Ali Kamel desaprova crítica de colunista e defende abordagem do Jornal Nacional no caso Moro

Publicado em 17/06/2019

O diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, não aprovou uma crítica que Cristina Padoglione fez sobre o Jornal Nacional, no último domingo (16).  No texto, a colunista analisou as diferenças de abordagem entre o noticiário e o programa Zorra no caso do vazamento dos diálogos entre Sérgio Moro e o procurador Del Dallagnol.

Em seu artigo ‘Poupado pelo Jornal Nacional, Moro vira paródia no Zorra’, Padoglione afirma que as edições do JN desta semana “priorizaram o debate sobre a criminalidade do suposto grampo que permitiu o vazamento dos diálogos, em detrimento das controvérsias sobre o conteúdo desses diálogos, alvo de inesgotáveis discussões entre juristas, advogados e autoridades no assunto, aqui e no exterior, em todos os veículos de imprensa”.

Já o humorístico global, por meio da paródia João e Maria, de Chico Buarque de Holanda, focou na imagem do então ministro Moro. “A sátira resume com grande poder de síntese o que aconteceu de uma semana para cá com alguém que ‘era herói’, como diz a letra original, conjugando o verbo do passado”.

Sendo assim, para a colunista, a turma do humor teve liberdade para abordar o assunto. Além disso, ela também analisou o tempo que o tradicional telejornal dedicou para abordar o caso nas edições.

Resposta de Ali Kamel

Em resposta, Ali Kamel enviou uma nota afirmando acreditar sem “injusta” a analise da jornalista. “Os diálogos publicados pelo Intercept foram exibidos em longas reportagens no Jornal Nacional (elas estão à disposição de todos no Globoplay para comprovação)”, pontuou o diretor.

A colunista alega, então que o JN deu ênfase ao noticiário sobre as investigações da PF sobre o hackeamento de autoridades. Não é verdade, o JN noticiou a apuração da PF como era o seu dever. A Folha de S.Paulo, cujo site a autora publica o seu artigo, fez o mesmo”, continuou.

No final da extensa nota, Ali Kamel também reprovou a comparação que Cristina Padoglione fez com o telejornal e o humorístico Zorra. “Por fim, espanta que a autora compare humor e jornalismo, como que a sugerir que fosse possível o humor tratar os fatos com a responsabilidade e acuidade do jornalismo e o jornalismo tratar os fatos com a leveza e ironia do humor. O JN não é imune a críticas, mas não pode deixar sem resposta tentativa de estabelecer narrativas tão injustas”.  

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