Patricya Travassos fala de personagem em Espelho da Vida e explica “ausência” da TV: “Eu não saí dos folhetins, mas as pessoas não veem tanto a Record quanto veem a Globo”

Publicado em 25/09/2018

Há 13 anos longe das novelas da TV Globo, a atriz Patricya Travassos está de volta em Espelho da Vida, nova novela das 18h. Na trama de Elizabeth Jhin, ela interpreta Edméia, mãe da vilã da trama vivida por Alinne Moraes. Em seu período longe da Globo, Patricya, conta que esteve na Record e ainda se dedicando a projetos na TV fechada, cinema e teatro.

Em bate-papo com jornalistas nos Estúdios Globo, a atriz brincou com o fato de algumas pessoas não ouvirem mais seu nome como antes, por ter atuado em novelas da Record TV, obras com menor popularidade. Ela ainda revelou detalhes sobre a sua personagem. Confira:

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Fala um pouco sobre a sua personagem e a sua volta aos folhetins?

“Eu estive na Record por alguns anos. Eu não saí dos folhetins, mas as pessoas não veem tanto a Record quanto veem a Globo. Então parece que você sumiu, tem até uma piada que rola por aí, mas eu acho um pouco de exagero. As pessoas talvez não estejam vendo tanta televisão, mas eu nunca parei de fazer TV e teatro. Na novela, eu sou a mãe da Alinne Moraes, que faz a vilã da novela. Na trama, ela é uma pessoa muito difícil, muito complicada. A mãe abandonou a família numa época em busca de autoconhecimento. É uma mulher supermística, que morava em comunidade espiritual. Ela vive em outro mundo e volta para a cidade após a filha procurar por ela. Ela viajou para vários lugares no mundo e agora ela mora numa comunidade, e só volta porque sente que a filha está precisando de ajuda”.

Patricya Travassos fala sobre o caráter de sua personagem em Espelho da Vida

Ela é uma boa pessoa?

“Ela é uma boa pessoa. Parece que ela já teve caráter meio duvidoso, mas aprendeu com a vida e está tentando passar para a filha. Mas é difícil, porque elas têm uma relação péssima. A filha é capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer”.

A filha tem o sonho de sair daquela cidade pequena e a mãe não. Como funciona isso?

“Para a mãe aquela cidade já é grande, ela vive no campo literalmente. Vive na natureza, em um mundo que para ela é imaterial, está em outra sintonia. Existe um choque de realidade muito grande entre as duas. A mãe tem uma sensibilidade extra, já teve até uma cena que ela interfere em uma briga energeticamente”.

Como você lida com esse tema da novela? Você acredita em reencarnação, em carma?

“Olha, eu não tenho religião, mas eu acho a reencarnação e o carma uma explicação bem lógica, porque a gente vê na internet, por exemplo, umas crianças de 3 anos ou por volta disso, tocando um clássico de Beethoven e de onde veio esse conhecimento? Como uma criança nasce já sabendo disso? Eu acredito que tenha uma carga de informação ancestral no DNA ou realmente foi você que esteve em outro lugar e veio consertar isso”.

Tema espírita na novela

Você tem um conhecimento amplo sobre o tema?

“Eu apresentei o Alternativa Saúde (GNT) durante 14 anos, então durante esse tempo 1 milhão de pessoas foram lá. Eu conheci muita gente interessante e algumas fiquei um tempo seguindo ou praticando seus ensinamentos. É a minha onda! Essa personagem não é muito distante de mim, é muito mística, eu não sou tanto, mas é o tipo de personagem que eu entendo. Nem preciso fazer laboratório para vive-la”.

O que esse papel traz para a sua carreira hoje?

“Todo papel traz desafios. Todo momento que você está assistindo televisão e vendo as pessoas atuando, você fica impressionado com a entrega, sempre é um desafio. Para mim, a Edméia é muito difícil, mas tenho tentado leva-la para um lado do humor, mas sem entrar na caricatura”.

Como está sendo a troca com a Alinne Moraes?

“Eu entro apenas no capítulo 14. As cenas que gravei com ela são lindas. Eles (outros atores) já estão gravando no estúdio e eu ainda não entrei no estúdio. A gente se conhecia socialmente por termos amigos em comuns, então eu já havia a encontrado em alguns eventos, jantares, aniversário de amigos, mas a gente ainda não havia contracenado”.

Quando a gente vê a foto de divulgação, a gente acha as duas parecidas e isso é bacana, não?

“É muito bacana. A novela tem uma coisa muito clean, todo mundo com pouca maquiagem, mais natural”.

Convite para a trama

Como surgiu a ideia da novela para você?

“Foi convite. Tinha acabado de estrear uma peça, e também estou fazendo A Vila, do Paulo Gustavo no Multishow. Não estava esperando nada disso, completamente aérea, iria continuar com a minha peça agora no segundo semestre, assim que acabassem as gravações de A Vila, e aí de repente surgiu esse convite. Acho que fui a última pessoa a entrar na novela. Eu falei que achava que não dava por conta dos trabalhos que eu já estava fazendo, mas aí falaram que não havia problema, já que meu personagem entrava só mais adiante”.

E há quanto tempo você estava sem contrato com a Record?

“Há dois anos. Mas aí eu fiz outras coisas, estive no Multishow, fiz série, mas eu achava natural isso acontecer. Trabalhei muitos anos na Globo, sou uma atriz e estava no mercado. E é muito legal porque quem dirige é o Pedro Vasconcelos que era uma das crianças em Vamp”.

Além de atuar, você é apresentadora. Você sempre costuma sair da zona de conforto, não é?

“É, eu acho super legal. Eu acho que ator que entra na zona de conforto, dançou, porque nunca é fácil”.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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