Luciana Mariano revela se foi influenciada por Luciano do Valle a ingressar na carreira de narradora esportiva

Publicado em 11/03/2018

Luciana Mariano foi a primeira mulher na televisão brasileira a narrar uma partida de futebol, função geralmente dominada por homens. Após 19 anos, ela narrou na última quinta-feira (08) uma partida pelo canal ESPN Brasil. Ex-esposa do também narrador Luciano do Valle, falecido em 2014, ela falou em entrevista para o site Notícias da TV sobre o seu início profissional.

Muitas pessoas acreditam que ela só entrou para a narração influenciada pelo marido que lhe abriu portas devido a seu nome influente, fato negado por ela: “Não virei narradora por causa do Luciano. Sequer namorávamos quando estreei. Estreei em 1997 e começamos a namorar em 1998. Comecei a me aproximar dele para entender melhor o trabalho e também para me aperfeiçoar. E aí pintou o clima (risos). Ficamos juntos até 2007, mas graças a Deus tivemos uma boa relação até o final”.

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Luciana falou que ainda existe uma dificuldade muito grande para as mulheres ingressarem na narração por não terem alguém em quem se inspirar para dar o primeiro passo: “Nós não temos em quem nos espelhar. Quando comecei a narrar, eu não tinha para quem olhar, porque não tinha nenhuma mulher narrando. Então fica muito difícil. O cara que começar hoje tem o Galvão Bueno para se inspirar, o Luciano do Valle, um monte de referências, e a mulher não tem. Muitas vezes ela nem sabe que pode fazer isso”.

Sobre a profissão ser dominada por homens, a narradora acredita que seja parte de uma construção social que estimula os homens a terem adoração pelo esporte: “É um meio que foi construído socialmente como majoritariamente masculino. Você não vê uma mãe comprando uma bola para uma menina quando ela começa a andar. Acho que os meninos vão desenvolvendo esse gosto e automaticamente se desenvolvendo para esse meio. E isso se reflete no jornalismo esportivo. Os caras acompanham o futebol desde crianças e é natural que eles estejam inseridos nesse contexto ao longo da vida. É uma questão de construção social”.

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