Há sete anos, terminava a segunda versão de Uma Rosa com Amor

Publicado em 16/08/2017

No dia 16 de agosto de 2010 chegava ao fim a segunda versão de Uma Rosa com Amor, produzida pelo SBT. A trama era um remake da obra de Vicente Sesso, produzida anteriormente pela Globo em 1973, adaptada pelo autor Tiago Santiago, que estreava na emissora de Silvio Santos. Carla Marins e Claudio Lins viveram os protagonistas desta versão, que foi dirigida por Del Rangel.

Uma Rosa com Amor contava a história da doce Serafina Rosa (Carla Marins), uma moça simples que vivia em um cortiço de São Paulo com seus pais, Giovanni (Edney Giovenazzi) e Amália (Betty Faria), e seus irmãos Terezinha (Sabrina Petraglia) e Dino (Bruno Bezerra). Serafina trabalha na empresa de Claude (Claudio Lins), e é secretamente apaixonada pelo chefe. Claude, por sua vez, não tem olhos para a moça, e se concentra mais nos negócios milionários que toca e, também, na noiva Nara (Mônica Carvalho), a quem enrola porque sofre com uma séria alergia à palavra “casamento”. Vista por todos como uma moça “sem graça”, Serafina sofre com a solidão, e costuma mandar rosas para si mesma para que todos na empresa pensem que ela tem um namorado.

No entanto, quando Claude, que é francês, precisa de um visto para permanecer no Brasil e iniciar um negócio de 10 milhões, se vê obrigado a se casar. Como Nara ainda é oficialmente casada, Claude, com a ajuda de seu amigo Frazão (Toni Garrido), sai em busca de uma noiva. E, como Serafina é muito admirada por Mr. Smith, americano com quem Claude quer fechar o negócio, a secretária acaba sendo a eleita, para horror de Nara, que passa a persegui-la.

A produção de Uma Rosa com Amor se deu ainda no contexto de uma batalha pela audiência que o SBT travava com a Record. Quando a TV da Barra Funda contratou Gugu Liberato, o SBT contra-atacou contratando uma série de profissionais importantes da Record, e o autor Tiago Santiago estava entre eles. O novelista era uma peça-chave da dramaturgia da Record naquele momento, tendo assinado os sucessos A Escrava Isaura, Prova de Amor e Caminhos do Coração, além de ser consultor de dramaturgia. Com o fiasco de Promessas de Amor, terceira fase da “trilogia Mutantes”, as relações entre Santiago e a Record estremeceram, e, por isso, o novelista acabou atendendo ao chamado de Silvio Santos. A ideia era ter mais um autor de novelas para revezar com Iris Abravanel, e ressuscitar a teledramaturgia do SBT.

Assim, Tiago Santiago chegou ao SBT já com a missão de escrever uma nova novela praticamente a toque de caixa. Para isso, foi oferecido ao autor alguns textos adquiridos pelo SBT no passado para a realização de remakes, como a obra radiofônica de Janete Clair (que rendeu Vende-se um Véu de Noiva, de Iris Abravanel) e textos de Vicente Sesso, entre eles Uma Rosa com Amor. Santiago acabou optando por refazer a saga de Serafina Rosa, que havia sido uma novela das sete de sucesso da Globo. “Assisti a novela em 1972, quando tinha 9 anos, e guardei dela uma doce lembrança. Tenho agora a enorme responsabilidade de apresentar a novela para as novas gerações. A história é linda, plena de peripécias cômicas, com carpintaria dramática magistral. Estou certo de que a trama vai encantar e alegrar as noites das famílias brasileiras, como fez há mais de trinta anos”, afirmou o autor na época.

O SBT apostou alto na novela e fez várias boas contratações para o elenco. Um dos primeiros nomes fechados foi da veterana Betty Faria, que viveu Amália, personagem vivida anteriormente por Tonia Carrero. Serafina e Claude, vividos anteriormente por Marília Pêra e Paulo Goulart, foram entregues a Carla Marins e Claudio Lins. Outros nomes conhecidos a integrarem o elenco foram Isadora Ribeiro, como a atriz Roberta Vermont, que se torna grande amiga de Rosa, e, ainda, Clarisse Abujamra (Catarina Rosa Batateira), Jussara Freire (Pepa) e Etty Fraser (Antonieta).

Para lançar a nova produção, o SBT resolveu alterar sua faixa de novelas, que, naquela época, estava no horário das 22 horas, com Vende-se um Véu de Noiva. Uma Rosa com Amor substituiu a trama de Iris Abravanel, mas já na faixa das 20 horas, mais de acordo com o tom de comédia romântica da obra. A estreia foi agradável, revelando que o SBT havia acertado com o bom elenco e a trama leve e divertida. Entretanto, como o canal estava já há algum tempo sem emplacar uma novela, demorou para Uma Rosa com Amor ser descoberta pelo público. A trama estreou com 5 pontos no Ibope e demorou a engrenar. Tiago Santiago acreditava que o fraco desempenho se dava em razão do horário, já que, para ele, comédias românticas funcionavam melhor no horário das sete.

Então, para elevar os índices, o autor acabou promovendo mudanças de rota e resolveu imprimir alguma ação no enredo, além de inserir duas crianças que conversavam com fantasmas. Nesta fase, a história ficou um tanto esquisita, mas nada que tenha desfigurado demais a novela. E a prova de que a trama era eficiente por si mesma foi sua reprise, um ano depois, que registrou bons índices de audiência na faixa da tarde do SBT.

Leia também:

Donas de Casa Desesperadas estreava há 10 anos

Reveja o último capítulo de Uma Rosa com Amor:

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade