Mais uma vez

Agressores invadem link do SP1: “Globo lixo!”

O repórter Guilherme Pimentel estava ao vivo do Centro de São Paulo

Publicado em 11/09/2020

Nesta quinta (10), dois homens invadiram um link do repórter Guilherme Pimentel, no SP1, e gritaram “Globo lixo!” enquanto o profissional conversava com César Tralli, direto do estúdio. O apresentador preferiu dar continuidade e não esboçar reação diante do ocorrido, que, vale ressaltar, virou um escândalo politico nas últimas semanas.

No Centro de São Paulo, mais precisamente no largo São Bento, o repórter falava sobre o disparo no preço do arroz e como o comércio e donos de restaurantes estão fazendo para manter os preços dos pratos, quando dois homens surgiram na frente da câmera e cometeram o ato agressivo.

Uma reportagem levada ao ar no Jornal Nacional mês passado mostrou que funcionários da Prefeitura do Rio de Janeiro estavam recebendo salários para impedir o trabalho da imprensa. De acordo com as informações levantadas pelos repórteres Chinima CamposAndré Maciel Paulo Renato Soares, os agressores também atuavam contra o manifesto de cidadãos que têm queixas sobre o serviço público.

Esses ataques ao vivo contra repórteres e imprensa se fortaleceram em 2019 e são recorrentes até hoje, em sua maioria das vezes contra a própria TV Globo. Ainda segundo informações do telejornal, esses funcionários são pagos para vigiarem a porta de hospitais e clínicas.

A reportagem escancarou a existência de três grupos de conversas por aplicativo que reúnem funcionários públicos que têm a missão de tirar o direito das pessoas de se manifestar e se informar.

Ao JN, a Prefeitura do Rio não negou a existência dos grupos. Afirmou que reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais para melhor informar à população e para evitar riscos à saúde pública. E alegou que uma informação falsa pode levar pessoas a não buscarem tratamento.

Associação Brasileira de Imprensa afirmou que os episódios repetidos nas portas dos hospitais mostram que não estamos diante de fatos isolados, mas de uma política do prefeito para constranger repórteres e cidadãos. A ABI reafirmou o compromisso com a liberdade de expressão e irá defender esses princípios.

A Associação Nacional de Jornais lamentou que funcionários da Prefeitura do Rio de Janeiro estejam impedindo a atividade jornalística e afirmou que os maiores prejudicados são os cidadãos do Rio, a quem esses funcionários deveriam prestar seus serviços e de quem recebem seus salários.

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