Outros jornalistas que morreram tragicamente, como Ricardo Boechat

Publicado em 12/02/2019

O jornalista Ricardo Boechat faleceu ontem, 11 de fevereiro, aos 66 anos. Ele estava a bordo de um helicóptero que vinha de Campinas com destino à sede do Grupo Bandeirantes de Comunicação, no bairro paulistano do Morumbi, onde trabalhava. A aeronave tentou um pouso na Rodovia Anhanguera e acabou batendo num caminhão que transitava na via. Infelizmente, Boechat não foi o primeiro jornalista que morreu de maneira trágica e abrupta. Relembraremos abaixo alguns outros profissionais que faleceram de repente, especialmente em acidentes.

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1984: duas tragédias seguidas envolvendo jornalistas na mesma região

Em 28 de junho de 1984, o estado do Rio de Janeiro foi palco de duas grandes fatalidades com jornalistas entre suas vítimas. Na região de Macaé, 14 profissionais de três emissoras de TV diferentes faleceram em virtude da queda do avião que os transportava. Eles viajavam para a região a convite da Petrobras, para a cobertura das atividades da empresa. Especialmente, a produção de mil barris de petróleo ao dia. TV Globo, TV Manchete, TVE (hoje TV Brasil) e TV Bandeirantes eram as empresas representadas pelas vítimas.

No dia seguinte, após fazerem uma reportagem que cobriu justamente a morte dos 14 colegas, Samuel Wainer Filho e Felipe Ruiz, ambos da TV Globo, também faleceram. A Veraneio que os transportava colidiu com uma árvore na Rodovia Amaral Peixoto, após derrapar na pista molhada. A saber, nas proximidades do município de Rio Bonito. Os dois tinham 29 anos de idade. Samuel era filho do também jornalista Samuel Wainer, fundador do jornal Última Hora na década de 1950, e de Danuza Leão, ex-modelo, consultora de estilo e escritora.

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Heron Domingues, o enfarte após a notícia histórica

Em 9 de agosto de 1974, a edição do Jornal Internacional da TV Globo apresentou Heron Domingues dando mais uma das muitas notícias históricas que chegaram aos espectadores por meio de sua voz. O noticiário interno era alvo de forte censura, e o internacional, menos visado, proporcionou à emissora a chance de falar de temas espinhosos por aqui. Política, principalmente. Com efeito, no rádio, a voz de Heron Domingues ficou marcada no Repórter Esso.

E foi justamente a saída de Richard Nixon do poder nos Estados Unidos a última grande notícia dada por Heron Domingues. Imagens gravadas do circuito interno de TV dos estúdios onde Nixon se encontrava para um pronunciamento à nação foram mostradas. Heron narrou um texto de Jorge Pontual na ocasião. Poucas horas após a edição do noticiário, o apresentador sofreu um enfarte enquanto dormia. Contava 50 anos então recém-completados.

Júlio de Lamare, primeiro diretor de esportes da TV Globo

Em 1973, Júlio de Lamare ocupava o cargo de diretor de esportes da TV Globo. Foi convidado por Walter Clark para estruturar o setor de transmissões e reportagens esportivas da emissora. Decerto, após o êxito de seu trabalho em coberturas como as dos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. Além disso, o jornalista conciliava as atividades na TV com as do veículo impresso do grupo, O Globo.

Em 11 de julho de 1973, o jornalista seguia para a Europa com o propósito de cobrir o Grande Prêmio de Silverstone de Fórmula 1. Júlio de Lamare foi uma das 122 vítimas da queda do Boeing 707 da Varig. O jornalista estava com 45 anos. Apenas 12 pessoas sobreviveram ao acidente, ocorrido nas proximidades do aeroporto francês de Orly. O avião saiu do Rio de Janeiro com destino a Londres. Um incêndio num dos banheiros da aeronave motivou um pouso forçado. Aliás, na ocasião, faleceu também o cantor Agostinho dos Santos. Bem como o colega de Júlio na empreitada, Antonio Carlos Scavone.

Chapecoense, tristeza que persiste no jornalismo brasileiro

Inegavelmente, a tragédia do voo da Chapecoense, em novembro de 2016, ainda está fresca na memória dos brasileiros. Vinte e um profissionais de imprensa, entre repórteres, comentaristas e narradores esportivos, perderam a vida no acidente. O avião seguia de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para Rio Negro, na Colômbia. O time catarinense disputaria a partida final da Copa Sul-Americana. Entre eles, Deva Pascovicci, Mário Sérgio, Vitorino Chermont e Paulo Júlio Clement. Havia 77 passageiros no avião, dos quais apenas seis foram resgatados com vida.

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