Vitória Strada revela torcida para o final de Maria Vitória em Tempo de Amar: “Quero que ela fique com a filha”

Publicado em 27/02/2018

Aos 21 anos, Vitória Strada encarou o desafio de viver em seu primeiro papel na TV uma protagonista: a lutadora Maria Vitória de Tempo de Amar. A gaúcha surpreendeu público e crítica com sua atuação, e foi elogiada por colegas veteranos do elenco da trama como Tony Ramos e Marisa Orth. Faltando menos de um mês para o fim da novela, a atriz bateu um papo com o Observatório da Televisão e falou sobre suas inseguranças diante das câmeras, e sobre o triângulo amoroso de sua personagem com os mocinhos Inácio (Bruno Cabrerizo) e Vicente (Bruno Ferrari). Confira:

Leia também: Prestes a sair do ar, Estrelas acerta formato e reage no Ibope

Como é a sensação de estar terminando sua primeira novela e sendo elogiadíssima…

Eu fico muito feliz de ouvir isso. Estou me esforçando muito e saber que as pessoas estão gostando me deixa com a sensação de dever cumprido. A novela é um aprendizado diário que me faz crescer muito. Só tenho a agradecer pela ajuda que todos estão me dando. Fico emocionada e sem palavras.

Sua heroína está vivendo um dilema devido ao amor de dois homens por ela. Qual a reação do público diante disso?

Isso é muito engraçado porque quando ando nas ruas, as pessoas me param para falar sobre este triângulo. Há aqueles que dizem que querem que ela fique com o Inácio e outros que querem que ela fique com o Vicente. Sempre pergunto o motivo e a maioria dos homens que respondem dizem que é pelo amor. Acho bonito ver os homens falando de amor já que sempre ouvimos que eles não sentem tanto. Eu já esperava que público ficaria dividido, porque são dois amores distintos que aconteceram de formas diferentes, mas independente de com quem ela vai ficar, o que é importa é que eles se entendam e fiquem felizes.

E para qual deles é a sua torcida?

Essa pergunta é muito difícil. Quero que ela fique com a filha independente de tudo (risos). Estou muito envolvida com a história, então sinto muito quando ela conversa com o Inácio que ainda existe sentimento. Na cena em que ela o reencontra, para mim aquilo foi muito emocionante, da mesma forma como a história com o Vicente é linda, e fico muito dividida. Por mim ela ficaria com os dois, mas como não pode, deixo para o Alcides Nogueira (autor da novela) decidir.

Recentemente foi ao ar uma cena em que o Inácio beijou a Maria Vitória, e ela não gostou do beijo. Pediu para ele se afastar…

Quando eu li a cena, eu pensei. Bom, acho que o importante da reação na cena é que para ela independente de com quem ela fique, aquele beijo aconteceu num momento errado. Acho que a Maria Vitória tem uma coisa que eu defendo muito, que é a integridade e o caráter dela. A partir do momento que ela está casada, ela não vai beijar outra pessoa, e quando ela reage para o Inácio dizendo que ele não deveria ter feito aquilo, é porque ela acha que está casada, e aquilo não é o correto.

Me diga os motivos pelos quais você acha que cada um deles merece o amor da Maria Vitória.

Que difícil. Não sei explicar. Acho que o Inácio foi o primeiro amor, eles lutaram um pelo outro independente da Lucinda (Andreia Horta) ter estragado a história deles, é um amor batalhado por muito tempo. Ao mesmo tempo, Vicente estava ali nos momentos difíceis, apoiando, vendo o sofrimento dela e sendo um homem muito compreensivo.

Você já tem planos para depois do fim da novela?

Só sei que vou ficar aqui no Rio. Me mudar para cá para continuar trabalhando. Mesmo que eu fique longe da minha família, que é a coisa mais importante para mim, o foco é aqui pelas oportunidades de trabalho.

Você também é romântica como sua personagem?

