Paolla Oliveira revela que ainda é abordada nas ruas como Jeiza de A Força do Querer: “A Jeiza ficou muito forte”

Publicado em 11/02/2018

Paolla Oliveira brilhou em 2017 no papel de Jeiza, a policial boa gente de A Força do Querer, novela de Gloria Perez, e faturou pela personagem o troféu de atriz do ano no Prêmio Melhores do Ano, do Domingão do Faustão. Durante um evento no Rio de Janeiro, a atriz conversou com nossa reportagem e contou que ainda é reconhecida pelo papel, e falou sobre Carolina, sua personagem na série Assédio, nova produção da Globo ainda sem data para estrear. Confira o bate papo completo:

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2017 foi um ano incrível para você. Um ano de muito sucesso com a sua personagem. Como você reage aos comentários de que a Jeiza desbancou a Bibi Perigosa, da Juliana Paes?

Não tem isso de desbancar. O prêmio é um só, isso é um fato. Mas eu acho que toda alegria e todo o momento que a gente viveu de uma volta tão grande e bonita das novelas, que agora estão bombando, a gente participou.

A Jeiza e Bibi Perigosa mexeram demais com o público. Você percebe comentários sobre a sua personagem até hoje nas ruas?

Até hoje! Parece que a novela foi ontem. É legal! Acho que é isso que conta para saber se o personagem vai bem ou não, é o calor das pessoas nas ruas. Com tantas opções que a gente tem para assistir, se distrair, e as pessoas estão ali ligadinhas na novela. Eu acho isso muito bacana.

Você teve uma reação de espanto quando ganhou o prêmio de atriz do ano no Melhores do Ano 2017, do programa Domingão do Faustão. Realmente, você não estava esperando levar o troféu para casa?

Eu fico surpresa sempre porque, na maioria das vezes, eu saio para não ganhar, para não me decepcionar. E é sempre uma surpresa, principalmente quando a gente está com duas grandes atrizes. Uma trabalhou comigo e a outra não trabalhou, mas estava na mesma novela, e que eu admiro imensamente. Nas outras vezes, eu concorri com a Tais Araújo, Fernanda Torres, então assim, não tem como não ficar surpreso. Se fosse agora iria fazer a mesma cara. (risos)

Como vai ser o ano de 2018 para você? Já pode adiantar alguma coisinha?

Ainda não tenho planos. Pára que ainda é início de fevereiro (risos). Estou tranquila, nem fiquei de férias ainda direito. Mas que seja tão bom quanto 2017, assim eu já vou ficar muito feliz.

Você estava gravando Assédio, uma série com 5 mulheres liderando o protagonismo. Conta para gente um pouquinho dessa experiência.

Tem muito mais mulheres nessa série. Na verdade, eu faço uma participação que estou amando fazer.  A série se passa com as pacientes do doutor Roger e com a primeira esposa dele, que é a Mariana Lima. As pessoas, inclusive, falaram que eu tinha saído da série, mas não é verdade. Ele tem a primeira esposa e eu sou a segunda esposa, que é a Carolina e é a pessoa que vive com ele até hoje. Então é uma participação porque eu entro em três ou quatro episódios, mas tem sido muito gostoso. Eu nunca tinha trabalhado com o Calloni, estou podendo rever a Adriana Esteves, estou podendo ver o trabalho da Mariana Lima que está muito especial. Toda vez que a gente participa de um todo que é muito grande e talentoso como esse, a gente aprende alguma coisa, a gente sai melhor e vitorioso.

O tema abordado por essa série é muito forte. Com o trabalho de pesquisa e preparação, você passou a enxergar esse tema de uma maneira diferente?

Eu poderia passar o dia inteiro falando aqui. Na verdade, esse é um caso muito específico, é uma obra livremente inspirada, não é nada biográfico. Mas falar de assédio hoje em dia, falar de uma coisa que está em voga é muito importante e tem muito a se discutir, a encontrar os limites, a encontrar uma forma para que a gente fale e não fique algo sem explicação e que todos possamos entender, homens e mulheres. Que a função social exista em relação a isso. Eu acho que no caso da série é uma coisa específica, mas como temos essa palavra inclusive no título, eu acho que vale a pena a gente ver, e eu sempre falo: “discutir é comunicar, é informar de alguma maneira”. O que eu sei, de repente, você não sabe, e isso é sempre bem-vindo.

Você está mais engajada com o tema feminismo?

Eu acho que todas as mulheres estão engajadas hoje. Não existe uma mulher que fala: “Não sou engajada. Não sei”. A não ser que você fique alienada do dia a dia e do assunto, que não veja internet ou não leia um jornal. Cada uma tem o engajamento que escolhe ou que se apresenta para você. Eu tenho feito mulheres interessantes, fiz mocinha, que aí a gente fala de outra época, tem a Jeiza e, acima de tudo, tem personalidades e caráteres diferentes. Eu poderia ficar o dia inteiro falando o que aprendi com essas mulheres, mas eu acho que estar engajada hoje em dia faz parte de qualquer mulher.

Já tem uma data para sua estreia na TV com essa produção?

Eu não sei porque a plataforma para essa série, por enquanto, é a internet.

Então o público ainda vai ficar com saudades da Jeiza?

A Jeiza ficou muito forte. Eu fique muito feliz. Foi uma personagem que começou de uma maneira e foi ganhando uma proporção muito moderna aos olhos das mulheres, da maneira dela, sem ser explicito, sem ser pensando. Na verdade, eu acho que quem pode falar melhor é a Glória (Perez). Ela (Jeiza) foi moderna, foi feminista, forte e ao mesmo tempo teve a fragilidade que todo ser humano tem. Ela amou, se desenganou, perdeu e ganhou.

Qual característica da Jeiza você levou para a sua vida?

Eu acho que isso que eu acabei de falar foi uma coisa que eu levei. A gente pode mais do que acha que pode. O mundo, a sociedade dá muitos limites para a gente, muitas regras e eu acho que a gente sempre pode mais. E ao mesmo tempo mostrou que a gente precisa de força para ganhar e para perder, não só nas lutas, mas na vida. E ela passou por isso, ela teve medo, ela teve sensações que são do ser humano.

A Carolina, de Assédio, é uma personagem com personalidade distante da Jeiza?

A Carolina é completamente diferente. A Carolina é uma mulher movida por uma paixão dúbia. Se a gente parar para pensar em por quem ela se apaixonou e quais os fatos, a gente vai ter uma questão muito interessante e rica. Eu acho que ela daria uma série só dela pela personalidade e pelas escolhas que ela fez na vida. Mas isso não quer dizer que ela possa ser comparada.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano. 

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