Amor Sem Igual

Sthefany Brito fala sobre ser prostituta que é estudante em Amor Sem Igual: “Vida dupla”

A famosa será garota de programa e estudante na trama

Publicado em 06/12/2019

Nesta terça-feira (10), às 19h30, Sthefany Brito retornará ao ar. A estrela foi escalada para Amor Sem Igual, trama das 19h de Cristianne Fridman. Em entrevista ao Observatório da Televisão, a famosa falou sobre o novo trabalho na Record TV e alguns detalhes da vida pessoal.

Qual é o amor sem igual da novela?

O amor sem igual da nossa novela é o amor do Miguel (Antônio Júnior) pela Poderosa (Day Mesquita). Um amor que ultrapassa os limites, as situações, ego, vaidade. Ele passa por cima disso em nome do amor que sente por ela. A minha personagem sente um amor sem igual pelo avô, por exemplo. É a única família que ela tem, ela é apaixonada por ele. Ela vai viver mais pra frente um amor verdadeiro e saudável, mas não é o que acontece no começo. Primeiro ela se envolve com Tobias (Thiago Rodrigues) e passa por um relacionamento abusivo. Então mais pra frente ela vai entender o que é o amor, que não é posse.

Que bom que a novela vai abordar esse tema.

Fico feliz em abordar esse tema porque é a realidade de muitas meninas. Hoje em dia a gente vê o fenimicídio, é triste demais. Mulheres morrendo por fins de relacionamentos que não são aceitos. É tão absurdo. Eu li o relato e histórias de várias meninas para poder me aprofundar na relação que a Donatella entra. Mais triste pra mim é como essas meninas e mulheres confundem com amor. Amor não é uma pessoa que vai te privar de fazer o que você gosta, que vai de podar, colocar limites. Ela vai entender isso mais pra frente, então pra mim tá sendo importante. Estou fazendo o máximo que eu posso com a maior verdade que eu posso para representar essas mulheres que infelizmente passam por isso hoje em dia.

Pra você é uma personagem diferente?

Com certeza, em todos os sentidos. É uma história bem diferente. Ela leva uma vida dupla. De dia ela é estudante de enfermagem, mora num lar de idosos onde o avô mora e ela trabalha lá. E a noite trabalha como garota de programa. Então ela vive sempre naquela tensão de ser descoberta e disso chegar no avô dela. Ele descobrir e ficar decepcionado é o maior pânico da vida dela. É como se eu estivesse fazendo dois personagens.

Você teve trabalho de pesquisa?

Então, mais do que o universo da prostituição, eu acho que o mais importante da personagem é o fato dela estar num relacionamento muito difícil, que ela acredita, se doa, tem certeza que um dia ele vai assumir, mas no final não é nada disso e vai para um lado louco de posse e ser abusivo. Então eu foquei mais eu conhecer mulheres que passaram por isso, ler histórias parecidas, mas do que o universo da prostituição. A gente fala sobre, mas não aprofundamos no assunto.

A prostituição faz parte da vida de muitas pessoas, como a da Donatella.

É a realidade de muitas meninas há muito tempo, só que hoje em dia talvez tenha um pouco menos a hipocrisia de que ‘ah, é errado’. A gente tem o poder de escolher o que a gente faz com o nosso corpo. É meu, eu escolho o que fazer com ele. A Donatella não gosta, ela não tem prazer nisso. Acho que foi a forma mais rápida que achou para se sustentar. Em várias cenas ela fala que assim que se formar vai sair dessa vida. É a realidade de muitas meninas. Procurei saber de como lida com isso, tem gente que os pais sabem e tá tudo certo e tem gente desesperada com a possibilidade de ser descoberta.

A personagem vai mostrar uma Sthefany diferente do que o público está acostumado?

Mais madura, lidando com uma situação mais madura. Ainda mais depois de duas novelas bíblicas. Estou abordando um tema mais polêmico. Eu fiz uma cena que eu dançava bêbada em cima de uma mesa. Cortei o cabelo depois de anos. Então eu tenho esse leque de opções. É literalmente um presente. Estou superfeliz.

Em algum momento da sua vida já confundiu amor com posse e poder?

Eu acho que para todas as mulheres em algum momento da vida isso já foi confuso. Achar legal ser limitada. Hoje, por ser mais falado, mais explícito e as mulheres terem voz, a gente se escuta mais. Uma coisa que eu achava normal, uma oura mulher diz que não e eu falo ‘é verdade’. O amor não limita, ele te dá liberdade para você ser o que é.

Como foi a aula de tecido?

É braço e abdômen, mais nada. Tem muito movimento de se jogar para trás. É lindo visualmente falando. Na boate não tem pole dance nem nada, é só o tecido. O show é o tecido, então é muito diferente. Estamos há dois meses ralando e treinando. Senti diferença no corpo, no braço e abdômen principalmente.

Relação com o público

Eu entendi que a partir do momento que eu estou exposta, eu posso receber muitas coisas positivas e também negativas. Muita coisa negativa, não vou negar, críticas, julgamentos, mas eu recebo tanto amor que isso fica pequeno. Eu recebo muito amor. Esse amor que a gente planta no coração das pessoas não tem preço.

Faz 20 anos que você fez sua primeira novela, que foi Chiquititas. Como você vê isso?

Eu me sinto muito sortuda de ter encontrado uma coisa que eu amava tão nova, ter me encontrado profissionalmente na vida tão novinha. E viver disso, ganhar dinheiro com isso e ir me aperfeiçoando. Me sinto privilegiada, é uma gratidão muito grande. E poder ainda estudar e crescer profissionalmente cada vez mais.

Por dentro me sinto uma senhora de 60 anos. Trabalhei bastante, casei, me separei. Mas tem muita coisa que quero fazer, mas já vivi muita coisa em pouco tempo, mas isso é maravilhoso.

Volta de O Clone no Viva

Gente, todos os dias tem um perfil do Instagram da Rússia que me marca em vídeos. E a gente falando russo. É incrível a dimensão que o negócio tomou, a paixão pela novela. Conheci várias Samiras por causa da personagem. É um presente. Não sabia que vai reprisar. Eu era só cabelo e dente [risos].

O que agradece nesse ano e o que pede para 2020?

Agradeço estar trabalhando, a cabeça ocupada, isso é maravilhoso. Eu amo o que eu faço, tenho o maior prazer do mundo. Réveillon a gente vai estar trabalhando, e tá maravilhoso. Esse ano foi incrível, de muito amadurecimento. E que 2020 só continue assim.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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