Estou aprendendo muito com a história da novela porque sempre fui muito de esconder, procurar não sofrer, não me magoar, e estou percebendo cada vez mais que não podemos perder tempo e não vivendo as coisas. Tenho 21 anos e estou numa fase em que estou entendendo que se ficarmos na defensiva, acabamos perdendo por não viver muitas coisas.

Você com 21 anos, sendo elogiada por todo o elenco. Você se sente de certa forma abençoada?

Me sinto abençoada em primeiro lugar por ter a oportunidade de atuar ao lado desse elenco, porque aprendo diariamente. Tenho aprendido tudo na prática, e foi linda a forma como me acolheram e receber esses elogios me fazem ficar sem reação. Uma vez fui conversar com o Silvio de Abreu (diretor de teledramaturgia da Globo) e eu ficava tentando entender se aquilo o que ele dizia era comigo mesmo. Eu procuro encarar esses elogios de uma maneira que me dê mais gás para trabalhar. Quando a gente encara daquela forma “Estou fazendo bem, não preciso mais me esforçar tanto” não é bom. Temos sempre que aprender mais e estou nos primeiros degraus de uma longa caminhada, espero eu. É esse esforço e dedicação constantes que preciso ter, como vejo o Tony Ramos fazer, se dedicando muito mesmo com tantos anos de carreira que tem. Ele é o maior exemplo que vejo de dedicação.

O Tony Ramos falou que não teve nenhum problema nos bastidores dessa novela, tudo fluiu muito bem.

Com certeza. Tudo ajuda a gente a compor o personagem. Eu brinco que sem a bota da Maria Vitória, não sou Maria Vitória, e acho que o texto nem sai. A mesma coisa o cabelo, os cachos que as meninas da caracterização fazem perfeitamente. Eu vou sentir muita falta disso tudo.

E você pretende mudar de visual quando a gravação acabar?

Não fala assim senão vou começar a chorar daqui a pouco (risos). Eu quero sim mudar. Acho legal mudar para cada personagem, e mudar para si mesmo. É bom ter o personagem com uma desculpa para mudar. Nos ajuda muito.

Conversamos com o Tony Ramos e ele te elogiou bastante. Como foi este encontro com ele?

Ai gente, ele é um paizão para mim. Vou começar a chorar aqui. Eu só tenho a agradecer de verdade a todo mundo que me ajuda todos os dias (emocionada). Está sendo uma oportunidade incrível, e eu agarrei isso com todas as minhas forças. Estou vivendo a Maria Vitória mais do que minha vida, e chegando agora ao final, eu sinto que vai ser muito difícil, mas uma perda necessária. Converso com todos os meus colegas de elenco e eles dizem:  “É normal, isso acontece, a gente sente que é como um ente querido que está indo mas virão outros personagens”, e é para isso que torço, outras oportunidades, e mais aprendizado.

A casa já te sinalizou algo sobre algum outro trabalho?

Não sei te dizer sobre isso porque ficam muitas especulações, e como estou gravando muito, deixo para a minha empresária verificar, porque senão começo a ficar ansiosa, aí não dá.

Nessa trajetória como Maria Vitória, o Jayme Monjardim, diretor da novela também a ajudou bastante não é mesmo?

Sem dúvida nenhuma. Ele fez um teste comigo e quando ele disse que queria que eu fosse protagonista da novela me lembro que a primeira coisa que falei com ele foi: “Posso me mudar para o Rio de Janeiro amanhã”, e foi basicamente o que fiz. Trabalhei muito com a Ana Kfouri (preparadora de elenco), a quem tenho a agradecer porque ela pegou todas as ideias do Jayme e conseguiu me dar coragem.

Qual maior dificuldade nessa trajetória? Você sentiu um frio na barriga no início?

Até hoje (risos) Há 5 minutos eu estava gravando e pensei “Não sei o que estou fazendo”. Tenho um pouco de intuição, mas a coisa mais importante para eu ter conseguido construir a Maria Vitória foi essa ajuda do Jayme no início com a Ana, que me fizeram entender a personagem, e todas as várias nuances dela, porque ela sofreu muito. Essa coisa de entender o tipo de amor que ela sente pelo Inácio e pelo Vicente porque nenhum amor é igual ao outro, e esses foram pequenos desafios, mas como tudo aconteceu como uma avalanche não conseguir sofrer com cada dificuldade.

