Câmera Record investiga a antiga política de isolamento de doentes com hanseníase adotada no Brasil

Publicado em 14/09/2016

O Câmera Record desta quinta-feira (15), às 23h, é o resultado de cinco meses de investigação. Os repórteres revelam segredos de uma das páginas mais terríveis da história recente do País. Entre 1940 e 1975, com a promessa de acabar com a lepra, doença hoje chamada de hanseníase, o governo brasileiro decidiu isolar os doentes, o que os especialistas chamam hoje de verdadeiros campos de concentração, onde eles foram submetidos a experimentos médicos, humilhação e tortura.

Cartas escritas pelos pacientes, endereçadas às famílias e às autoridades, guardadas no Arquivo Nacional, descrevem a brutalidade que eles sofreram nos asilos-colônia durante mais de 50 anos.

Muitos dos que sobreviveram aos horrores do tratamento sequer têm notícias da família e até hoje vivem afastados da sociedade. “Eu não vou falar pra você que eu sou um filho separado tranquilo. não sou, não. Eu tenho uma revolta. Só que eu não sou agressivo, não maltrato ninguém. Mas tá aqui dentro. Tá aqui dentro”, diz Milton, que não conheceu o pai, viu a mãe pouquíssimas vezes e virou morador de rua.

Teresa, Marisa e Elza também não conheceram os pais, que morreram no hospital-colônia. Essas três mulheres só descobriram que eram irmãs há pouco tempo. Sessenta anos depois, elas estão prestes a viver um momento mais do que especial: encontrar o irmão mais velho.

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