Reconhecimento

Câmera Record vence Prêmio República de jornalismo

A atração foi premiada pela reportagem A Escravidão no Século XXI

Publicado em 31/07/2020

O Câmera Record conquistou nesta semana o Prêmio República, promovido pela Associação Nacional do Procuradores da República, na categoria Jornalismo/Televisão. Com a reportagem “A Escravidão no Século XXI”, sobre exploração de trabalhadores em plantações de cacau, o programa venceu a disputa pelo terceiro ano consecutivo, algo inédito nos oito anos da premiação.

A Record TV concorria ainda com outro especial do próprio Câmera Record, “Brumadinho – Revelações de um Crime”, também selecionado dentre os três finalistas da premiação na categoria Televisão.

Para produzir “A Escravidão no Século XXI”, um documentário sobre o cenário de extrema pobreza que envolve uma das grandes riquezas brasileiras, foram necessários quatro meses de investigações, realizada em três estados. A equipe também teve acesso a documentos obtidos com exclusividade pela Lei de Acesso à Informação.

Além do material que foi ao ar na televisão, a equipe do Câmera Record desenvolveu, em parceria com o R7.com, um projeto no R7 Estúdio, com material inédito, bastidores da reportagem, podcast e infográficos exclusivos.

Fazem parte da equipe premiada os jornalistas Marcus Reis, Adriana Farias, Gilson Fredy, Marcelo Magalhães, Rafael Gomide, Mateus Munin, Renata Garofano, Gustavo Costa e Pablo Toledo. E ainda, Caio Laronga, Diego Molina, Rafael Ramos e Renan Larangeira, sob a direção de Aline Sordili, Clóvis Rabelo, Rogerio Gallo e Thiago Contreira e a vice-presidência de Jornalismo de Antonio Guerreiro.

Sobre a reportagem

Exibida em 29 de setembro de 2019, “A Escravidão no Século XXI” apresenta um panorama sobre o trabalho infantil e análogo à escravidão nas plantações que sustentam o setor bilionário do cacau.

Com quatro meses de investigação em três estados e documentos obtidos com exclusividade pela Lei de Acesso à Informação, o documentário revela o cenário de extrema pobreza que envolve uma das grandes riquezas brasileiras.

Em fazendas às margens da rodovia Transamazônica e na chamada Costa do Cacau, a equipe encontra um rastro de pobreza e desigualdade na origem de um setor que movimenta mais de US$ 110 bilhões de dólares.

Em Uruçuca, na Bahia, lavradores vivem em casas sem água, luz e banheiro. No Brasil que flerta com a escravidão em pleno século XXI, tudo parece estacionado no tempo. Mateus, que trabalha no cacau há 12 anos, não tem ideia de como é um cinema. “Rapaz… Eu não sei como é, não”, revela, envergonhado, ao repórter.

Em Medicilândia, no Pará, considerada a capital brasileira do cacau, duas em cada três famílias vivem com até meio salário mínimo.

O programa apresenta flagrantes surpreendentes de trabalho infantil durante fiscalizações surpresa do Ministério Público do Trabalho. E as ainda mais surpreendentes justificativas dos fazendeiros, como Raimundo ‘Nó Cego’. “(Criança trabalhar) não é exploração!”, esbraveja. “Outra mentira muito grande dizer que o garoto que trabalha não vai estudar porque está cansado. Mentira isso!”.

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