Plataforma streaming

Globo termina as gravações de Desalma, série de terror do Globoplay

O seriado de horror da empresa está em fase de edição

Publicado em 03/10/2019

Até que ponto se pode negar a morte? Na pequena Brígida, cidade do interior do Sul do país que parece parada no tempo, fenômenos sobrenaturais assombram a população ao longo de décadas, enquanto rituais de bruxaria prometem trazer de volta ao mundo dos vivos almas de pessoas que já se foram.

Desalma apresenta um universo inédito no audiovisual nacional: uma comunidade rural, com casas de madeira de cultura ucraniana, envolta em mistérios. A série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, tomou forma ao longo de nove meses, sendo quatro de gravações no Sul do país e no Rio de Janeiro. 

O cuidado estético e a riqueza de detalhes foram os fios condutores do trabalho comandado pelo diretor artístico Carlos Manga Jr. Escrita por Ana Paula Maia, Desalma tem como pano de fundo a mitologia eslava, que, segundo a autora, ajuda a contar uma história envolvendo mistérios e acontecimentos enigmáticos.

“A série tem camadas. É a não aceitação da morte, uma relação com transmigração de almas. Falamos da migração do povo de um país, com suas tradições e culturas, que existe hoje no Brasil, mas que a gente não conhece”, avisa Ana Paula.

O ponto de partida para a produção da série foi entender que locações serviriam como pano de fundo para contar essa história, onde a floresta e as enormes cachoeiras têm protagonismo.

Visão do diretor

Segundo Manga, a cidade fictícia é um personagem. “Brígida não é só a cidade onde tudo acontece, é como se ela tivesse parado no tempo. A série tem um arco de 30 anos e pouca coisa muda no local. A floresta é o cerne de toda a trama. É da floresta que as coisas vêm e é para a floresta que as coisas vão”, conta. 

“Desde a primeira conversa, se entendeu que precisaríamos buscar locações fora do Rio. Nossa grande aposta foi o Rio Grande do Sul, onde gravamos cerca de 50% das cenas”, conta a produtora Barbara Monteiro.

Além das florestas e lagos, as cidades de Antônio Prado e São Francisco de Paula, na região serrana gaúcha, apresentam uma arquitetura que se aproxima das construções ucranianas.

“Não encontraríamos no Rio de Janeiro as casas de madeira suspensas, construídas em nível superior ao chão porque os ucranianos acreditavam que nevaria no Brasil quando vieram para cá. Rodamos também algumas sequências em cidades do Paraná e de Santa Catarina”, completa.

Equipe

Cerca de 120 pessoas participaram dos quase dois meses de gravações no Sul, onde enfrentaram o inverno rigoroso, que chegou a registrar temperaturas negativas. “A viagem ajudou bastante a entrar no clima da série. O frio é um pouco sombrio, e as locações assustadoras e lindas, ao mesmo tempo. Ficamos muito unidos”, conta Maria Ribeiro, que dá vida à Giovana.

Após a viagem, as gravações de Desalma continuaram em externas em Teresópolis, região serrana fluminense, e na capital Rio de Janeiro, onde foram rodadas cenas de transmigração de almas, ritual praticado pela bruxa Haia, personagem de Cassia Kis.

Veterana

Para a atriz, Desalma é uma história de relacionamentos. “É uma relação tão profunda que chega em um lugar incrível que é a alma. Existe uma conversa de almas”, define Cassia.

Entre as cenas mais grandiosas da série, as gravações das festas de Ivana Kupala nas duas fases da história, que levaram quatro dias para serem filmadas, merecem destaque. A celebração típica da Ucrânia é o ponto central dos mistérios da trama.

Produção

Para a festividade do final dos anos 1980, a equipe de cenografia e produção de arte construiu uma fogueira de seis metros de altura rodeada por seis fogueiras menores, todas inseridas em um grande círculo formado por 100 tochas. Mais de 150 figurantes com roupas típicas ucranianas coreografaram a tradição milenar.

A celebração em dias atuais foi repaginada e recebeu um sopro de modernidade, com referências de festas raves. Na mesma configuração de círculo, 210 lâmpadas fluorescentes rodearam uma grande bola de fogo e a mesma quantidade de figurantes deu um colorido diferente. Em paralelo às locações externas, os interiores dos cenários de Desalma foram reproduzidos nos Estúdios Globo.

Casting

A produção traz um elenco inédito, em sua maioria de São Paulo, Santa Catarina, Porto Alegre, Minas Gerais e Rio de Janeiro. As duas fases contadas em linhas narrativas paralelas influenciaram na escalação.

Além das características físicas do leste europeu, os atores precisavam ser parecidos. “Os atores ainda desconhecidos representam 75% do nosso elenco. Eles estão em papeis de destaque da história. Ao mesmo tempo, temos nomes fortes da dramaturgia como Cassia Kis, Cláudia Abreu e Maria Ribeiro em personagens diferentes do que estamos acostumados a vê-las”, explica Manga, ressaltando que essa mistura acentua a sensação de estranheza no público.

O elenco traz ainda nomes como Bruce Gomlesvky, Alexandra Richter, Isabel Teixeira e Gabriel Muglia, misturados a jovens atores como Juliah Mello, João Pedro Azevedo, Camila Botelho, Nathália Falcão, Giovanni de Lorenzi, Lucas Lentini, Nathália Garcia, Eduardo Borelli, Valentina Ghiorzi, Giovanna Figueiredo, Lucas Soares, Giovanni Gallo, Anna Melo, Nicolas Vargas e Bela Leindecker.

Desalma é uma série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por Ana Paula Maia com direção artística de Carlos Manga Jr. e direção de João Paulo Jabur e Pablo Müller.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade