Fábio Assunção fala sobre ser pai de médica viciada em série do Globoplay: “Não é questão de caráter”

Publicado em 18/08/2019

Longe da TV desde Onde Nascem os Fortes (2018), Fábio Assunção pode ser visto na reprise de Por Amor (1997) e recentemente gravou Onde Está Meu Coração, série do Globoplay protagonizado por Letícia Colin e que estreia em 2020.

Em entrevista ao jornal O Globo, o astro falou sobre a produção. “É superforte, hiperemotivo, um cara que luta pela harmonia da família dele”, avaliou o artista, que disse trabalhar bastante para que “as coisas fiquem bem”.

“É onde eu me realizo. Viajar é bom, conhecer novos lugares. Mas dia de folga eu não gosto. Porque você não fica nem lá nem cá. Agora terminamos a temporada da peça Dogville, já emendei na série”, falou o ator.

“E já tenho dois projetos para o início do ano: vou fazer a série Fim, adaptada do livro da Fernanda Torres, com direção do Andrucha Waddington, para a Globo, e em seguida uma produção independente sobre o Doca Street. O Bruno Barreto vai dirigir, temos esse projeto desde 2011”, contou o famoso.

“E, agora, a Globo me convidou para fazer assistência de direção (iniciada na semana passada) , na próxima novela das 21h, Amor de Mãe, de Manuela Dias, com direção artística de José Luiz Villamarim”, destacou.

Drogas

No seriado da plataforma streaming, Fábio será pai da personagem de Colin, uma médica viciada em crack. Questionado se por causa dos problemas que teve com drogas se o personagem o perturbou de alguma forma, ele negou.

“Sempre busco uma profundidade nas almas das personagens que faço, entender quem são essas figuras. E, quando fui convidado, vi essa possibilidade. É uma série que discute a família. A dependência na família tem que ser debatida abertamente”, refletiu.

“Um dos grandes problemas da dependência é as pessoas terem vergonha de falar sobre ela, porque dificulta o processo de reequilíbrio. Além disso, tem 29 anos que faço televisão, o espaço da dramaturgia é um lugar que conheço bem, em que me sinto muito confortável para discutir qualquer tema”, detalhou.

Vício

“O vício não é uma questão de caráter, ou de escolha. Não é você aceitar uma propina. É impulsão, compulsividade. Não tem a ver com classe social. Não está ligado a pretos e pobres, de comunidades, que são absolutamente estigmatizados”, opinou.

“A ilegalidade da droga é colocada como uma forma de você segregar toda uma população que é excluída do nosso sistema branco de consumo. A série vai trazer estas questões à tona. É uma hipocrisia a sociedade não falar sobre esse tema, uma vez que é uma sociedade que se medica o tempo todo, com produtos lícitos ou ilícitos”, concluiu Assunção.

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