Há 53 anos, entrava no ar aquela que se tornaria a maior emissora de TV do Brasil e a segunda do mundo; conheça as primeiras atrações

Publicado em 26/04/2018

26 de abril de 1965. Desde a apresentação do padrão técnico ao som de “Moon River”, de Henry Mancini, com o aparato técnico montado pelo diretor de engenharia Herbert Fiuza, até hoje, já se passaram 53 anos da estreia da TV Globo, canal 4 do Rio de Janeiro, que originou aquela que se tornaria a maior rede de televisão do Brasil e hoje é a segunda maior TV do mundo, atrás apenas da norte-americana ABC.

Nos primeiros meses, a TV Globo exibiu uma grade de programação com atrações variadas, para todos os públicos, mas apenas no início de 1966 foi que a emissora conseguiu chamar a atenção da audiência, com sua transmissão ousada e engajada do drama das chuvas no Rio de Janeiro, que provocaram enchentes como há muito não se via. Vamos recordar algumas das primeiras atrações da emissora, que iniciaram o caminho vitorioso da TV de Roberto Marinho.

TV Globo RIo
Funcionários diante da sede da emissora

A primeira novela da Globo, gravada em São Paulo, foi Ilusões Perdidas, escrita por Ênia Petri e dirigida por Líbero Miguel e Sérgio Britto. Contava com Reginaldo Faria, Leila Diniz, Norma Blum, Emiliano Queiroz e Osmar Prado no elenco, entre outros, e inicialmente foi exibida apenas de segunda a quarta-feira, às 19h30. Pouco depois da estreia passou a ir ao ar de segunda a sexta e em novo horário: 22h. Mas a primeira produção de teledramaturgia da Globo em seus estúdios do Rio foi Rua da Matriz, série com histórias de cinco capítulos que era levada ao ar às 18h30, de segunda a sexta-feira. Com textos de Lygia Nunes, Hélio Tys e Moysés Weltman e direção de Graça Mello, as histórias tratavam do dia a dia dos moradores da rua do título, como a família de um mecânico (Lafayette Galvão), um inventor (Milton Carneiro) e um taxista (Nestor de Montemar). Já a primeira novela gravada no Rio pela emissora foi Rosinha do Sobrado, de Moysés Weltman, que substituiu Ilusões Perdidas em agosto de 1965, porém no mês seguinte passou para às 19h, e contava o caso de amor entre uma jovem paralítica (Marília Pêra) e o médico (Gracindo Júnior) que um dia é chamado para consultá-la.

Leila Diniz e Reginaldo Faria em Ilusões Perdidas
Leila Diniz e Reginaldo Faria em Ilusões Perdidas

Pela manhã, abrindo a programação às 11h, Tia Fernanda apresentava o Uni-Duni-Tê, que reproduzia uma sala de aula em seu cenário e consistia num programa infantil de cunho didático. Ficou no ar por quatro anos. No final da tarde às 17h, o grande sucesso infantil dos primeiros anos da Globo: Capitão Furacão, com Pietro Mário interpretando o velho lobo do mar e Elizângela (a partir de 1966) como sua assistente. “Sempre alerta e obediente!” era o apelo que o Capitão fazia a seus pequenos marinheiros, os “grumetes”.

Na linha de entretenimento e variedades, já no dia 26 de abril de 1965 foram lançados diversos programas. Às 14h era exibido o Sempre Mulher, com Célia Biar e Edna Savaget, que em 30 minutos apresentava diversos quadros sobre beleza, moda, etiqueta, culinária e economia doméstica, com a participação de convidados ligados a essas áreas. Às 14h30 entrava a sessão de filmes Romance na Tarde e logo em seguida, às 16h30, mais meia hora de variedades no programa Festa em Casa, que era apresentado por Paulo Monte e também contava com Edna Savaget, aqui na coordenação. Edna participou desse início da TV Globo como responsável pela grade vespertina.

Edna Savaget
Edna Savaget Acervo Pessoal

Às 20h, no dia da estreia a emissora apresentou o primeiro programa de Musicalíssima, que em uma hora de duração levava aos telespectadores adaptações de grandes óperas ou de musicais da Broadway. Naquele dia o espetáculo foi “Forrobodó”, de Luiz Peixoto, que se passava num clube de subúrbio.

Às 12h30 e às 19h, eram transmitidas as duas edições diárias do Teleglobo, primeiro noticiário da emissora, apresentado por Hilton Gomes, Teixeira Heizer e Íris Lettieri. Às 23h30, o Se a Cidade Contasse narrava casos pitorescos ocorridos no Rio e sua inspiração vinha de uma coluna d’O Globo impresso, publicada na época.

Teleglobo
Teleglobo

Às 22h30, Gláucio Gil apresentava o Show da Noite, que era exibido ao vivo e com a presença de auditório. Entrevistas e números musicais compunham a atração que tinha uma hora de duração e ficou marcada pela morte do apresentador ao vivo, em 13 de agosto daquele ano. Gláucio sofreu um ataque cardíaco enquanto apresentava o Show da Noite e morreu na hora. Foi substituído por Paulo Roberto, mas aos poucos o programa teve sua periodicidade diminuída – inicialmente ia ao ar de segunda a sexta-feira – e a última edição foi exibida em 30 de dezembro.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade