Como Celebridade, outras novelas bastante editadas no Vale a Pena Ver de Novo

Publicado em 30/05/2018

A reprise de Celebridade, novela de Gilberto Braga que chega ao fim no dia 8 de junho, já entrou para o rol das mais editadas da sessão Vale a Pena Ver de Novo desde sua criação, em 1980. É normal que trechos sejam suprimidos quando as histórias são reapresentadas, tanto por questões de grade quanto por impedimentos de ordem comercial – merchandisings de produtos que não existem mais na ocasião da reprise ou cujas empresas fabricantes não acertam com a emissora o pagamento por uma nova exibição – e, talvez principalmente, questões relativas à audiência conquistada.

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Embora haja alguns critérios supostamente óbvios, como o sucesso na primeira exibição e os pedidos do público por uma reprise, a sessão Vale a Pena Ver de Novo possui uma dinâmica própria, que já pôs por terra tanto o item do sucesso no passado quanto o de número de pedidos de reprise. Por isso mesmo, nesses 38 anos de faixa houve determinadas histórias que foram cortadas, digamos, além do que seria necessário, pela ótica do espectador. Vamos a elas:

Vale a Pena Ver de Novo chega aos 38 anos querendo se livrar da atual atração

Roda de Fogo
Apesar de ter capítulos bastante longos, a novela de Lauro César Muniz ficou apenas sete semanas em cartaz no Vale a Pena Ver de Novo, tendo 34 capítulos exibidos de fins de maio ao início de julho de 1990 contra 179 de sua apresentação original entre agosto de 1986 e março de 1987. A história do empresário Renato Villar (Tarcísio Meira) tinha grande apelo junto ao público masculino, e por isso foi utilizada como “sala de espera” entre as transmissões dos jogos e análises da Copa do Mundo daquele ano, sediada na Itália. Como não poderia deixar de ser, a edição se concentrou na trama central, da vingança de Renato contra seus asseclas em tramoias financeiras, com algum alívio cômico na figura do motorista mulherengo Tabaco (Osmar Prado).

As Três Marias
Inspirada no romance de Rachel de Queiroz, a novela que começou escrita por Wilson Rocha e depois passou às mãos de Walther Negrão ocupou o horário das 18h da emissora entre novembro de 1980 e maio de 1981, e na ocasião teve 156 capítulos. Sua reprise ficou no ar entre agosto e outubro de 1982, por apenas oito semanas, e resumiu a história em 40 capítulos. Embora de vez em quando a duração pudesse ser um pouco maior devido às flutuações de grade motivadas, por exemplo, pela transmissão da propaganda eleitoral, é uma boa diferença.

Felicidade
Apesar de ter capítulos constantemente longos na reprise exibida entre fevereiro e abril de 1998, a novela de Manoel Carlos inspirada em elementos da obra de Aníbal Machado foi bastante reduzida, com 55 capítulos diante dos 203 da apresentação original, entre outubro de 1991 e maio de 1992 no horário das 18h. Através da história do complicado amor entre Helena (Maitê Proença) e Álvaro (Tony Ramos), era exibido um painel de personagens familiares a todos nós, como a mimada Débora (Vivianne Pasmanter) e os pais da protagonista, o sonhador Ataxerxes (Umberto Magnani) e a racional Ametista (Ariclê Perez).

Meu Bem, Meu Mal
Segunda incursão de Cassiano Gabus Mendes no horário global das 20h – a primeira foi Champagne (1983/84) –, a história centrada nos conflitos que envolviam a família Venturini, liderada pelo patriarca Dom Lázaro (Lima Duarte), e a presença do filho bastardo Ricardo (José Mayer), foi exibida em 173 capítulos entre outubro de 1990 e maio de 1991, mas na reprise teve 100 a menos: foram ao ar 73 capítulos, de agosto a novembro de 1996.

Tropicaliente
A novela de Walther Negrão, uma das muitas que o autor criou para o horário das 18h, teve apenas 79 capítulos em sua reapresentação exibida entre março e julho de 2000, e ainda por cima conviveu com o feminino Mais Você nas tardes durante todo esse período, e por isso teve capítulos de duração semelhante aos originais de 1994, com menos de uma hora no ar em diversas ocasiões. Ou seja: a história do amor do pescador Ramiro (Herson Capri) pela milionária Letícia (Sílvia Pfeifer) foi reduzida a menos da metade do total de 197 capítulos.

Sete Pecados
A estreia de Walcyr Carrasco no horário das 19h teve 208 capítulos, exibidos entre junho de 2007 e fevereiro de 2008, e não foi das mais marcantes na apresentação original. Mas como o autor costuma funcionar na faixa vespertina, a emissora apostou numa reprise dessa história que falava dos pecados capitais, resumidos na figura de Beatriz (Priscila Fantin) – mas que tinham seus representantes isolados também –, e acabou reduzindo-a a apenas 83 capítulos, exibidos entre setembro de 2010 e janeiro de 2011. Na ocasião, houve um providencial encurtamento, com quase 10 capítulos reduzidos a apenas um em determinada tarde.

Bebê a Bordo
Atualmente cortada de maneira impiedosa pelo Canal Viva, a novela de Carlos Lombardi também foi bem editada em sua reapresentação no Vale a Pena Ver de Novo. Exibida em 209 capítulos de junho de 1988 a fevereiro de 1989, a narrativa que permanece moderna, centrada nas desventuras de Ana (Isabela Garcia), Tonico (Tony Ramos) e Laura (Dina Sfat) teve apenas 90 no repeteco que ficou no ar entre novembro de 1992 e março de 1993, e foi notadamente acelerada do meio para o fim. Embora os primeiros anos da década de 1990 tenham apresentado diversas reprises de duração média de quatro meses, alguns casos de redução saltam mais aos olhos em razão das necessidades da grade da emissora, que reduziam o tempo disponível para as novelas, inclusive com a apresentação de outras em horários diferentes, como Vamp (1991/92), reprisada na mesma época na Sessão Aventura.

Terra Nostra
Exibida entre setembro de 1999 e junho de 2000 em 221 capítulos, a novela de Benedito Ruy Barbosa foi um grande sucesso em sua apresentação original e logo se tornou uma das mais pedidas para uma reprise no Vale a Pena Ver de Novo, o que se concretizou em junho de 2004. Passada entre o final do século 19 e o princípio do 20, a história do amor de Giuliana (Ana Paula Arósio) e Matteo (Thiago Lacerda) enfrentou um momento de forte concorrência da programação vespertina do SBT, com novelas mexicanas, mais os ajustes necessários na grade para abrigar as transmissões das Olimpíadas e do horário eleitoral. Acabou reduzida a 106 capítulos, vários deles menores que o habitual da sessão de reprises, e ficou marcado o expediente de reduzir diversos capítulos em um, para acelerar o término da novela: num único dia a versão da tarde chegou a conter sequências que à noite haviam sido apresentadas em nove.

Barriga de Aluguel
Com 243 capítulos exibidos entre agosto de 1990 e junho de 1991, a novela de Glória Perez que tratava da disputa entre Clara (Cláudia Abreu) e Ana (Cássia Kiss) pelo filho que ambas consideravam seu – a mãe que o gerou e a mãe que cedeu o material biológico – é uma das mais longas da história da Globo, mas sua reprise exibida entre julho e novembro de 1993 teve apenas 90 capítulos de duração média de uma hora. Uma redução de 153… No entanto, convém lembrar que no começo dos anos 1990 as reprises do Vale a Pena Ver de Novo tiveram quase todas um número bem reduzido de capítulos em relação à duração original.

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