A novela Jesus, nova produção da Record TV tem estreia marcada para esta terça-feira (24). Nela, a atriz Vanessa Gerbelli interpreta Herodíade, uma das poucas familiares de Herodes, o Grande, mantida viva. Uma mulher ambiciosa, má e manipuladora, que usa a ingenuidade da filha para conseguir o que quer.
Veja também:
Vanessa conversou com o Observatório da Televisão durante o evento de lançamento da trama, e falou sobre a experiência de viver uma grande vilã. Ela disse ainda, que a personagem é bem diferente de Elza, malvada que interpretou na novela Prova de Amor (2006). Confira:
Leia também: Igor Rickli termina peregrinação até Santiago da Compostela: “Momentos que vivo”
Fale um pouco sobre sua personagem…
“Ela teve a família morta pelo próprio avô, Herodes, que mata seus descendentes e ela fica. Existe um passado duro de tragédia. Ela ficou muito endurecida, com muito ódio. É uma vilã clássica, muito poderosa, e se acha acima do bem e do mal.”
Convite para a personagem
É melhor fazer uma personagem malvada?
“É sim, porque você perde o critério da moral, e está tudo certo (risos).”
Como surgiu o convite para a personagem?
“Partiu da emissora e foi bacana. Uma personagem incrível, realmente muito interessante. Nunca fiz uma personagem que fosse tão ruim. A própria Elza (Prova de Amor), não era tanto porque era esquizofrênica, já essa é ruim por opção.”
Como fazer para não levar essa carga negativa dela para a casa?
“Ih caramba. A gente respira ao sair de cena, e volta para o espírito que estávamos antes.”
Quer ser odiada ou está com medo?
“Eu acho que ela tem um papel importante na dramaturgia, vai ser rival do João Batista (Iano Salomão), e é uma história que estamos contando com gosto. É uma responsabilidade contar essa história, mas a minha parte está mais leve, já que é uma personagem menos conhecida.”
Vanessa Gerbelli fala sobre a construção de Herodíade
Como você construiu a personagem?
“Eu pensei nas grandes rainhas mesmo. Li muito sobre o momento histórico. A família Herodes era desequilibrada. Eles tinham uma agressividade, um destempero, e pensei nesse tipo de perfil. As pessoas os achavam malucos.”
Você é uma pessoa religiosa?
“Sou sim. Quando se fala em religiosidade, pensa-se primeiro em Jesus, praticamente no mundo inteiro. É uma honra fazer essa novela.”
Como você consegue continuar tão bonita e tão jovem?
“Não sei (risos). Tenho uma dermatologista que é ótima. Cuido da pele desde muito nova, mas sem demagogia cuido principalmente do espírito, da cabeça. Acho que se você está feliz, e não engolindo sapo, é muito bom.”
Estava vendo seu Instagram, e vi uma foto do seu filho. Você acha que ele vai para o caminho da arte também?
“Não sei, mas ele tem muita habilidade com vídeos, edições desde muito pequenininho. O pai dele é diretor, vamos ver se ele vai nessa onda. O que for está ótimo.”
Comparação de vilãs
A Elza não tem como esquecer. Acha que as pessoas podem comparar as duas vilãs?
“Muita água rolou nesse rio, passou-se muito tempo. Não sei se vão comparar não porque os universos são muitos distantes. A Elza era muito pobre, desamparada, e a Herodite é uma rainha, poderosa que se acha uma deusa.”
As pessoas chegam a te reconhecer na rua por determinados personagens, por eles serem muito marcantes?
“Sim. Sabe que fico muito feliz com isso? As pessoas têm uma identificação talvez com a forma como entrego as coisas.”
Como está sendo essa volta para a Record? Tivemos a festa de lançamento da nova novela da Globo e muitos atores de Jesus estavam lá também. Você acha que não existe mais aquela separação que existia antes?
“Eu acho que tudo está mudando. O mercado mudou tanto, e as opções de trabalho também. Essa é a nossa função. Temos que ir onde os papéis nos chamam, nos instigam. Quando vi esse papel, pensei “Esse papel vai me dar prazer em fazer, me entregar”. Está muito legal, é uma turma que dá gosto de trabalhar. Os diretores são fantásticos.”
Desafio
É um desafio encarnar essa megera?
“É um desafio, mas é prazeroso também, porque como ela se acha acima do bem e do mal é divertido. Eu vou para o set assumindo certos riscos, mas com muita liberdade.”
*Entrevista feita pelo jornalista André Romano