Yara Charry comenta trajetória de sua personagem em Malhação: “Me fez refletir sobre o valor dos nossos sonhos”

Publicado em 29/10/2018

Depois do perrengue que passou ao ter uma trapaça revelada em rede nacional, Jade (Yara Charry) finalmente parece ter amadurecido em “Malhação – Vidas Brasileiras” (Globo).

A jovem, que escondeu de sua banda – a Tales de Miletto – que gravaria uma música solo, forjou o resultado do concurso que patrocinou o clipe da canção.

A tramóia acabou indo parar na TV.

Mesmo chateados com Jade, os integrantes da Tales de Miletto e os outros colegas da turma a perdoaram.

Foi uma trajetória que fez com que Jade refletisse sobre seu jeito nonsense de agir.

Leia: Yara Charry fala das expectativas com o futuro de Jade em Malhação e afirma: “Ela só toma decisões erradas”

“Jade tem uma ambição grande… Em alguns momentos ela é sem filtro (risos), mas ainda assim não a considero maldosa, sabe?

Seu jeito um pouco ‘entrão’ pode às vezes soar presunçoso, mas a vida tem ensinado Jade a lidar com suas emoções diante das mais diferentes experiências.

Eu, por exemplo, nunca passei por uma situação onde o sucesso fosse mais importante que o amor por algo que se está fazendo.

Acredito que tudo tem seu tempo e as possibilidades nos permitem amadurecer”, afirma Yara ao Observatório da Televisão.

Leia: “A Jade para mim é nojentinha mesmo”, afirma Yara Charry sobre sua personagem em Malhação – Vidas Brasileiras

A atriz disse também que a quinzena em que Jade foi protagonista da novela teen a fez refletir sobre o valor dos sonhos de cada um:

“Sem eles a vida não faz o menor sentido.

Claro que no caso da Jade, ela é um pouquinho astuta, mas na minha opinião isso a torna mais esperta do que realmente má”.

Yara Charry, da França para Malhação

Nascida e criada na França, Yara veio para o Brasil em 2016, sem nenhuma experiência como atriz, para atuar na novela “Velho Chico”, para a qual foi convidada.

Ela não pensava em ficar, mas gostou tanto do novo ofício que resolveu se mudar de vez. “Malhação – Vidas Brasileiras” é seu segundo trabalho como atriz.

Confira a entrevista na íntegra:

Yara, o que achou da quinzena da Jade e do Érico?

Acredito que ambas as histórias trouxeram aprendizados. São quinzenas bem especiais e que para mim foram marcantes, sobretudo pelas abordagens.

Érico (Gabriel Fuentes) viveu situações que estamos acostumados, infelizmente, a ver nos noticiários.

Como por exemplo, um jovem ser preso, separado de sua família, testemunhar terríveis rebeliões e, ainda assim, lutar para manter a sanidade e nos ensinar sobre a importância dos recomeços.

Considero valiosas as reflexões que tiramos de cada cena. As de Jade, claro, também tiveram bastante intensidade, porque ela é uma menina libertária, que sonha demais, porém luta o triplo para tornar real tudo que sua mente cria.

Essa quinzena me fez refletir sobre o valor dos nossos sonhos e, com isso, perceber que sem eles a vida não faz o menor sentido.

Claro que no caso de Jade ela é um pouquinho astuta, mas na minha opinião isso a torna mais esperta do que realmente má.

Desafios

Que cenas foram mais desafiadoras ou emocionantes para você?

A emoção falou mais alto em dois momentos que me marcaram muito nesta quinzena:

Quando Jade e Érico ficaram presos na praia e quando Jade estava no programa de TV.

A possibilidade de sucesso subiu à cabeça da Jade… Isso já rolou com você ou com alguém próximo a você?

Jade tem uma ambição grande…

Em alguns momentos ela é sem filtro (risos), mas ainda assim não a considero maldosa, sabe?

Porém, claro, seu jeito um pouco ‘entrão’pode às vezes soar presunçoso, mas a vida tem ensinado Jade a lidar com suas emoções diante das mais diferentes experiências.

Eu, por exemplo, nunca passei por uma situação onde o sucesso fosse mais importante que o amor por algo que se está fazendo.

Acredito que tudo tem seu tempo e as possibilidades nos permitem amadurecer.

Fama

Parece “fácil” se encantar por esse mundo das celebridades… Você não acha?

Até pode parecer fácil, ou de repente não. Essa pode ser uma questão subjetiva.

Vemos que muitas pessoas, de fato, se espelham nas celebridades, o que não considero uma questão problemática, pois temos artistas e personalidade incríveis, com histórias inspiradoras e atitudes que tem feito muita diferença no mundo.

