Com Ouro Verde, Silvia Pfeifer ganha projeção em mais de 60 países e não descarta novo trabalho em Portugal: “Volto a qualquer momento”

Publicado em 10/07/2019

Vencedora do Emmy Internacional como a Melhor Novela de 2017, Ouro Verde chega à tela da Band como uma das grandes apostas para os próximos meses. Reunindo nomes estelares de Portugal, a trama escrita por Maria João Costa também tem como trunfo renomados atores brasileiros, entre eles: Zezé Motta, Gracindo Júnior, Silvia Pfeifer, Cassiano Carneiro, Úrsula Corona e Adriano Toloza, atores esses, que permeiam a programação da TV lusitana com novelas brasileiras, sucessos por lá.

A atriz Silvia Pfeifer integrou o elenco da produção da TVI com uma personagem repleta de conflitos internos e apoiada em dramas familiares. Mônica Ferreira da Fonseca, sua personagem, é uma médica pediatra de um hospital público e tem a Medicina como sua grande paixão. Em entrevista exclusiva ao Observatório da Televisão, Pfeifer conta sobre a experiência na novela, Emmy Internacional, intercâmbio de atores e a renovação da teledramaturgia mundial.

Com cenas gravadas no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro e Amazônia, questionamos Silvia Pfeifer sobre Ouro Verde beber da fonte das histórias brasileiras, que usam e abusam do enredo ágil e histórias secundárias. A atriz explicou que a trama não deixa de apresentar ao público a essência das novelas clássicas portuguesas, tampouco a brasilidade sobrepõe a cultura deles.

Ouro Verde ganhou como Melhor Novela no Emmy Internacional (Divulgação)
Ouro Verde ganhou como Melhor Novela no Emmy Internacional Divulgação TVI

De jeito nenhum. Isso é meio impossível de acontecer porque os hábitos, o dia a dia, a dinâmica das relações são outras. A essência é a mesma, mas a dinâmica está sendo diferente, e isso não tem como mudar. Se fosse assim, todas as séries que mostrassem lugares diferentes ou misturas de personagens vindos de outros lugares e trechos de historias acontecendo em outros lugares também perderiam sua identidade; e não perdem. O mundo está cada vez mais globalizado e isso é um processo natural. Eles [portugueses] tem uma identificação bem própria“, explicou ela, que agora está em mais de 60 países com a novela.

Com três trabalhos na TV portuguesa: Inspector Max (2004), Maré Alta (2004) e agora Ouro Verde, Pfeifer contou o que mais lhe atrai no mercado de lá. “Eu tive a grandiosíssima felicidade de estar nessa grande novela, me deu grande prazer trabalhar lá, em todos os sentidos. A oportunidade de trabalhar lá é sempre interessante, aprendemos muito, existem muitas trocas, crescemos como ator, a dinâmica de trabalho é bem parecida [com a do Brasil], mas sempre tem algumas diferenças, é uma rica troca. O texto dessa novela foi maravilhoso, tanto que ganhou prêmios. Claro que, se me convidarem, estou muito interessada em fazer algum outro trabalho lá“, revelou ela, que também pode ser vista em Bela, a Feia (Record TV/2009) e na atual e inédita, Topíssima (Record TV/2019).

Personagem de Silvia Pfeifer em Ouro Verde é médica pediatra e tem paixão pela Medicina Mônica Ferreira vive conflitos internos por frustrações no casamento Reprodução TVI

O quê Ouro Verde oferecerá ao público? A atriz explica que a novela aposta em ingredientes infalíveis para o sucesso. “Mostra uma trama de vingança, de traições, de relacionamento e de homofobias, de dinheiro e busca pelo dinheiro a qualquer preço. Uma trama super interessante, super rica, bonita, tem os seus momentos de música, de humor, de amor e relações familiares. É muito interessante, tem desempenhos maravilhosos, o protagonista [Diogo Morgado vivendo Zé Maria Magalhães] é um ator que trabalha nos Estados Unidos, e que já dirigiu filmes, tem o Pedro Carvalho, que fez o meu filho, tem um elenco muito bom“, disse.

Silvia Pfeifer relatou que sua mudança para Portugal aconteceu 16 dias após ter sido convidada. “Larguei tudo e fui. E voltaria para lá a qualquer momento“, afirmou. Como referido acima, atualmente a atriz vive Mariinha em Topíssima e, tendo em vista o nicho das tramas bíblicas encontrada pela sua atual emissora, Silvia diz que apostar na diversidade dos enredos também é muito importante. “Eu acho bem interessante essas produções bíblicas, mas acho interessante não serem só bíblicas. E o fato de estarmos fazendo Topíssima e indo muito bem, prova que temos bastante mercado e bastante audiência“.

Sílvia Pfeifer e Pedro Carvalho interpretaram Mónica Brandão e Tomás Ferreira em Ouro Verde (Reprodução: TVI)
Sílvia Pfeifer e Pedro Carvalho em cena da novela Ouro Verde Reprodução TVI

Contratada por obra pela Record TV, ela enxerga de maneira positiva o novo modelo de empregabilidade que as emissoras e televisão seguem adotando com seus artistas, que lhes permitem poder transitar por diversos canais. “Fiz novelas na Globo e na Record, não existe diferença nenhuma trabalhar por obra ou contrato longo. Trabalho é trabalho e tem que ser visto profissionalmente e seriamente. E não se trata de ser rentável ou não, os contratos são interessantes da mesma forma“.

Nos últimos anos as novelas, no seu modo geral, tem tomado ares cinematográficos e se adequando a uma nova realidade de mercado. Silvia acredita que esse processo de evolução da teledramaturgia é algo mais que natural. “Renovação da linguagem. E que venham outras novas linguagens“.

Sobre a oportunidade de em breve estar em três horário simultaneamente, Silvia Pfeifer diz: “É um momento inusitado pra mim, já estive em duas [novelas] ao mesmo tempo, mas em três é a primeira vez, ainda mais sendo uma novela portuguesa passando aqui no Brasil“, finalizou.

Confira o trailer de Ouro Verde:

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