Há 45 anos, Band resgatava Revista Feminina, pioneira atração para mulheres

Publicado em 26/02/2018

Prestes a lançar Melhor da Tarde com Cátia Fonseca, sua mais nova aposta para o público feminino, a Band já investiu no filão em outras ocasiões. Em 1973, por exemplo, o canal da família Saad relançava o Revista Feminina, primeiro programa da televisão brasileira voltado para as mulheres, e que havia sido exibido inicialmente pela TV Tupi entre 1958 e 1971, sob o comando de Maria Thereza Gregori.

O programa era apresentado nas tardes da TV brasileira e passou por três emissoras diferentes. Na TV Tupi, ficou 13 anos no ar, tornando-se um clássico. Após dois anos fora do ar, a atração foi retomada pela Band, canal que o exibiu até 1981. Em seguida, Revista Feminina foi reeditada pela TV Gazeta, onde ficou mais um ano no ar.

Na TV Tupi dos anos 1950, Revista Feminina falava sobre a mulher daquela época, ou seja, com assuntos de interesse, sobretudo, às donas de casa. O programa, então, tratava de moda, beleza, pediatria, culinária, geriatria e noticiário. E também exibia novelas, e lançou na telinha nada menos que Glória Menezes, que atuou em Senhora, adaptação do romance de José de Alencar. Em entrevista à revista IstoÉ Gente, em 2000, Maria Thereza afirmou que foi ela quem indicou Glória para a atração. “Precisavam de uma atriz e sugeri a Glória, minha amiga da Escola de Arte Dramática”, contou.

Além de Glória Menezes, outros ícones da TV brasileira debutaram na telinha no Revista Feminina. Clodovil e Denner, dois expoentes da moda no país, eram colaboradores da atração, trazendo informações sobre o mundo da moda. Já a culinarista Ofélia Anunciatto, pioneira no segmento de cozinha na TV, trazia dicas de culinária.

Em 1971, a Tupi cancelou o Revista Feminina, e Maria Thereza Gregori ficou dois anos afastada da TV. Retornou pela TV Bandeirantes em fevereiro de 1973, trazendo de volta várias das atrações que a consagrou. No entanto, entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980, Revista Feminina passou a acompanhar a evolução do universo feminino, mesclando assuntos mais amenos e caseiros com informações gerais sobre mercado de trabalho, política e economia.

Na Band, Revista Feminina repetiu seu sucesso inicial e permaneceu no ar por oito anos, sendo cancelado em 1981. Mas ganhou uma sobrevida quando a Gazeta contratou Maria Thereza Gregori e “ressuscitou” Revista Feminina, já mais voltado para notícias e informações gerais. Esta fase, no entanto, durou pouco: apenas um ano.

O pioneirismo de Maria Thereza Gregori no universo dos programas femininos a credenciava a opinar sobre suas “sucessoras”, como Ana Maria Braga, Claudete Troiano, Ione Borges e cia. Em entrevista à IstoÉ Gente do ano 2000, a apresentadora criticou os femininos exibidos no final do século 20. “Hoje só se preocupam com comida, parece que as mulheres só sabem fazer isso e o pior é que engorda”, alfinetou ela. Na época, todos os femininos exibidos nas tardes da Globo, Band, Record, RedeTV! e Gazeta eram 90% dedicados aos quadros de culinária.

Maria Thereza Gregori faleceu em 2013, após um ataque cardíaco, aos 87 anos.

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