Esses são, ao meu ver, os maiores encantos: o quanto contribuímos para melhorar os ambientes.

Jade se beneficiou das fake news criadas por Fabiana. Acha que é difícil separar o que é informação e o que é fake hoje em dia? Já caiu em alguma cilada de fake news?

Nunca caí, felizmente. Fake news é um assunto que precisa ser debatido.

O intuito de quem pratica esse ato é ferir alguém.

E muitas vezes a violência, por causa de matéria falsa, ultrapassa o virtual, chegando a romper vidas.

Como exemplo, que considero bem absurdo, temos o caso da mulher amarrada, espancada e arrastada até a morte por um grupo de moradores do bairro Morrinhos, no Guarujá (SP), em 2014, após boatos de que seria sequestradora de crianças serem espalhados no Facebook.

Diante de um cenário assim, penso que realmente é difícil ter o controle de tudo que está na internet, mas podemos buscar ter o bom senso, ou seja, antes de acreditar demais, ou cegamente, pesquisar, interagir, buscar, apurar.

Isso faz toda a diferença na hora de compartilhar um conteúdo.

Erros

Jade parece ter aprendido com os erros… Será que ela vai sossegar de vez ou ainda vai aprontar?

Jade é uma menina, como disse anteriormente, que em muitas situações não sabia administrar seus próprios sentimentos, então era impulsiva e “no filter”.

Queria, de toda forma, exteriorizar o que estava no seu mundo interior.

Mas, como todo ser humano, quem não é falho?

A vida é um aprendizado diário, então a gente vai crescendo com cada situação.

Espero que Jade viva seus sonhos e que sempre olhe com gratidão para as experiências, até mesmo aquelas que não foram tão boas.

Porque a vida de Jade é uma roda gigante.

Diferenças

Até onde você acha válido apostar em um relacionamento em que as pessoas são muito diferentes? Que tipo de diferenças você conseguiria aceitar?

Acredito na beleza das diferenças, ou seja, cada um com seus gostos, potenciais, e ideais podem formar um mundo melhor.

Por que precisamos ser iguais?

Ser diferente também nos capacita, ou deveria, para enxergarmos o mundo com mais empatia.

Mas acho que no quesito relacionamento existe também o contraponto.

Um casal, se for muito diferente, pode ter alguns desgastes na relação.

Então penso que somente a própria pessoa, ao decidir namorar ou casar, é que está mais apta a decidir se o outro é alguém com o qual ela gostaria de dividir uma vida.

Acho que talvez não tenha “quais diferenças eu consiga aceitar”, e sim como vou saber lidar com elas.

Diferenças podem ser uma questão de tempo, de estar disposto ou não a entendê-las e conviver com elas de maneira saudável.

Jade recebeu uma segunda chance dos amigos… Você é daquelas perde a confiança de vez quando um amigo dá mancada, ou consegue contornar a situação e oferecer uma nova chance?

As situações que podem levar uma pessoa a não confiar uma na outra são diversas, e os motivos também, então acredito que a gente nunca pode julgar sem antes entender.

Jade me fez ver que somos todos bem humanos, ou seja, falhamos, mas também temos a oportunidade de recomeçar e fazer diferente.

Por que esperar que o outro seja perfeito quando, na verdade, ninguém é?

Cabe a cada um decidir se quer dar uma nova chance. As pessoas são livres para permanecer ou não.

Gabriel

Como foi fazer essa quinzena com o Gabriel? Ele fez uma homenagem linda pra você no Instagram, né?

Foi demais! Ele é um parceiro de cena incrível.

Sua sensibilidade, empregada nas nossas cenas, me fizeram admirá-lo ainda mais como ator.

Sou grata pelo carinho do público em relação a nós dois na trama. E ele, claro, é um amigo de coração!

Música

Me conta sobre as suas preferências musicais. O que tem ouvido?

Cantei ópera no “Coral de Paris” durante dez anos, então minhas referências eram muito de lá.

Mas, aqui no Brasil, adoro Tribalistas, Melim, entre outros que tenham mais esse estilo MPB.

Ouço esse tipo de música, que é o que atualmente tem me cativado.

Mas sou muito aberta para conhecer os vários gêneros musicais presentes na cultura do país.

E seu estilo, é parecido com o da Jade?

Sim, mas não o tempo todo.

Conheço bastante sobre moda, sobretudo pela experiência maravilhosa que tive quando trabalhei na Chanel – Paris.

Algumas coisas que minha personagem usa, sem dúvidas, eu adoraria vestir em determinadas ocasiões.

Jade tem um lado fashionista também, e isso é algo que já está na minha alma, meio que impregnado, sabe?

Looks diferentes são os que mais me encantam.

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