Louca Paixão, novela da Record, estreava há 19 anos

Publicado em 30/03/2018

No dia 30 de março de 1999, estreava no horário nobre da Record a novela Louca Paixão. Escrita por Yves Dumont, a trama era baseada em 2-5499 Ocupado, a primeira novela diária da televisão brasileira, e que foi escrita por Dulce Santucci, baseada na obra do autor argentino Alberto Migré, para a TV Excelsior em 1963. Karina Barum e Mauricio Mattar eram os protagonistas.

Louca Paixão contava a história de Letícia (Karina Barum), uma jovem órfã que cresceu num orfanato e foi presa injustamente, acusada de matar sua companheira de quarto. Ela está há cinco anos no presídio e, por bom comportamento, acaba sendo escolhida para trabalhar no local como telefonista. Mesmo com os constantes assédios de Jacinto (Altair Lima), diretor do local, e as implicâncias da carcereira Aracy (Eliete Cigarini) e da detenta do mal Soninha 38 (Ingra Liberato), Letícia acredita que terá um futuro melhor ao sair da cadeia. Um de seus pilares de sustentação é sua amiga Vera (Suzy Rego), sua companheira de cela.

Um dia, Letícia tenta ligar para uma borracharia a pedido do Dr. Jacinto, mas, por conta de um engano, acaba ligando para a redação de uma revista de moda. Quem a atende é André de Albuquerque (Maurício Mattar), o diretor da revista, que fica encantado com sua voz. Os dois, ao perceberem o engano, começam uma terna conversa, ficando encantados um com o outro. Mas Letícia não tem coragem de dizer que está presa, e acaba mentindo seu nome, dizendo que se chama Vera.

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André é um jovem empresário muito bem-sucedido, mas que vive entediado em razão de sua vida sem emoções. Ele é noivo de Carla (Cássia Linhares), uma mulher fútil que é completamente obcecada por ele, e é filho de Teresa (Glauce Graieb), uma mulher mau-caráter, que faz de tudo para manter seu status social. Neste contexto, seu único refúgio são as conversas com Letícia, por quem acaba se apaixonando. Até que um dia, Vera deixa o presídio, e Letícia pede que a amiga contate André. Ela o faz, mas quando se encontra com o empresário, se encanta por ele e se faz passar pela amiga.

Até que Letícia deixa a prisão, se encontra com André, e os dois finalmente podem viver sua paixão. Mas terão que enfrentar Carla e Teresa, que se unem para impedir que André fique com a ex-presidiária. Teresa chega a se unir a Pedrão, ex-marido de Vera, um bandido de quem passa a ser amante, enquanto arma muitas tramoias para se dar bem.

Louca Paixão foi uma aposta da Record para consolidar seu horário de novelas, em alta em razão do relativo sucesso de Estrela de Fogo, trama que a antecedeu. Assim como sua antecessora, Louca Paixão foi produzida pela JPO, de José Paulo Vallone, que também respondia pela superintendência artística e de programação da Record. A ideia era fazer um folhetim tradicional que fosse capaz de manter o público da emissora e, daí, surgiu o projeto de revisitar a trama de 2-5499 Ocupado.

A novela dos anos 1960 foi protagonizada por Tarcísio Meira e Gloria Menezes, e entrou para a história da televisão brasileira por ter sido a primeira telenovela nacional a ter capítulos diários. A trama foi exibida de 22 de julho a setembro de 1963, pela TV Excelsior e foi uma adaptação de Dulce Santucci para o original do argentino Alberto Migré com direção de Tito Di Miglio. Gloria vivia Emily, uma presidiária que ligava por engano para Larry, um advogado. 2-5499 Ocupado começou sendo exibida três vezes por semana, mas logo passou a ter capítulos diários, o que depois se tornou um padrão das telenovelas. A história consagrou Tarcísio e Gloria como o grande casal da TV brasileira.

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Yves Dumont, então, trabalhou na adaptação, trazendo o plot original para a contemporaneidade. Entre as mudanças necessárias, estava a inclusão de tramas paralelas, já que 2-5499 Ocupado contava apenas com 12 personagens para contar uma história que durou 42 capítulos. Já Louca Paixão teve 30 personagens e, para isso, Yves Dumont alterou a profissão do protagonista, que passou a ser um dono de revista. Os nomes também foram mudados, e Larry tornou-se André, enquanto Emily virou Letícia.

Para a produção, a direção da novela foi buscar dois nomes então em alta na Globo. Mauricio Mattar, então galã de várias novelas globais, topou mudar de canal seduzido pela possibilidade de poder cantar na novela. Na época, ele buscava se dedicar mais à carreira de cantor do que de ator. Já Karina Barum havia acabado de estrear na TV, e se destacou vivendo a personagem Shirley, da novela Torre de Babel, da Globo. Outros nomes da novela foram Lolita Rodrigues (Helena), Geórgia Gomide (Joana), Rosaly Papadopol (Bianca), Carlo Briani (Domênico) e Angela Figueiredo (Dra. Suzana). Viviane Porto havia acabado de deixar o programa Fantasia, onde era dançarina, e estreou como atriz na novela, vivendo a personagem Amanda. Fabiana Alvarez (Juliana) e Rodrigo Veronese (Cadu), que depois se tornaram figurinhas carimbadas de novelas da emissora, também se destacaram em Louca Paixão.

Com média de 11 pontos de audiência, Louca Paixão foi a mais bem-sucedida dentre as novelas produzidas na parceria entre Record e JPO. O bom resultado chegou a influir na decisão do SBT com seu horário de novelas, já que Pérola Negra estava chegando ao fim enquanto Louca Paixão estava no ar, e O Direito de Nascer, então engavetada, era a produção escalada para substituí-la. No entanto, a direção da TV de Silvio Santos considerou que O Direito de Nascer era dramática demais, e o público fã de novelas românticas que acompanhava Pérola Negra poderia migrar para Louca Paixão com o fim da história protagonizada por Patrícia de Sabrit. Assim, o SBT voltou a engavetar O Direito de Nascer e escalou a novela mexicana A Usurpadora para substituir Pérola Negra.

Louca Paixão foi reapresentada duas vezes na Record, em 2002 e em 2007, também com bons índices de audiência. A trama teve 141 capítulos, e foi escrita por Yves Dumont, com colaboração de Lílian Víveros e Paulo Cabral. A direção era de Jacques Lagôa e Rodolfo Silot, com direção-geral de José Paulo Vallone.

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Reveja a abertura de Louca Paixão:

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