“O jornalismo está mudando muito rápido”, diz Neila Medeiros sobre trabalho no SBT em Brasília

Publicado em 05/06/2018

A jornalista Neila Medeiros é bem conhecida do público que gosta de televisão. Entre 2013 e 2015, ela comandou telejornais em rede nacional no SBT, como o SBT Notícias e o Notícias da Manhã.

Ela também foi substituta imediata de Rachel Sheherazade nas folgas do SBT Brasil, aos sábados. Mas até hoje, ela é conhecida pela chamada icônica para sua estreia no telejornal SBT Notícias, exibido no fim de tardo do SBT em 2013 por 43 dias: a única mulher capaz de vencer Datena e Marcelo Rezende.

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Neila confessa que a responsabilidade naquele momento foi grande e entende o projeto não ter dado certo. Mas nesta parte da entrevista, ela fala sobre seu retorno para Brasília, onde está faz dois anos e meio e onde fez sua carreira.

Grávida, Neila deve ter sua terceira filha nos próximos dias, e espera ansiosamente o momento. Ela também não deixou de falar sobre o momento atual do jornalismo brasileiro, que está mudando a quase que diariamente.

“O jornalismo está mudando muito rápido a cada ano, os desafios são muito grandes e diferentes, mas eu adoro desafios”, confessa Neila Medeiros.

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Leia a entrevista na íntegra:

Observatório – Quando é que nasce o seu bebê, Neila?

Neila Medeiros – A previsão é junho, agora 20 de junho, mas eu não sei se ela aguenta esse tempo todo não, está muito grande essa barriga, mas espero que ela passe o maior tempo que ela puder aqui, até o dia de nascer.

Observatório – Eu queria que você falasse um pouco sobre a sua volta a Brasília, porque você ficou um tempo em São Paulo e agora voltou há pouco mais de dois anos.

Neila Medeiros – É, eu acho que quase três anos. Foi uma volta bem desafiadora, porque foi uma reestruturação, eu saí e apesar de ter voltado para o mesmo lugar, era um momento diferente, o jornalismo está mudando muito rápido a cada ano, os desafios são muito grandes e diferentes, mas eu adoro desafios e foi engrandecedor, a gente conseguiu construir uma identidade diferente para o jornal, a gente mudou cenário e propostas diferentes. Eu acredito que foi positivo, a gente está colhendo os frutos de uma transformação positiva.

Observatório – Para você, hoje qual o principal problema do Distrito Federal?

Neila Medeiros – Eu acho que é o grande problema do Brasil, é a ingerência, é a administração, é a corrupção, é a falta de seriedade na hora de destinar recursos, de gerir o que é público. As pessoas têm o hábito no Brasil de pensar que o que é público é de ninguém, quando na verdade o que é público é de todo mundo, a responsabilidade é muito maior. Eu costumo dizer que se você vai juntar o dinheiro de uma turma para um bolão ou qualquer coisa, você está com o dinheiro de todo mundo na sua mãe, se você perder, imagina? Imagina você fazer isso com uma cidade ou com um Distrito Federal e a gente está vivendo hoje no Brasil a ingerência, uma administração errada, quem está pagando com isso é a população e quanto menos favorecida for essa pessoa, de uma classe menos privilegiada, maiores os desafios.

Observatório – O jornal de meio dia é muito punk, né?

Neila Medeiros – Punk! Deliciosamente punk. (risos) É um jornal extremamente rápido, ativo e de raciocínio rápido, de decisões rápidas, as coisas acontecem muito rápido e é um período muito curto, a gente chega de manhã e o jornal é uma folha em branco, você tem que criar um jornal novo a casa dia, com muitas coisas acontecendo e jornal muito imediatista, o jornalismo local hoje é tudo muito rápido, muito dinâmico, é um desafio muito grande, mas a gente adora, a gente acha tudo muito bom.

Observatório – A concorrência nesse horário também é bem pesada, principalmente aqui no DF…

Neila Medeiros – É, a concorrência eu acho que no Brasil inteiro, a gente está há muitos anos no Brasil nessa disputa de audiência e é uma concorrência que existe no horário do almoço muito forte, sempre existiu. Eu acho que isso é muito positivo, porque a concorrência faz com que a vontade de fazer melhor a cada dia, vá formando produtos melhores em todo o mercado. Eu sempre achei que concorrência é uma coisa benéfica para todo mundo, sobretudo para quem consome o produto.

Observatório – Aqui no DF a gente tem uma peculiaridade, que é um programa policial bem policial, o DF, o DF TV e o Balanço Geral que é meio como uma franquia. Você acompanha alguns dos concorrentes seus?

Neila Medeiros – Eu hoje assisto muito pouco televisão, mas porque eu acredito que quanto mais neutro a gente está, mais intuitivo a gente fica para conduzir o trabalho, eu como já tenho um certo tempo de profissão, isso é uma coisa que me beneficia muito, o horário é um horário que eu não assisto porque eu estou aqui no ar, mas às vezes a noite eu dou uma zapeada, mas eu vou te confessar que hoje, é um período que eu assisto menos jornalismo do que todo o período da minha vida, eu já assisti muito mais, hoje em dia menos.

Observatório – A gente está em Brasília e não tem como não falar em eleição. O que você espera para esse ano?

Neila Medeiros – Eu estou com medo, gente eu estou com um medo de 2018. O falecido Ulisses Guimarães falava assim: “Você tem medo desse congresso? Espera o próximo, vai ser pior”. Ele dizia isso, que sempre o próximo congresso seria pior e eu acho que a gente tem uma responsabilidade muito grande a cada ano de eleição, o cenário do Brasil ainda está muito indefinido às portas das votações, eu acho isso muito preocupante porque já está muito em cima e a gente tem um cenário muito inseguro, tanto em esfera nacional, como local. Eu acho que a nossa responsabilidade é muito grande, sobretudo porque as opções que a gente tem são poucas. Pelo amor de Deus, pensem no que estão fazendo na hora que você for votar e o voto não acaba depois que você sai da urna, o seu voto tem que valer durante os quatro anos de mandato, você tem que acompanhar os candidatos, cobrar deles como seus representantes o que eles estão tomando de decisões lá em cima.

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