Letícia Spiller diz que jeito espevitado de Marilda em O Sétimo Guardião foi inspirado em Babalu, de Quatro por Quatro

Publicado em 15/01/2019

Sucesso em O Sétimo Guardião como Marilda, a atriz Letícia Spiller revelou que o jeito espevitado da mulher do prefeito Eurico (Dan Stulbach) foi inspirado em sua primeira protagonista – a cabeleireira Babalu, da novela Quatro Por Quatro, que foi ao ar no início dos anos 1990. “Eu acho que elas têm muita coisa parecida (…) Como a Marilda tem esse cabelo parecido com o da Babalu, eu quis dar um jeito de andar dela um pouco parecido, meio espevitado, sabe? Mas elas são realmente muito diferentes internamente. Só há semelhança mesmo nessa agitação, uma coisinha aqui que lembra outra ali. Isso foi proposital sim.”

O sotaque brejeiro, que puxa o “r”, da primeira dama foi outro quesito que ganhou o coração do público. E a atriz confessa que não fazia ideia de que este seria um grande diferencial na construção da primeira-dama de Serro Azul. Em entrevista ao Observatório da Televisão, Letícia Spiller fala sobre o momento atual da personagem, que chegou a pegar o marido na cama com a irmã, Valentina (Lilia Cabral), sobre a sua busca pessoal pelo equilíbrio entre corpo e mente e sobre os projetos musicais e literários que mantém paralelamente à novela. Confira o bate-papo na íntegra:

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Sotaque

Você imaginava que o sotaque da Marilda seria um grande diferencial para a personagem, como tem sido?

“Olha, não imaginava não. Essa é uma novela que dá para nós, atores, oportunidade de criar e fazer coisas diferentes”.

Marilda encontrou Valentina e Eurico na cama, após terem se beijado. Como isso vai reverberar no casamento do prefeito e da primeira dama daqui para frente?

“Que confusão, não é?! É tanta coisa acontecendo (risos). Ela pegou o Eurico deitado ali na cama com a irmã e ficou bem possessa (risos). Eu acho que o casamento deles tem passado por algumas provações, mas só o Aguinaldo mesmo é que pode dizer o que será desses dois (risos). Tem muita história pela frente e ele é um autor bem criativo”.

Traição de Eurico

Depois do episódio do beijo, Eurico chegou a ter uma relação sexual com Valentina. Na sua perspectiva, Eurico traiu Marilda? E na perspectiva da personagem?

“Olha, eu acho que traição é um termo muito amplo, porque vai muito do que você entende por traição. Na minha perspectiva, o que eu acho que bate mais forte são os segredos que esse marido esconde dela. Relacionamento é confiança, é parceria, então… Para a Marilda, ela encontrar o marido com a irmã foi uma traição. Ela ficou bem destemperada ao vê-los juntos. Vamos ver os desdobramentos disso. Mas, cá entre nós, é uma grande contradição, né? Porque o Eurico é louco pela Marilda, mas acaba, num momento de carência, se entregando para a Valentina sexualmente e também fazendo um acordo com ela. A Marilda está lá, louca para se entregar para o Fabim, mas não faz isso porque ama o marido e porque preza a relação deles antes de tudo. Eu já ouvi gente falando assim: “Ela é louca, mas tem caráter” (risos). Adorei isso”.

Já ouvi algumas pessoas dizendo que a Marilda lembra a Babalu. Você acha que existe alguma semelhança entre elas, em algum sentido?

“Eu acho que elas têm muita coisa parecida, sim. Essa agitação, essa brejeirice que, de certo modo foi proposital da minha parte, porque o Aguinaldo faz alusão a várias personagens antigas que já passaram por outras novelas. E como a Marilda tem esse cabelo parecido com o da Babalu, eu quis dar um jeito de andar dela um pouco parecido, meio espevitado, sabe?  Mas elas são realmente muito diferentes internamente. Só há semelhança mesmo nessa agitação, uma coisinha aqui que lembra outra ali. Isso foi proposital sim.”

Parceria com Dan Stulbach

Como é sua parceria com o Dan? O que pode destacar sobre a relação profissional de vocês?

“O Dan é um grande ator, que eu admiro muito. A gente troca muito em cena, a gente tem um jogo maravilhoso e ele tem uma disponibilidade, uma generosidade encantadora. Então, estou muito, muito feliz de tê-lo como parceiro nessa jornada”.

Você pratica yoga desde quando? Teve muitos ganhos emocionais e físicos depois que começou a praticá-la?

“Comecei a praticar ioga quando tinha 26 anos. E desde então, eu nunca mais parei. E posso dizer que os benefícios são muitos, tanto físicos quanto emocionais. Atualmente eu tenho priorizado os meus ritos tibetanos, que é outra coisa que eu amo. Começo o meu dia sempre praticando os ritos. É muito importante você encontrar algo que tem a ver com você. Tanto os ritos quanto a ioga são caminhos que eu me identifico, que tem a ver com essa conexão do corpo e mente”.

Outros Projetos

Você também está envolvida em trabalhos musicais e literários, né? Me conta sobre eles.

“Sim, eu tenho alguns projetos paralelos à TV. Lancei o meu livro de poesias no ano passado, Mais de mim, que foi um trabalho que eu amei compartilhar com o público. São textos que escrevi ao longo dos últimos 18 anos. E é uma forma diferente de o público me conhecer. Além disso, eu tenho o INFUSION, que é um show que faço com o Pablo (Vares, marido) e com o João Silveira. Fazemos uma fusão da música flamenca com a brasileira, com coreografias e ritmos do Cone Sul da América. E tenho também o Coletivo El Camino, que reúne um grupo de artistas variados, e no qual a gente faz apresentações com poesia, música, dança e artes visuais. São projetos que me instigam e que eu amo fazer parte”.

Já está recebendo algum feedback sobre o seu livro de poesias, Mais de Mim?

“Além disso, o livro surgiu de uma parceria minha com a Maureen Miranda (atriz e artista plástica). Nós já estávamos juntas no Coletivo El Camino e foi muito através dela, e do James Mcsill (editor), que eu tive coragem de lançar o Mais de Mim. O James foi quem nos convidou para fazer esse projeto juntas, com as ilustrações dela, que são muito lindas e que, pra mim, são um lindo presente. Porque não é um livro somente de palavras, é um livro que tem imagens muito bonitas também”.

Escrita

Que espaço a escrita ocupa na sua vida? (É um hobby, uma necessidade, uma outra profissão?)

“Eu gosto muito de escrever, é mais uma forma que eu encontrei de me expressar. Mas não tenho uma rotina, de escrever todo dia (…) É um outro processo, que tem muito mais a ver com a inspiração, com o meu momento”.

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