Competição

Canais de notícias da TV paga mantêm apostas no sinal aberto

Em meio à disputa por notícias exclusivas, redes preferem alcançar grande audiência

Publicado em 01/04/2020

Os canais de notícias da televisão paga seguem entregando seu sinal de graça para milhões de assinantes no Brasil e no exterior. Com o agravamento da crise sanitária, causada pelo novo coronavírus, GloboNews, CNN Brasil e BandNews TV ainda disponibilizam, em seus respectivos sites, a transmissão original para o sistema de assinaturas todos os seus telejornais.

O recurso de liberar o sinal é comum em muitas partes do mundo, quando há um grande acontecimento, como os canais europeus, em coberturas de atentados terroristas, por exemplo. As redes ficam intensamente cobrindo cada detalhe sobre o fato, o famoso breaking news, instituído pela CNN americana em todo o planeta.

Mas, aqui, no Brasil, alguns ingredientes chamam a atenção para o cenário atual. Quando abriu o sinal, em 15 de março, a GloboNews colocou um aviso de que a gratuidade estaria disponível por apenas duas semanas, e enfatizou que a razão para isso era de fato a cobertura da pandemia do covid-19. O prazo teria terminado no final de março, portanto.

César Tralli no GloboNews (Reprodução / Twitter)
César Tralli no GloboNews (Reprodução / Twitter)

Neste mesmo dia 15, estreou na televisão brasileira a versão nacional da CNN, que – sem aviso prévio – decidiu abrir seu sinal, não somente em seu site, mas, também, no Youtube. O canal mantém um comunicado na sua plataforma online de notícias que o sinal está liberado por tempo limitado.

“Esta é uma degustação por tempo limitado do sinal da TV por assinatura da CNN Brasil. Assista acima ao vivo à programação da CNN Brasil das 6:00 às 23:00, de segunda a sexta. Ou tenha acesso à programação completa, por 24 horas, por meio da TV por assinatura. Procure sua operadora local. Válido apenas em território brasileiro”, diz.

Mas até agora, assim como a GloboNews, não se falou em prazo para fechá-lo. A BandNews TV seguiu o embalo de toda a televisão paga, que optou por liberar boa parte de seus canais, enquanto milhões de brasileiros se isolam em suas casas. Em geral, as operadoras abre o sinal de canais para degustação por uma ou duas semanas.

Cassius Zeilmann e Elisa Veeck, no Breaking News Coronavírus, plantão da CNN Brasil
Cassius Zeilmann e Elisa Veeck, no Breaking News Coronavírus, plantão da CNN Brasil (Reprodução)

Mas o fato é que, entre os canais de notícias, o que fechar seu sinal primeiro corre sério risco de perder audiência e relevância. A cobertura dos impactos do novo coronavírus é, realmente, uma razão suficientemente justa para manter o sinal aberto e não faz sentido interromper o acesso à cobertura ampla das redes segmentadas.

Mas, é importante dizer, a competição para alcançar mais e mais telespectadores é parte importante no processo de se afirmar como referência na cobertura dos grandes fatos. Nunca se viu uma briga tão atraente na TV paga. A GloboNews quer se manter líder e a CNN Brasil quer mostrar, no mínimo, que não é mais uma Record News.

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