Alma Gêmea estreava há 12 anos

Publicado em 20/06/2017

No dia 20 de junho de 2005, entrava no ar Alma Gêmea, novela das seis da Globo mais assistida da década de 2000. Escrita por Walcyr Carrasco, a trama sobre reencarnação foi um grande sucesso, alçando o autor a levar suas histórias aos horários considerados mais “nobres”.

A trama girava em torno do amor entre Rafael (Eduardo Moscovis) e Luna (Liliana Castro), dois jovens apaixonados considerados almas gêmeas. O amor deles é ameaçado pela inveja de Cristina (Flavia Alessandra), prima de Luna, que nutre uma paixão obsessiva pelo namorado da prima e deseja tudo o que ela tem. Quando Rafael e Luna se casam e têm um filho, Cristina vai trabalhar como governanta na casa deles e segue obcecada pelo marido da prima. Até que Luna ganha as joias de herança da família, deixando Cristina irada. Assim, ela arma com o cúmplice Guto (Alexandre Barillari) um assalto à prima, e Luna acaba morrendo. Rafael, então, passa a viver solitário e sofrer com a ausência da amada.

Mas, numa aldeia longe dali nascia Serena (Priscila Fantin), filha de uma índia com um garimpeiro. Serena cresce em uma aldeia indígena e sente que não pertence àquele lugar. Ela enxerga uma rosa branca na água e tem estranhas lembranças, até que o pajé da tribo explica a ela que a índia tem um sonho dentro de si, e precisará deixar a tribo para buscá-lo. Assim, Serena parte para a cidade de Roseiral, onde ganha a companhia do esperto Terê (David Lucas) e vai trabalhar como empregada na casa de Rafael. Quando Serena e Rafael se olham, despertam um amor imenso, inicialmente sem se darem conta de que são almas gêmeas, já que Serena é a reencarnação de Luna. Cristina, claro, não vai deixar barato a aproximação da índia e seu amor, e fará de tudo para afastá-los.

Assim, Alma Gêmea conquistou o público com uma história de amor um tanto “água-com-açúcar”, mas totalmente arrebatadora. Vivendo a pérfida vilã Cristina, Flavia Alessandra experimentava uma grande virada em sua carreira, até então construída por mocinhas sem muita expressão. A dupla de malvadas que ela formava com Ana Lucia Torre, que vivia sua mãe Débora, era maravilhosa.

E, além da trama central, Alma Gêmea contava com tramas paralelas muito simpáticas e divertidas, nas quais o autor Walcyr Carrasco colocava seu humor ingênuo e pueril que consagrou suas tramas anteriores, O Cravo e a Rosa e Chocolate com Pimenta. Entre elas, a divertida história de amor de Olívia (Drica Moraes), uma mulher abandonada pelo marido que precisa tomar o rumo de sua vida sozinha, e Vitório (Malvino Salvador), um cozinheiro meio mal humorado. É o típico casal “gato e rato”, que o autor costuma explorar em quase todas as suas novelas.

Também era bem engraçado o núcleo da pensão, onde vivia o divertido casal Divina (Neusa Maria Faro) e Osvaldo (Fulvio Stefanini). Osvaldo vivia brigando com a sogra, Dona Ofélia (Nicette Bruno), e era sempre repreendido pela esposa, que repetia: “Osvaldo, não fale assim com a mamãe!”. Ofélia achava que sua filha era a “moça” mais linda do mundo, e Osvaldo era completamente apaixonado por ela, a quem chamava de “Repolhinho”. Outro núcleo que rendeu era o da fazenda do tio Nardo (Emiliano Queiroz), onde viviam os irmãos Crispim (Emílio Orciollo Neto) e Mirna (Fernanda Souza). Ela, que carregava a pata Doralice a tiracolo, queria arrumar um marido, mas seu ciumento irmão não deixava ninguém se aproximar dela, tratando de jogar qualquer pretendente no chiqueiro.

Alma Gêmea fez “explodir” o horário das seis em seu período de exibição, entre junho de 2005 e março de 2006. Em seus seis primeiros meses, a trama alcançou uma média de 37 pontos, e 59% de share, considerada a maior audiência da década. Seus números, muitas vezes, “encostavam” nos números registrados por Belíssima, a trama do horário das 21h da época que também registrava boa audiência. No capítulo final da história, Alma Gêmea conquistou a maior média de fim de novela das 18 horas desde Sonho Meu, em 1994: 53 pontos com picos de 56, índice de novela das 20h. Seu capítulo final, que mostra as sequências do casamento de Mirna, o final feliz de Olívia e Vitório, a morte da vilã Cristina e Rafael e Serena morrendo juntos, bateu Belíssima. Teve média geral de 39 pontos, a maior audiência do horário na década de 2000.

Alma Gêmea teve 227 capítulos, e foi escrita por Walcyr Carrasco com colaboração de Thelma Guedes, direção de Fred Mayrink e Pedro Vasconcelos, e direção-geral e núcleo de Jorge Fernando. Foi reapresentada pelo Vale a Pena Ver de Novo, entre 24 de agosto de 2009 a 12 de março de 2010, em 145 capítulos, também com boa audiência.

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