pela primeira vez de um concurso infantil. E tudo começou lá. Já como apresentadora, o que eu mais queria era ir ao programa dele e agradecer por tudo, mas eu não pude, pois ele faleceu. Estar no especial é como se eu pudesse realizar esse sonho, de ir lá e cantar pra ele”.
Angélica

“Tanto o Amor & Sexo quanto todos os programas que se propõem a ter bancadas e um auditório têm o Chacrinha como grande referência. Pelo menos pra mim, desde sempre, foi assim. Foi um comunicador que falava com todas as idades. A forma como acontecia o programa dele, onde tudo parecia uma bagunça, era muito legal.”
Fernanda Lima

“Chacrinha é vida, rebeldia, liberdade, alegria e anarquia. Eu tenho um lado Chacrinha de ser dentro do jornalismo. Chacrinha é eterno. Ele sempre será o Velho Guerreiro. ”
Glória Maria

“Acho que foi o primeiro programa com que eu me relacionei de verdade. Lembro de assistir todos os sábados na casa da minha avó. E, por uma coincidência do destino, anos depois, eu passei a ocupar o mesmo horário do Cassino do Chacrinha, com um programa aos sábados, na Globo. O que eu mais admirava nele era o jeito leve com que ele tratava tanto o público ou a maior celebridade do Brasil”.
Luciano Huck

“Chacrinha quebrou todas as regras. O auditório dele era o mais quente. Era como se as pessoas fossem a uma festa, e, de casa, você conseguia se sentir ali, presente. Era um programa pra ‘geral’, muito popular e feito para o povão. Eu fui a vários. Era o programa que eu mais gostava. Tudo o que eu fizer, com certeza terá um pouco de Chacrinha.”
Regina Casé

“Eu sou uma criança dos anos 80, e a minha mãe era louca pelo programa do Chacrinha. Ela me botava pra assistir desde muito pequeno. O que me marcou foi o caos, o programa nascia do caos, nascia da espontaneidade, e a espontaneidade é algo de que eu gosto muito!”
Tiago Leifert

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