Selton Mello revela o motivo que o fez aceitar fazer a minissérie Ligações Perigosas

Publicado em 22/12/2015

Selton Mello, que passou os últimos anos longe da TV aberta e atuando como diretor da bem-sucedida série Sessão de Terapia, do GNT, contou em entrevista à jornalista Cristina Padiglione o que o motivou a aceitar o convite da Globo para a minissérie Ligações Perigosas.

“Augusto de Valmont, e faço questão do sobrenome, é um personagem clássico. Foi escrito em 1782, é superatual: as questões humanas sempre farão sentido. E eu estava há um tempo sem atuar. Foram três anos de mergulho no Sessão de Terapia, que foi ótimo, foi uma delícia viver aquele período, e aí dá vontade de atuar. Porque passar três anos atrás das câmeras, trabalhando com grandes atores, vendo ali na minha frente grandes solos, me deu vontade de fazer alguma coisa. Ligações foi tipo perfeito, na hora certa. Minha geração ficou encantada com o filme, eu me lembro, do fim dos anos 1980. O livro é dificílimo de adaptar, todo em cartas, epistolar, e a Manuela fez um trabalho excelente. É uma autora em franca ascensão, ela é realmente muito boa, é danada, trabalha muito. É interativa, vibrante”, disse ele.

O profissional contou que já dava palpites em seus trabalhos mesmo quando ainda não dirigia: “Acontece comigo o contrário. Sempre fui um ator muito autor. Sempre fui o ator que diz: ‘podemos mexer nisso’? ‘Essa fala pode ser assim?’ Quando comecei a dirigir, vem essa coisa: ‘ah, agora você dirige, então fica dando palpite’. Só que eu sempre dei. Sempre fui um ator questionador. Hoje, o que acontece é que eu sei exatamente como aquilo é feito. Sei todas as dificuldades, sei como é a montagem, que coisas vão ser cortadas, pelo bem do ritmo. Então, perdi a inocência, de uma certa maneira”.

Ele destacou que assumiu muitos compromissos e, por isso, disse muitos “não” nos últimos tempos. “É deselegante dizer ‘recusa’, né? Mas… sim, sou muito requisitado para muitas coisas, dirijo também, então, tem vários quereres na minha vida, tenho que fazer escolhas. Fiquei três anos mergulhado no Sessão de Terapia, um monte de coisa surgiu. Mas eu estava ali, querendo fazer aquilo. Para mim, foi uma faculdade, o meu mestrado, porque era dentro de uma sala, com dois atores sentados, atores distintos, de escolas diferentes. Como extrair daqueles atores grandes solos? O outro lado: como ser atraente para que o público assistisse a um negócio que são duas pessoas sentadas? Isso me deu um exercício de decupagem, de contar história, dentro daquela sala, de ser atraente. Aprendi muito com aqueles atores. Quando dirijo, de uma certa forma, sigo estudando como ator, porque estou vendo colegas fazendo coisas que jamais pensaria. Me estimula, como ator, dirigir. Uma coisa alimenta a outra”, avaliou.

Por fim, Mello afirmou que existe a possibilidade de dirigir produções na Globo. “Esse é um interesse mútuo que já existe. O Heitor Dhalia foi codiretor de O Caçador e estão trazendo Cao Hamburger para a próxima temporada de Malhação. Então, existe um interesse da Globo de trazer talentos de fora, que acho que tem a ver com os novos tempos. Os novos tempos estão ligeiros e interessantíssimos. (…) Tenho vários namoros, estou bem próximo de lá, posso fazer outra série como ator, que posso vir a ser também um dos diretores. Estou preparando algo que vou oferecer para fazer lá. Volto a atuar no ano que vem em alguma coisa na TV, de novo. Depende de datas, precisamos ver se vai ser possível’, completou.

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