Você se sentiu pressionada por ser estreante na TV?

O que senti foi que as pessoas pensaram: “Será que ela vai dar conta dessa responsabilidade tão grande que estão dando para ela?”, mas acho que como foi tudo muito rápido, tentei não pensar nisso, até mesmo para não colocar mais pressão sobre mim, porque eu mesma já me cobro bastante. Procurei usar todas essas ferramentas para me dedicar ainda mais.

Mas alguém chegou a perguntar se você iria dar conta ou você chegou a ouvir isso?

Não. Essa sensação vem de fora, do público, mas aqui dentro me senti muito acolhida. De falarem “Vai lá, você consegue”.

Sobre ela terminar a novela com o Inácio ou Vicente. Por quem as pessoas que falam com você mais torcem?

Gente é muito louco isso. Tem várias mídias, como Twitter, Instagram, e cada lugar, uma resposta. Nas ruas é uma loucura, cada um diz uma coisa. Se fosse 2018, ela ficaria com os dois. Acho que inclusive temos que dar um salto na trama para 2018 (risos).

Você disse que está vivendo mais a vida da Maria Vitória que a sua. Como é isso?

Às vezes sinto que não tenho memória. Tenho mais memória para decorar textos do que para outras coisas. Eu noto que o planejamento de tudo da minha vida tem sido em cima da Maria Vitória, por exemplo, se me chamam para sair eu digo: “Vamos, mas espera aí que tenho que ver o que preciso decorar, se a Maria Vitória vai precisar disso ou daquilo”. É como se fosse um bebezinho que eu preciso dar de tudo.

As pessoas não te conheciam antes da novela. Como é o carinho das pessoas? Por que a novela das 18h, pega um público muito diverso não é?

É lindo isso. Sinto o carinho tanto dos avós, como de mães e pais. Eu escuto mulheres dizerem: “Meu marido ama essa novela”, “meu marido te ama”, e eu digo: “Que ótimo que todo mundo assiste junto”.  Uma vez, uma criancinha me parou e disse toda tristinha: “Se você está aqui é porque a novela acabou”. Eu recebo muito carinho. Outro dia, uma mulher me disse: “A força da Maria Vitória me inspira”, achei aquilo tão lindo porque esse é o nosso objetivo: tocar o público de certa maneira. Mas nunca foi um objetivo meu ser conhecida, porque isso por si só não significa nada. As pessoas vêm falar comigo pelo significado do meu trabalho.

Como foi quando você falou para sua mãe que iria protagonizar uma novela e como está sendo agora na reta final?

Na reta final não é “Estou vencendo”, e sim “Meu Deus, não sei se dou conta desse final de novela” (risos). Minha mãe até diz que eu não deveria ter esse frio na barriga agora no final, mas ainda estou com o mesmo sentimento do início, de que talvez não dê conta. Para mim ainda parece o início da novela. Na hora que eu fiquei sabendo que eu havia sido escolhida, eu estava no telefone, na frente dos meus pais, e comecei a chorar. Minha mãe ficou sem saber o que estava acontecendo, se eu estava enfartando ou recebendo uma boa notícia, e me atirei no chão chorando, quase fiz uma poça no chão (risos). E eles ficaram muito emocionados. Meu pai disse “Agora continua com a sua dedicação”. Eles sempre foram quem mais me apoiaram inclusive nos momentos de insegurança.

Como foi quando sua mãe viu a primeira notícia sobre você em jornais e revistas?

Minha mãe viu uma notícia que não era nem certa ainda, de uma especulação que poderia ser eu a protagonista da novela. Mas depois que fui realmente escalada, ela me mandava todas as notícias e perguntava: “É verdade isso?”, toda babando, mas me dando muita força. Pergunto as coisas para ela e ela sempre me fala com amor e carinho: “Vou estar aqui para o que tu precisar”.

* Entrevista feita pelo jornalista André Romano

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade