Parceria retomada

“Meu melhor papel até hoje na televisão”, revela João Baldasserini, destaque de Salve-se Quem Puder

Ator, ator e diretor se reencontram na atual novela das 19h

Publicado em 09/02/2020

João Baldasserini já pode ser considerado o “rei” do horário das 19h da Globo. Emplacando sua quinta novela na faixa, o ator comemora a retomada da parceria com o autor Daniel Ortiz em Salve-se Quem Puder, trama na qual vive o simpático Zezinho. João celebra este novo trabalho com o novelista e revela que está apaixonado pelo personagem.

Sobre o novo trabalho, João Baldasserini só tem elogios. “Parece clichê, porque a gente ganha um personagem e sempre diz que é um presente, mas é isso. E o Daniel Ortiz me convidou e disse que estava escrevendo o Zezinho para mim”, revelou ele, que iniciou esta parceria na trama anterior do autor. “Fiz com ele Haja Coração (2016), onde eu fiz o Beto, um personagem que me alavancou muito e que foi um sucesso. Essa nova parceria, de novo com o Daniel, e novamente com o Fred (Mayrink, diretor artístico de Salve-se Quem Puder), me remete àquela lembrança de Haja Coração, conta.

No entanto, neste momento, o ator está voltado para Salve-se Quem Puder e dar vida ao Zezinho. “É o melhor papel para mim até hoje na televisão! É um personagem leve e superdivertido. Ele é um cara criado na roça, muito simples, puro e sem influência da cidade grande”, analisa o ator. João também acredita que um personagem como Zezinho diz muito sobre a atualidade e o momento em que vivemos. “É um tipo de homem que não estamos acostumados a ver hoje em dia. É um homem em extinção! Ele não sabe lidar com a maldade. Ele tem uma pureza, algo que está se perdendo hoje em dia”, analisa.

Zezinho: um homem apaixonado

João não economiza em elogios ao personagem, que ele enxerga como um homem educado e respeitador. “O bonito é isso, é um homem que teoricamente seria um ‘machão’, mas ele foi educado pela mãe (Ermelinda, papel de Grace Gianoukas) para ser um respeitador com as mulheres. Ele não tem nenhuma pegada preconceituosa ou machista”, analisa.

O ator comemora a parceria com Deborah Secco e fala com carinho sobre o romance entre Zezinho e Alexia. Em Salve-se Quem Puder, Alexia está no serviço de proteção à testemunha e, por isso, foi morar no sítio de Zezinho. E o jovem, por sua vez, tem a missão de protegê-la, mas acaba se apaixonando por ela. “O amor que ele desenvolve pela Alexia é uma relação de gato e rato. Ele sabe que está indo contra o serviço de protegê-la, mas ele tem o coração mole, não aguenta ver ela chorando”, diz.

João Baldasserini não esconde a empolgação com o trabalho em Salve-se Quem Puder e acredita que Zezinho é um dos personagens mais importantes de sua carreira. “É um personagem que vai entrar pra minha história! Eu digo isso pelas coisas que eu ouço dentro da própria produção (da novela), da equipe técnica por trás das câmeras, o pessoal da edição… Eu ouço dizerem que o Zezinho é o máximo. Eu acabo de gravar e digo ‘como eu sou fofinho!’”, diverte-se.

Personagem é um sonho realizado

Para João, Zezinho é um personagem muito bem escrito pelo autor Daniel Ortiz. “Eu digo que eu faço o mínimo de esforço pra trabalhar, porque o autor já me traz todo o personagem no texto”, elogia. Ele também revela que sempre quis fazer um personagem de raízes interioranas, como Zezinho. “Eu já tinha vontade de fazer um Dias Gomes, ou um Auto da Compadecida, no teatro ou no cinema, mas não imaginava que eu ia fazer na televisão. E quando eu vi o (Sergio) Guizé fazendo o Candinho (em Eta Mundo Bom!), eu disse ‘ai, que inveja!’ (risos). É muito bom para um ator pegar um papel desses, que tem uma composição. Porque a gente sai do comum e tem a oportunidade de mostrar um outro lado do trabalho. Eu tô apaixonaaaado!”, enfatiza ele.

O ator também celebra o retorno à comédia depois de viver um vilão em O Tempo Não Para, sua mais recente novela, na qual viveu os gêmeos Emílio e Lúcio. “Foi um trabalho difícil, bem sério. Não é que eu queira fazer só comédia, mas acredito que toda pessoa tem um lado patético, uma gafe… e eu acho que é isso que pode pegar o público”, diz ele. João também revela seu desejo de trabalhar numa novela do horário nobre. “O que eu espero depois dessa novela é ter uma oportunidade de fazer uma novela das oito. Não que eu vá deixar de fazer comédia. Mas acho que há como colocar humor até em cenas dramáticas. Eu acho que isso dá um colorido, até pro vilão. Acho que o vilão, hoje em dia, precisa ser meio torto. Se a gente olhar para o nosso governo, pros nossos representantes… eles são engraçadíssimos”, compara, aos risos.

João pontua que o humor de Zezinho está na autenticidade do personagem. “Zezinho não é comediante, mas ele é tão autêntico que a gente acaba rindo da beleza deste tipo de ser humano. Porque isso está em falta, a gente desconfia de tudo. E o Zezinho é maravilhoso, Zezinho é popular, Zezinho é fofo! Eu amo o Zezinho!”, derrete-se. O ator está tão envolvido que já lamenta que um dia terá de deixar de fazer o personagem. “Se depender de mim, eu faço mais três anos de Zezinho! Partiu roça!”, finaliza.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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