Agentes Penitenciários vão à Polícia Federal e ao Ministério Público contra O Outro Lado do Paraíso

Publicado em 22/03/2018

Depois de desagradar Psicólogos, Psiquiatras e Coachings, a novela O Outro Lado do Paraíso, da Globo, entrou na mira de ódio de outra classe: a dos Agentes Penitenciários, mais exatamente o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo.

Na semana passada, o Sindicato entrou com uma representação do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF), através da Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, contra a novela de Walcyr Carrasco.

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Além disso, no início deste mês de março, o diretor de Regionais do Sindasp-SP, Gilmar Pereira (Índio), registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Federal contra a emissora carioca.

Tudo isto ocorre pela cena exibida no dia 21 de fevereiro, quando o pedófilo Vinícius (Flávio Tolezani) foi morto dentro da cadeia por presos. Na sequência, os agentes penitenciários da prisão fazem vista grossa contra a morte do ex-delegado, dando a entender que desejam sua morte.

Vinicius Flávio Tolezani morto em O Outro Lado do Paraíso ReproduçãoO Outro Lado do Paraíso

Numa nota divulgada no final de fevereiro, mais exatamente no dia 22, o Sindasp-SP, através justamente do seu diretor de regionais, repudiou a cena e mostrou indignação contra a sequência de O Outro Lado do Paraíso.

“Como agente penitenciário, quero aqui manifestar meu repúdio contra a TV Globo por levar ao ar uma cena que denigre a imagem de toda uma categoria, quando aponta o envolvimento dos agentes penitenciários com os presos, deixando claro que os servidores fazem corpo mole para que ocorra o crime”, escreveu o órgão.

Já é a quarta polêmica que O Outro Lado do Paráiso tem por conta de suas tramas. Em novembro, a Associação de Psiquiatras repudiou cenas de Clara (Bianca Bin) onde ela tomava choque em uma clínica.

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Já em janeiro, o Conselho Federal de Psicologia repudiou cenas onde Laura (Bella Pierro) procurava a advogada Adriana (Julia Dalavia), que tinha feito cursos de coaching, para tratar de um problema psicológico grave: ela foi abusada na infância justamente por Vinícius.

A trama também desagradou os coachings, que não gostaram do modo que seu trabalho foi divulgado no principal horário da TV brasileira. O Instituto Brasileiro de Coaching pagou por este “merchandising social”.

Procurada para comentar as acusações do Sindasp-SP pelo Observatório da Televisão, a Globo ainda não retornou aos contatos. Caso o faça, a matéria será atualizada.

Leia a nota do Sindicato na íntegra:

“Quero aqui externar meu repúdio à cena da novela “O Outro Lado do Paraíso”, exibida pela TV Globo, onde o delegado Vinícius (Flávio Tolezani), preso por pedofilia, é morto ao ser esfaqueado por outro preso.

A cena, claramente, enfatiza que os agentes penitenciários que fazem a segurança no pátio da unidade prisional durante o banho de sol dos detentos, têm conhecimento do assassinato que iria ocorrer.

A cena mostra uma troca de olhares com os presos e os agentes penitenciários deixam o local para que o delegado possa ser assassinado sem qualquer interferência da segurança. Nessa hora, um dos presos se aproxima e esfaqueia o delegado Vinícius. Clique para assistir a cena.

Como agente penitenciário, quero aqui manifestar meu repúdio contra a TV Globo por levar ao ar uma cena que denigre a imagem de toda uma categoria, quando aponta o envolvimento dos agentes penitenciários com os presos, deixando claro que os servidores fazem corpo mole para que ocorra o crime.

Tal cena é lamentável e jamais retrata a realidade vivida em uma unidade prisional no se diz respeito ao comportamento daqueles que zelam pela segurança dos presídios. Lá estão profissionais, pais e mães de família, que honestamente exercem suas funções para o sustento de suas famílias.

Tenho apenas a lamentar e deixar aqui o meu repúdio.

Gilmar Pereira de Oliveira

Diretor de Regionais do Sindasp-SP

Agente de Segurança Penitenciária”

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