Klebber Toledo fala dos desafios de viver Patrick, baiano apaixonado de Verão 90: “Tem referência de Fagundes em Rainha da Sucata”

Publicado em 28/01/2019

O ator Klebber Toledo está de volta às telinhas da Globo. Ele viverá o Patrick em Verão 90, próxima novela das 19 horas, substituta de O Tempo Não Para. Na trama, seu personagem sai da Bahia em busca de uma vida melhor no Rio de Janeiro e, logo de cara, se depara com a juventude que ditava moda nas areias cariocas. Em entrevista ao Observatório da Televisão ele fala das dificuldades na carreira de ator e os desafios do seu personagem. Confira:

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Seu personagem vai passar algumas dificuldades na história. Você já passou perrengues?

“Já passei bastante necessidade. Não tenho o menor problema [em falar sobre], me orgulho muito. Já trabalhei com inúmeras coisas ao mesmo tempo; garçom, apresentador de festa de criança, vendedor. A gente tem que trabalhar. Se eu quiser alguma coisa, tenho que trabalhar, não vai ter jeito”.

Como é trabalhar com a sua mulher (Camila Queiroz) ? 

“Todo mundo leva trabalho pra casa. No nosso caso é importante, existe uma troca. Eu tenho um tempo a mais de experiência, então, no que ela sente dificuldade eu posso dar uma ajuda. É um conjunto, e nós, além de marido e mulher, somos muito amigos. Não tem pessoa que eu queira melhor que ela. Se eu falar qualquer coisa, ela sabe que é para o bem. Eu só quero a ver crescer”.

Klebber Toledo afirma que este papel é tão difícil quanto o Bruno de Ilha de Ferro, “A cobrança é maior”

Vai ter um envolvimento com Gisela (Débora Nascimento) em algum momento, né?

“Vai sim. Eles se separam, ai Gisela se separa. Eu não posso contar tanto, mas ele vai achar um meio para tentar impressionar a Lidiane. Ele vai acabar virando um dançarino maluco. Vai ser uma loucura”.

Depois de Ilha de Ferro, era um papel que você estava querendo? Uma novela mais tranquila, com comédia?

“Não é nada tranquilo, é muito mais complicado. A cobrança é maior porque é mais difícil de fazer. Às vezes quando você está fazendo um papel denso, você pode chegar cansado, até funciona, você está com a energia um pouco mais baixa. Agora, aqui não tem tempo.  Aqui ainda mais com Cláudia Raia, se você deixar sua energia baixar, acabou, ela fez a cena inteira, acabou, brincou e você já está em casa. Eu não fico muito nessa de: ‘Ah, o próximo papel que eu quero é este'”.

“Onde eu crio essas metas são na minha área de produção, na minha produtora, nos projetos que eu quero desenvolver, no que eu quero dirigir, no que eu quero fazer no teatro como ator. Na Globo não, na Globo vai muito do convite. Às vezes eu estou trocando com algum diretor, por exemplo, Ilha de Ferro. Me chamaram para fazer o teste, quando eu vi, eu falei: ‘Eu quero'”.

Como eu vou fazer um baiano, tímido, que depois enlouquece e depois tem que como par a Cláudia Raia? Eu falei, “Tô ferrado!”, revela o ator sobre os desafios de Verão 90

“Todo mundo falava que não tinha nada a ver. Como eu iria fazer o irmão do Cauã? Eu falei: ‘Olha o meu irmão. Ele parece o Wagner Moura. Ele só tem o meu nariz, fora isso ele não tem nada parecido comigo. Eu sou o único de olho claro e mais branquinho da família’. Eu fui lá, fiz o teste, depois fiz com o Cauã e passou. Mas neste caso eu falei: ‘Socorro’. Fiquei super preocupado.  Como eu vou fazer um baiano, tímido, que depois enlouquece e ainda tem como par a Cláudia Raia? Eu falei, ‘Tô ferrado. Vou ter que comer muito arroz e feijão todos os dias’, e eu estou comendo arroz e feijão todos os dias. Estou estudando todos os dias, eu vou na dela”.

Como foi o trabalho de composição?

“Peguei muita coisa de referência. Rainha da Sucata. Eu peguei o personagem do Fagundes com ela. Que ele era gago, eu fui construindo com tudo o que eu vi da minha vida também. Eu já tenho noção e concepção de alguns personagens e como seriam eles. Eu li a novela, e eu falei: ‘Opa, está faltando um tipo assim’. Eu quero esse nível, eu acho que novela são engrenagens.

Cada personagem está em um lugar. Onde eu vou buscar o lugar do meu? No mínimo ele tinha que ter um sexy appel ou um freio de mão que não poderia estar sempre puxado. Fui trabalhando o lado tímido que tem um pouco de mim, o lado correto do personagem também é muito parecido comigo, ele é muito solar, ele surfa, e eu também.

“O mais difícil pra mim foi a prosódia”

“Ele é baiano e eu não quis fazer um baiano que a gente está acostumado a ver. Deixei ele meio neutro ou misturado com carioca. A gente tem a sorte de trabalhar com o Jorge, ele é um diretor que não dá tempo pro ator estar inseguro. Qualquer coisa que ele sinta que o ator sinta que não sabe fazer, ele constrói com base, com firmeza, junto com o que ele já tem em mente”.

É a segunda novela que você faz novela com a Camila. Ela disse que finalmente vocês vão ter Lua de Mel… 

“A gente vai ter férias juntos, mas é louco que a gente vai se ver menos. Como a gente não está no mesmo núcleo, quando eu gravo, ela não grava e vice versa”.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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