Assim como o Edevaldo de Topíssima, que também atende por Pierre, relembre personagens de vida dupla das novelas

Publicado em 12/08/2019

Na novela Topíssima, da Record TV, Eri Johnson interpreta Edevaldo. Investigador de polícia, ele se faz passar por personal stylist, atendendo por Pierre, para se inteirar da vida da milionária Sophia (Camila Rodrigues). A jovem é suspeita de estar por trás de um grande esquema de produção e tráfico de entorpecentes que tem feito uma série de vítimas, entre consumidores e pessoas ligadas a eles. Os modos afeminados de Pierre e o jogo de cintura necessário a Edevaldo para lidar com o ciúme da esposa, Inês (Suzana Alves), rendem momentos de humor à trama. Vamos recordar outros personagens de vida dupla das novelas. Os exemplos são inúmeros, pelos mais variados motivos.

Simone, de Selva de Pedra

https://www.youtube.com/watch?v=2ZHdFdQaHlY

Exibido em 1972, o clássico de Janete Clair registrou um dos casos mais famosos de personagens de vida dupla das novelas. Regina Duarte interpretou Simone Marques, jovem artista plástica que acredita ser vítima de um plano do marido Cristiano Vilhena (Francisco Cuoco) para matá-la. Realmente, ele chegou a ser convencido disso por Miro (Carlos Vereza), a fim de tornar-se livre para um vantajoso casamento com Fernanda (Dina Sfat). No entanto, não teve coragem de levar o plano adiante. Tampouco se casou com Fernanda posteriormente, ao acreditar-se viúvo. A saber, Simone sofreu um acidente automobilístico, no qual foi dada como morta. Só que ela sobreviveu e reapareceu sob nova identidade: Rosana Reis, uma gêmea de Simone. E passou a fazer parte da vida de Cristiano novamente, bem como aproximou-se de Fernanda.

Na segunda versão, produzida em 1986 e que será reprisada pelo Canal Viva a partir do próximo dia 22, Fernanda Torres foi Simone/Rosana. Só para ilustrar, Tony Ramos deu vida a Cristiano, Christiane Torloni viveu Fernanda e Miguel Falabella encarnou Miro. Além disso, em A Lei do Amor (2016/17) os autores fizeram uma citação ao caso, através da trama que envolvia Isabela/Marina (Alice Wegmann) e Thiago (Humberto Carrão).

A Gata Comeu: três exemplos entre os personagens de vida dupla das novelas

Nessa novela de Ivani Ribeiro exibida às 18h em 1985, havia três dos personagens de vida dupla das novelas. Braguinha (Élcio Romar) era funcionário da empresa de Horácio Penteado (Mauro Mendonça). Correto, trabalhador, responsável, ele foi encarado por Gustavo (Cláudio Corrêa e Castro), amigo do chefe, como um bom partido para sua filha Babi (Mayara Magri). Quem sabe ele não faria com que a moça se desinteressasse de Tito (Jayme Periard)? E bem que Braguinha se interessou por Babi. No entanto, ela já o conhecia, só que por seu prenome, Zé Mário. E lia para ele, acreditando lidar com um cego.

Outro exemplo é Seu Oscar (Luís Carlos Arutin). Já de certa idade, ele há anos fingia estar doente e debilitado para escapar ao trabalho. A esposa Conceição (Dirce Migliaccio) era quem dava conta das despesas, com a ajuda da filha Ivete (Nina de Pádua) e do sobrinho Edson (José Mayer). Todavia, bastava Conceição se ausentar para que Oscar paquerasse as moças pela praia e pelo bairro, esbanjando vitalidade e lábia. Já o terceiro mentiroso da história era Vitório (Laerte Morrone). Garçom numa pizzaria, ele fingiu ser o Conde de Parma durante uma viagem, a pedido do amigo Tony (Roberto Pirillo). Só que a viagem acabou durando muito mais do que o esperado, e os elos entre os viajantes se tornaram muito fortes. Logo, Vitório teve de sustentar por muito tempo a farsa da nobreza. Jô (Christiane Torloni) foi a primeira que descobriu a mentira, ao flagrá-lo na pizzaria.

Anteriormente, em A Barba Azul (1974/75), versão original da história exibida pela Rede Tupi, Paulo Figueiredo foi Zé Mário e Yvan Mesquita viveu Oscar. Ademais, Edney Giovenazzi interpretou Vitório.

Batista, de O Cravo e a Rosa

Cartaz do Viva às 23h, O Cravo e a Rosa oferece para nossa lista o banqueiro Batista (Luís Melo). Ou o caixeiro-viajante Manuel, como quiserem. Walcyr Carrasco e Mário Teixeira criaram para o personagem uma vida dupla motivada pela personalidade da filha mais velha, Catarina (Adriana Esteves). E também pela moral da época em que a história se passava (década de 1920). Catarina foi muito marcada pela falta da mãe, falecida quando ela era ainda menina. Isso fez com que ela não suportasse os homens nem a ideia de se casar, bem como não admitia que o pai voltasse a contrair núpcias. No entanto, Batista se apaixonou pela lavadeira Joana (Tássia Camargo) e teve com ela dois filhos, Jorge (João Capelli) e Fátima (Thaís Müller). Em 10 anos de relacionamento, ele conseguiu esconder sua condição de banqueiro e a verdadeira identidade.

Dagmar, de As Filhas da Mãe

Silvio de Abreu criou para As Filhas da Mãe (2001) um dos personagens de vida dupla das novelas. Dagmar (Cláudia Jimenez) vendia doces no bingo de Manolo (Tony Ramos), e passou a fazer pequenos shows no local. Sonhava acordada com seu príncipe encantado, o famoso modelo Ricardo Brandão (Reynaldo Gianecchini). Até o dia em que surge a oportunidade de trabalhar com ele, caso passe em testes para uma sitcom que Ricardo protagonizará. Só que o papel é masculino, e sem titubear Dagmar “se torna homem”. Ela acaba conquistando o amor de Ricardo, embora de início ele tenha conflitos por se considerar gay ao reconhecer a atração por Dagmar, que ele acredita ser homem…

Flora, de A Favorita

https://www.youtube.com/watch?v=NHjOjlfclc8

João Emanuel Carneiro estreou como autor das 21h em 2008 com A Favorita. Cerca de dois meses após a estreia, a vilania de Flora (Patrícia Pillar) ficou clara para o público. Assim como sua responsabilidade pela morte de Marcelo (Flávio Tolezani), crime pelo qual passou quase 20 anos presa. Todavia, para que conseguisse se vingar de todos os envolvidos na história, o que ela considerava justo pelo tempo que passou na cadeia, Flora fingiu por um bom tempo ser o total inverso do que era de fato. Ou seja, se passou por boa, compreensiva, amiga, simpática, amorosa… Sua filha Lara (Mariana Ximenes) e a mãe de Marcelo, Irene (Glória Menezes), foram duas das vítimas da grande mentira arquitetada por Flora.

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