Grande veterana das artes cênicas, Arlete Salles foi a convidada do Conversa com Bial da madrugada deste sábado (12), abordou um assunto muito importante: o racismo. A atriz contou sobre a época em que namorou e casou-se com Tony Tornado, e que os dois sofriam muito preconceito por terem um relacionamento interracial.
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“Eu completamente despreparada e até ingênua para viver um percurso desses. Mexer com preconceito é uma coisa muito difícil. O preconceito tem uma violência insuspeitável para quem nunca viveu”, afirmou ela, que atualmente pode ser visa na série Eu, a Vó e a Boi, do Globoplay.
“Quando eu vi, estava no meio daquele furacão. Sendo achincalhada, ofendida e humilhada. Fui ficando trôpega e assustada. De repente aquela história não era mais minha, as pessoas se tornaram donas daquela história”, continuou Arlete.
As críticas eram ainda maiores pois Arlete se divorciou de Lúcio Mauro e começou a namorar com Tony Tornado. “Isso foi um álibi perfeito para os racistas porque foi para o lugar da moralidade: ‘ela está abandando uma família para seguir com um amante’. Aí bateram mais, sofri muito nesse momento”, lembra ela.
Arlete fala que só conseguiu superar essa fase e voltar a receber o carinho do público por conta de seu trabalho. A artista estava gravando Selva de Pedra (1986) na época e fala que a autora Janete Clair sentia muita compaixão pelo que ela estava vivendo, por isso aumentou o espaço da atriz na trama e assim Arlete Salles reconquistou a admiração que tinha.