Assédio: Por trás de atitude acolhedora, médico Roger Sadala arruína vidas de suas pacientes

Publicado em 22/04/2019

Um médico que dá vida onde há infertilidade. Que devolve sonhos para famílias sem esperança. Ícone da reprodução humana no Brasil, Roger Sadala (Antonio Calloni) é um cara seguro, vaidoso, típico médico que se imagina Deus diante de tantas conquistas no papel de um “criador” de vidas.

De presença imponente, conquista a confiança das pacientes logo de cara. Mas essa empatia inicial acaba sendo mais um elemento de confusão mental quando elas são abusadas e violentadas ainda sob o efeito de medicamentos ou anestesia. Primeiro, elas duvidam se aconteceu; depois, se culpam pelo o que aconteceu; e, em sequência, sentem vergonha pelo o que aconteceu.

Do outro, ele segue tentando manter o papel de acolhedor, lhes garantindo que, ainda assim, vai ficar tudo bem. Vai assim, transformando o sonho da maternidade numa cruel e, na maioria das vezes, solitária realidade.

Roger tem um protagonismo indiscutível na série, e, ao mesmo tempo, um antagonismo. É um personagem que gera a ação, que provoca e escancara a discussão sobre o assédio, não somente sobre o assédio sexual, mas também sobre o assédio moral. O médico e o monstro, dentro dele, têm uma convivência escura e harmoniosa”, resume o ator Antonio Calloni.

Fora do consultório, Roger gosta de cultivar a persona de um sedutor. Casado com Glória (Mariana Lima), é investigado pela própria mulher. Com um ciúme doentio, ela tenta flagrá-lo com cada uma de suas amantes sem nunca ter coragem ou força para deixá-lo.

A minissérie mostrar também o misto de amor, admiração e decepção dos filhos com o médico. O casal tem quatro filhos: Clarice (Silvia Lourenço), Henrique (Gabriel Muglia), Tamires (Bianca Müller) e Leila (Sabrina Greve). Roger cultiva um amor incondicional por sua mãe, Olímpia (Juliana Carneiro).

As dores de Glória

A atriz Mariana Lima revela que sua personagem aguenta as traições do marido por ter tido uma vida sofrida. “Glória tem uma trajetória dolorosa, mesmo descobrindo os casos do marido, continua casada e fiel a ele. Foi um convite audacioso. Ela é uma mulher mais velha que eu, com filhas de 30 anos e com uma carga dramática gigante para segurar. Fiquei feliz e em pânico, consciente das dificuldades e da complexidade da personalidade dela”, confessa Mariana.

“Acho que o maior desafio é justamente entender e construir essa mulher que convive diariamente com uma pessoa como o Roger. A pergunta que sempre se renova para mim é: qual é o tamanho desse amor que ela sente?”, indaga a atriz.

A equipe de Roger

No trabalho, Roger conta com uma equipe de excelência responsável por não deixá-lo falhar nunca: advogados, assessores de imprensa e relações públicas, que o acompanham e divulgam cada tratamento realizado. Entre eles, se destacam Pedro Paulo (Pedro Nercessian) assessor de confiança; e Artur Castelo (Paulo Miklos), relações públicas que atua como gestor de crises e confidente quando as denúncias vão adiante.

É no consultório que Roger, ainda casado, começa a se relacionar com Carolina (Paolla Oliveira). Promotora casada com um juiz amigo do médico, ela se separa do marido depois de sofrer um aborto espontâneo. Passa, então, a esperar Roger, que lida com o avanço de um câncer de Glória.

Carolina se torna sua segunda mulher e será ela quem estará a seu lado ao longo de todo o processo criminal até sua prisão. “Foi uma participação especial, porém intensa. Carolina não é assediada. Daí vem o pacto deles, e o encontro dos dois. Ela talvez seja a única que o assedia. O desafio foi supor quais sentimentos e que tipo de amor é esse que supera todas as acusações contra ele”, explica Paolla Oliveira.

Primeira série original da Globo desenvolvida com exclusividade para o Globoplay, Assédio chega à TV aberta no dia 03 de maio. A obra de 10 episódios é escrita por Maria Camargo, com Bianca Ramoneda, Fernando Rebello e Pedro de Barros.

A direção artística é de Amora Mautner, direção-geral de Joana Jabace e direção de Guto Botelho.A série élivremente inspirada no livro A Clínica: A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih, de Vicente Vilardaga.

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