Assim como a Dalila, de Órfãos da Terra, outros personagens dispostos a vingar a morte dos pais nas novelas

Publicado em 04/07/2019

Em Órfãos da Terra, a novela das 18h da Rede Globo, Dalila (Alice Wegmann) criou toda uma trama para envolver a família de Laila (Júlia Dalavia) e Jamil (Renato Góes), com quem ela sempre quis se casar. Além disso, ela deseja vingar a morte do pai, o sheik Aziz Abdallah (Herson Capri), assassinado durante uma viagem ao Brasil para resolver problemas também relacionados com o casal. Personagens dispostos a vingar a morte de seus pais nas novelas surgem de vez em quando. Vamos relembrar alguns deles.

Os Irmãos Coragem

Na clássica novela de Janete Clair exibida em 1970/71, como se não bastassem os muitos desmandos e injustiças cometidos pelo Coronel Pedro Barros (Gilberto Martinho) contra os garimpeiros, os irmãos do título têm um motivo a mais para odiá-lo e ir à forra. Seu velho ai, Sebastião Coragem (Antônio Vitor), acaba por falecer logo após ser vítima dos capangas de Barros, liderados por Lourenço (Hemílcio Fróes). Um dia eles o pegam desprevenido em casa e querem que diga onde João (Tarcísio Meira) guardou seu valioso diamante. Temeroso de que se cumpra a ameaça de matar Cema (Suzana Faini), que cuidava dele, Sebastião diz onde está a pedra. Os ladrões fogem com ela. Posteriormente, o pobre velho definha até morrer, aumentando o ódio de seus filhos contra Barros. Além disso, Duda (Cláudio Marzo) leva de um dos bandidos um tiro que prejudica sua carreira como esportista.

Rodrigo, de Cavalo de Aço, ícone dos personagens dispostos a vingar a morte dos pais

Em Cavalo de Aço (1973), o autor Walther Negrão criou a história a partir do mocinho Rodrigo (Tarcísio Meira). Ele chegava à cidade de Vila da Prata, no Paraná, para vingar a morte de seu pai, por trás da qual está o Sr. Max (Ziembinski), que domina o negócio de exploração de madeira. Rodrigo se dividia entre duas mulheres: Joana (Betty Faria), filha de Max que tinha problemas com tóxicos, e Miranda (Glória Menezes), rude e masculinizada. Só para ilustrar, essa foi uma das novelas que sofreram grande intervenção da ação da Censura. A saber, abordagens como a das drogas e da reforma agrária foram vetadas.

André, de Pai Herói

O protagonista de Pai Herói (1979), novela de Janete Clair, não desejava exatamente vingar a morte do pai, é verdade. No entanto, a trajetória de André Cajarana (Tony Ramos) estava intrinsecamente ligada à do pai, Malta Cajarana. O jovem cresceu à sombra de uma mentira contada pelo avô, pai do pai (Lima Duarte). Tendo acreditado por toda a vida que Malta fora um homem bom, honesto e caridoso, André cai das nuvens ao entrar em contato com as pessoas que conheceram seu pai. Em Nilópolis, na Baixada Fluminense, ele toma conhecimento do caráter violento e perigoso do pai. Bem como de sua atividade criminosa, que o afastou de sua mãe, Gilda (Maria Fernanda). Esta se casara depois com o italiano Bruno Baldaracci (Paulo Autran), braço-direito de Malta. Na verdade, Baldaracci era o grande responsável pelo reforço da maldição em torno do sobrenome Cajarana e pela própria morte do homem.

Cláudia, de Fera Radical

Com efeito, a mesma espinha dorsal, com pequenas adaptações, foi reaproveitada por Walther Negrão 15 anos depois. Fera Radical (1988) contava a história de Cláudia (Malu Mader). Quando criança, ela fora a única sobrevivente da chacina de sua família. Os responsáveis são os fazendeiros vizinhos do pequeno sítio de seu pai, Chico da Silva (Júlio Braga). Cláudia fora criada por Marta (Laura Cardoso), amor da juventude de Altino Flores (Paulo Goulart). É na fazenda dos Flores, a saber, que Cláudia se instala, uma vez que os considera responsáveis pelo crime.

No entanto, a jovem se deixa envolver pela grande amizade de Altino e pelo triângulo amoroso que forma com dois dos filhos dele com Joana (Yara Amaral): Fernando (José Mayer) e Heitor (Thales Pan Chacon). Ademais, a irmã mais velha deles, Olívia (Denise Del Vecchio), era filha de Altino com Marta. No decorrer da história é revelado que Joana e o sócio Donato Orsini (Elias Gleizer) têm muito mais a ver com a chacina dos Silva do que se supunha.

Flamel, de Fera Ferida

Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares partiram da obra de Lima Barreto para escrever Fera Ferida (1993/94). O protagonista era Raimundo Flamel (Edson Celulari), um alquimista de origem e intenções misteriosas. Os poderosos da pequena Tubiacanga não imaginam que se trata de Feliciano Mota da Costa Júnior, disposto a vingar a morte dos pais, Feliciano (Tarcísio Meira) e Laurinda (Lucinha Lins), ocorrida 15 anos antes. Os dois foram vítimas da sanha por ouro que se espalhou na cidade por obra do Major Bentes (Lima Duarte) e de Demóstenes (José Wilker), antigo aspone de Numa Pompílio de Castro (Hugo Carvana) e atual prefeito. Todavia, Linda Inês (Giulia Gam), a namorada de infância reencontrada e jamais esquecida, vem a ser filha de Demóstenes…

Ben, de Bang Bang, um exemplo esquecido dentre os personagens dispostos a vingar a morte dos pais

Projeto acalentado desde os anos 1980, quando seria produzido pela Rede Manchete, Bang Bang saiu do papel em 2005, via Rede Globo. Mário Prata ambientou seu enredo no Velho Oeste, numa cidade de nome Albuquerque. Era para lá que Ben Silver (Bruno Garcia) voltava após anos, para vingar a morte de seus pais, causada pelo fazendeiro Paul Bullock (Mauro Mendonça). Fora este o mandante da chacina de sua família, em nome de disputa de terras para a criação de gado. Só que ele se apaixonava pela filha do inimigo, a bela Diana (Fernanda Lima). Além disso, não apenas Ben ficou órfão, como também Carmencita (Júlia Sabugosa).

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