“O Zorra Total era um cachorro morto”, diz Welder Rodrigues sobre antigo humorístico da Globo

Publicado em 21/04/2018

Com estreia marcada para o próximo sábado (24), a quarta temporada do ‘Zorra’ promete trazer às telinhas da Globo um humor inteligente, com leves pitadas de críticas sobre assuntos que estão em evidência na nossa sociedade.

Entre os 21 atores que integram o elenco da atração, Welder Rodrigues conversou com o Observatório da Televisão sobre o processo de criação do programa, os desafios de fazer humor numa época do ‘politicamente correto’ e como conquistar a atenção do público que, cada vez mais, consome os pitorescos memes e virais online.

Veja mais: Órgão da ONU diz que não fez contato com Globo para ajudar Kaysar do BBB18

Welder também analisou o antigo formato do ‘Zorra’, onde imortalizou o ciumento, careca e bigodudo Jajá. “O ‘Zorra Total’ era um cachorro morto. O ‘Zorra Total’ era chutado, inclusive pelos nossos amigos humoristas, como o pior programa de humor”. Confira:

Como está sendo o processo de criação da nossa temporada do ‘Zorra’?

Esse ano, a gente está fazendo reuniões antes de gravar. O elenco, redação e direção estão lendo o programa, e isso é muito incrível, demais para a gente, suponho que para a direção e redação até. Está sendo uma experiência muito legal e foi resultado de um workshop que a gente fez para nos rever, nos observar. Foi uma decisão de todos fazer leituras antes de entrar no estúdio. Ganha um tempo imenso de estúdio porque não vai ter discussões ideológicas, de tom. Você ganha muito tempo e você já chega mais pronto para o estúdio, isso é demais. A gente está muito feliz com essa experiência e espero que continue.

Como é fazer humor numa época do ‘politicamente correto’, principalmente ao abordar temas delicados e polêmicos da nossa sociedade?

Eu gosto de seguir muito o que o Chico Anísio falava: “tem dois tipos de humor: o sem graça e o engraçado”. A gente tenta fazer o engraçado. É ter o bom senso. Se as pessoas rindo é porque é engraçado.

É difícil fazer humor televisivo e atrativo para o público que está cada vez mais consumidor dos memes e virais da internet?

A gente consegue fazer piadas com um fato político relevante que aconteceu na quinta e que vai sábado ao ar. Isso é muito maluco para a televisão, para o tamanho e para a estrutura disso aqui. O ‘Zorra’ está conseguindo estar atual e quente durante as semanas, e esse ano imagina o que vai acontecer, né?…

Como você analisa o antigo formato do programa?

O ‘Zorra Total’ era um cachorro morto. O ‘Zorra Total’ era chutado, inclusive pelos nossos amigos humoristas, como o pior programa de humor. Mesmo com a audiência que tinha, ele tinha o estigma de um programa ruim, e quando você pega o ‘Zorra’ e reformula, as pessoas falam. A piada mais comum no Twitter hoje é: “meu Deus, eu estou rindo com o ‘Zorra’”.

Apesar das críticas, o ‘Zorra’ é uma atração de grande audiência na grade da Globo. Qual a fórmula do sucesso?

Nosso programa é vivo, orgânico, cheio de ideias. Nós tentamos nos alimentar com artistas novos, abrindo e caçando talentos por aí. Essa mistura, essa vontade, esse desejo de sempre melhorar, acredito, é o que faz com que o nosso programa esteja na nossa quarta temporada. E virão mais 40 por aí, se Deus quiser.

Veja também 

Em entrevista para Mariana Godoy, Carolina Ferraz critica dramaturgia: “É machista”

Por que trocar o nome do humorístico?

Na ideia inicial, a gente chegou a cogitar até a mudar o nome, e depois vimos que não era bem por aí. Então, fizemos essa pequena modificação que, graças a Deus, foi bom porque virou uma nova piada. Toda hora a gente bota um Temer, mudamos o programa para Aroldo para ver se alguém percebe (a mudança).

Assuntos relacionados:

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade