No Domingão do Faustão, Gloria Maria discute discriminação e não-aceitação às diferenças: “Isso só termina quando esse país tiver educação”

Publicado em 06/01/2019

Para dar início às comemorações dos 30 anos do Domingão do Faustão, o apresentador recebeu algumas estrelas da Globo. No primeiro programa de 2019, intitulado Pizza do Faustão, ele conversou sobre o aniversário da atração relembrando alguns momentos marcantes. Em um deles, Gloria Maria aparece numa matéria do ano 2000 falando sobre preconceito racial.

“Essa história de discriminação racial é uma coisa que nós negros aprendemos desde muito pequenininhos. A gente percebe logo que a cor da pele faz diferença sim. Só que eu acho que a gente não deve passar o resto da vida lamentando o fato de nascer negro. Não é porque nós somos negros que nós somos inferiores não, e nem somos superiores, somos gente. Gente como você e qualquer um outro, e gente que exige respeito”, começou ela no vídeo que foi reexibido.

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“Eu queria dizer o seguinte. É difícil para o negro chegar lá. É difícil e vai continuar por muitos anos sendo difícil, mas a gente tem que lutar, a gente tem que correr atrás. Você, negro, branco ou não, precisa de respeito e de amor. O resto é o resto”, falou ela no vídeo datado de 2000 recebendo aplausos da platéia. Já no palco do programa deste domingo (06), com Gloria presente, Fausto a questionou o que mudou de 2000 para 2019 neste aspecto.

Nos dias atuais

 “Gloria Maria falou sobre esse assunto e recebe o carinho da galera que representa o Brasil e que sabe na carne que o que ela falou é verdade. São quase 20 anos depois. Depois de toda essa guerra, e desse país dividido que você viu na eleição, acha que esse país amadureceu discutindo política e já é capaz de respeitar o homossexual, o negro, o índio, a criança, o velho, com todo tipo de gênero, classe social… Você acha que a gente já está pronto, ou vai demorar ainda?”, indagou o apresentador.

“Eu acho que vai demorar séculos porque não mudou nada dessa entrevista que eu dei para você até hoje. Eu acho que hoje o que a gente tem é uma visibilidade maior. Se discute mais, se fala mais porque você tem a internet, as redes sociais. Mas o problema continua igualzinho. É só olhar em volta. As pessoas continuam sofrendo todo o tipo de discriminação. Os ataques raciais continuam acontecendo, os ataques homofóbicos também, e isso só termina quando esse país tiver educação e souber o que é respeito. Enquanto isso não acontecer a gente vai continuar discutindo em várias Pizzas esse mesmo assunto”, respondeu a jornalista recebendo mais uma vez o aplauso do público.

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