CNN Brasil quer estrear ainda este ano e estar em “todo lugar”

Publicado em 01/08/2019

O staff do novo canal de notícias CNN Brasil espera estrear a emissora ainda neste ano, no último trimestre. No entanto, ainda não há data de lançamento, nem contrato fechado com alguma operadora de TV por assinatura. As negociações com as empresas do setor estão em andamento, de acordo com Anthony Doyle, vice- presidente de distribuição do canal, e ele vê interesse do mercado. “Estamos tentando entender melhor o que as operadoras de TV por assinatura querem; o passado a gente já conhece, sabemos que pode haver novas formas de se levar o conteúdo, mas ele tem de estar everywhere, em todo lugar”, afirma.

O diretor de programação da Net/ClaroTV, Fernando Magalhães, por exemplo, disse que há conversas com o canal, mas ainda nada negociado. O executivo da CNN deu alguns detalhes sobre a nova emissora de notícias, que promete chegar com 16 horas diárias de conteúdo ao vivo. Feito totalmente no País e com investimento nacional, todo o conteúdo do canal, que chega em HD, será em português. A promessa é de “conteúdo inédito, exclusivo e relevante”.

As características de programação são apresentadas como Breaking News, Hard News, Soft News (Últimas Notícias, Manchetes, Amenidades) e Variedades. “Será um canal produzidos por brasileiro para brasileiros. Pra quem acha que a festa da pay tv já acabou, pra gente está só começando”, afirmou Doyle, durante o evento Pay-TV Forum, onde muito se falou sobre os problemas e desafios do atual momento deste setor.

O executivo é um dos maiores conhecedores desta indústria no País, tendo atuado por 24 anos na Turner, empresa dona dos canais TNT, TCM, CNN International e Cartoon Network, entre outros. Ele deixou a Turner no início deste ano.

Anthony Doyle da CNN Brasil
Anthony Doyle da CNN Brasil (Marcelo Kahn)

Multiplataforma

O ambiente da TV por assinatura é um destino natural para o novo canal CNN Brasil. No entanto, o vice-presidente de distribuição faz questão de frisar que o seu conteúdo já nasce multiplataforma, adequando-se para TV paga, TV Everywhere (quando o assinante pode assistir mediante autenticação com login e senha de qualquer dispositivo com internet) e também OTT (over-the-top, nome que se dá quando o acesso é sob demanda independentemente de se ter uma operadora).

O dirigente da CNN Brasil acredita que o novo canal não pode ser definido como sendo de nicho. Para ele, trata-se de um canal brasileiro imparcial, de jornalismo, voltado para a informação e que atende às exigências da Lei 12.485/11, que define os canais de conteúdo nacional na TV por assinatura. Toda a programação visual e layout do canal são espelhados na configuração da emissora norte-americana.

Doyle lembra que, apesar do momento difícil, o Brasil ainda é o oitavo maior mercado de TV por assinatura do mundo. “Temos a questão da economia e também a mudança dos hábitos do público, com os usuários tendo acesso a muitas tecnologias. O mercado está em evolução, temos é de olhar pra frente. A gente não pode pensar que o negocio morreu; o mundo inteiro está mudando, tem o OTT, o streaming. Se não resolver quem vai se dar bem é a pirataria”, ele alerta.

Transformações do mercado

Anthony Doyle acredita que o mercado tende a passar por uma transformação, mas não se pode esquecer que o setor de TV paga tem 25% de penetração nos lares brasileiros, e essa parcela da população quer ter informação. Para ele, um dos erros do mercado foi colocar como meta para 2020 ter 50 milhões de clientes – hoje, o país tem cerca de 17 milhões de assinantes de TV.

Nomes como William Waack, Evaristo Costa, Phelipe Siani e Mari Palma já foram anunciados como contratações da CNN Brasil, que contará com ampla central de redação na avenida Paulista. A presidência do canal é de Douglas Tavolaro, ex-Record; com vice-presidência de Conteúdo de Américo Martins (ex-BBC). A CNN Brasil tem investimento da construtora MRV.

*Edianez Parente

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