Leo Jaime fala sobre o desafio de interpretar um personagem histórico em Novo Mundo

Publicado em 20/03/2017

Leo Jaime poderá ser visto a partir desta quarta-feira (22) todos os dias na tela da Globo na pele de Dom João Vi da novela Novo Mundo, nova trama das seis. O ator, cantor e apresentador conversou com o Observatório da Televisão sobre o personagem e sobre os desafios de interpretá-lo.


Como é o seu personagem?

Eu faço o papel de Dom João VI, uma figura histórica importantíssima para o Brasil. É um personagem pequeno que participa apenas dos 16 primeiros capítulos e vai embora para Portugal com Carlota Joaquina, construído numa visão interessante dos autores da novela porque foge da caricatura do Dom João VI que todo mundo está acostumado a ver, do cara meio pateta. Ele era um estrategista, sabia lidar com conflitos de forma muito inteligente.

Como foi a parceria com a Débora Olivieri?

A gente se diverte muito. Carlota e Dom João VI são um casal que vive as turras mas que tem cumplicidade, são parceiros e tomam decisões juntos. Ela geralmente soltando a franga e ele mais debochado e tranquilo, e esse jeito dele a deixa mais irritada. Uma dupla que lida com situações importantes mas tem humor. A Débora faz divinamente.

Qual o cuidado você tomou para não cair no caricato?

Eu acho que foi um cuidado que veio dos autores da novela e da direção. Nós construímos o personagem juntos, e fugimos da caricatura mostrando que ele é um pai muito atencioso, um marido em conflito com a mulher que é muito poderosa e tem várias nuances, não só a visão chapada do cara bobo que come o tempo todo. Eu já interpretei o Dom João VI antes no teatro, e fico feliz em fazê-lo pela segunda vez, mas a forma como fizemos é mérito do texto que é muito bem escrito.

Você estudou o personagem de novo para interpretá-lo pela segunda vez?

Acho que sim. Agora vamos contar uma história com o viés de outros autores, e conhecer o olhar deles sobre o personagem. Tivemos um trabalho enorme de pessoas dedicadas a mostrar como eram as roupas, os costumes, os protocolos, então existe um trabalho mais apurado que um peça de teatro, tivemos um historiador que veio, e também fizemos a prosódia e é um fato novo para mim trabalhar com outra língua, porque é outro jeito de falar. Em cenas mais emotivas é um desafio lidar com a emoção e com o sotaque.

Você estava muito à vontade. Você deu essa cara de humor ao personagem

O humor existe no conflito permanente de Carlota e Dom João. É uma dupla naturalmente engraçada pelo jeito deles, ele muito tranquilo e ela sempre exaltada. O personagem dá oportunidade a muitas camadas diferentes: Ele é um estadista ardiloso, mas ao mesmo tempo não levanta a voz para mostrar que tem poder. Fizemos cenas de pai e filho muito ternas, ou mesmo com Leopoldina por quem ele tinha muito carinho, e eu gosto desse personagem multifacetado onde vemos ele na vida pessoal e não somente como vulto histórico.

Como foi pra você tocar no Réveillon?

Foi muito importante tocar para 1 milhão de pessoas. Me senti um cidadão carioca cumprindo minha missão e ajudando a fazer o Rio o que ele sabe de melhor, que é festa.

André RomanoEntrevista realizada pelo jornalista André Romano

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