
Nesta quinta (10), dois homens invadiram um link do repórter Guilherme Pimentel, no SP1, e gritaram “Globo lixo!” enquanto o profissional conversava com César Tralli, direto do estúdio. O apresentador preferiu dar continuidade e não esboçar reação diante do ocorrido, que, vale ressaltar, virou um escândalo politico nas últimas semanas.
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No Centro de São Paulo, mais precisamente no largo São Bento, o repórter falava sobre o disparo no preço do arroz e como o comércio e donos de restaurantes estão fazendo para manter os preços dos pratos, quando dois homens surgiram na frente da câmera e cometeram o ato agressivo.
Uma reportagem levada ao ar no Jornal Nacional mês passado mostrou que funcionários da Prefeitura do Rio de Janeiro estavam recebendo salários para impedir o trabalho da imprensa. De acordo com as informações levantadas pelos repórteres Chinima Campos, André Maciel e Paulo Renato Soares, os agressores também atuavam contra o manifesto de cidadãos que têm queixas sobre o serviço público.
Esses ataques ao vivo contra repórteres e imprensa se fortaleceram em 2019 e são recorrentes até hoje, em sua maioria das vezes contra a própria TV Globo. Ainda segundo informações do telejornal, esses funcionários são pagos para vigiarem a porta de hospitais e clínicas.
A reportagem escancarou a existência de três grupos de conversas por aplicativo que reúnem funcionários públicos que têm a missão de tirar o direito das pessoas de se manifestar e se informar.
Ao JN, a Prefeitura do Rio não negou a existência dos grupos. Afirmou que reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais para melhor informar à população e para evitar riscos à saúde pública. E alegou que uma informação falsa pode levar pessoas a não buscarem tratamento.
A Associação Brasileira de Imprensa afirmou que os episódios repetidos nas portas dos hospitais mostram que não estamos diante de fatos isolados, mas de uma política do prefeito para constranger repórteres e cidadãos. A ABI reafirmou o compromisso com a liberdade de expressão e irá defender esses princípios.
A Associação Nacional de Jornais lamentou que funcionários da Prefeitura do Rio de Janeiro estejam impedindo a atividade jornalística e afirmou que os maiores prejudicados são os cidadãos do Rio, a quem esses funcionários deveriam prestar seus serviços e de quem recebem seus salários.