Kayky Brito revela que seu personagem irá virar gogoboy em Verão 90: “Eu sou todo durão e daqui a pouco eu estou rebolando”

Publicado em 14/03/2019

Kayky Brito passa por um dos maiores desafios de sua carreira, ao interpretar o personagem Candé na novela Verão 90. O personagem é um playboy preconceituoso, que não mede palavras antes de soltá-las. Mas, Candé terá que aceitar sua irmã Larissa (Marina Moschen), que terá um relacionamento com Diego (Sérgio Malheiros), um rapaz negro e de família humilde.

Em conversa com o Observatório da Televisão, Kayky relembrou alguns dos principais momentos de sua carreira na TV, entre eles a personagem Bernadete, de Chocolate com Pimenta e ainda revelou novidades sobre Candé em Verão 90.

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Como vai ser essa nova fase do Candé?

Ele vai continuar sendo preconceituoso, sem paciência nas respostas, apontando o dedo para todo mundo sem saber se é certo ou errado. Mas essa nova fase do Candé está começando a caminhar para um lado de ele começar a entender as coisas, ele vai começar a ter exemplo e histórias que ele vai se dar mal. E vai ver que sendo desse jeito não vai adiantar. Ele vai começar a ter desafios para entender que na maioria das vezes ele não está certo.

Repercussão

E como está a repercussão?

Até a minha mãe fala sobre as coisas que o Candé fala, porque aquilo tudo toca a pessoa. Eu vejo que o personagem é um presente que eu recebi, mas ao mesmo tempo um desafio. Ainda mais hoje em dia que a gente tem que ponderar cada vez mais as coisas, porque os direitos sempre foram iguais, mas nunca foram tão expressados de uma forma. Hoje em dia o que você falar de errado você pode se dar mal, eu tenho um pouco de medo de falar alguma coisa que eu possa me arruinar. Mas isso é a insegurança do ator. Eu estou aí para tacar fogo na lenha. A princípio, a galera está um pouco impressionada.

O relacionamento da irmã dele com o Diego vai ser uma briga muito grande?

Vai ser uma briga violenta. Ele não aceita, mas não proíbe. Porém, ela entra com quem ela quiser na casa, mas vai ficar na orelha dela. Apesar de ser mais velho que a Larissa, ele é completamente retrógrado, ela que manda nele. Pode falar que eu vou ser gogoboy? Vai ter o doce de leite, cada um vai provar e vai para a sua loucura, a minha loucura vai ser dançar. Eu sou todo durão e daqui a pouco eu estou rebolando e falando: ‘Não sei, deu uma vontade louca de dançar’. E aí ele começa dançar, talvez por esse doce de leite ter esse efeito, quando não tiver esse efeito ele vai continuar dançando e isso vai remeter a outros caminhos para o Candé.

Dança

Ele dança o que?

Música dos anos 90. Mas não tem muita coregrafia certa, é mais o lado sensual. O Candé está sendo convencido por um certo fato, o Herculano (Humberto Martins) convida ele por um certo motivo, então ele está indo por um certo motivo. Mas tem esse preconceito todo de o Diego com a irmã e começa a dançar, então a gente imagina o que ele vai falar para essa galera da PopTV.

Você inspirou se inspirou em alguém para o Candé?

Sinceramente de atitude não, porque eu não conheci pessoas tão maquiavélicas. Mas eu já vi alguns playboys assim, que gostam de curtir a vida.

Teve algum personagem de novela que você se inspirou?

Na verdade o figurino quando a gente estava provando era o Eike Batista. Agora de atitude não tem uma coisa só, eu vou pegando um pouquinho de cada coisinha que eu vejo e crio, não copiei nada de um personagem. Eu vi um filme com o Christian Bale chamado American Psycho, ali foi de onde eu mais tirei coisa. Ele é mal, ele mata e trata as pessoas do jeito que quer, então foi o que talvez mais chegou perto.

Experiência

Como é para você interpretar um cara tão diferente de você?

Eu acho que a gratificação da nossa profissão é essa, interpretar vários personagens. Você ser o operário ou ser o empresário e conseguir dar vida a esses personagens, conseguir transmitir essa verdade é o desafio de cada um. Eu sou muito grato com essa profissão, tudo que eu já fiz, eu já quis ser algum dia na vida. Menos a Bernadete (risos), que foi um presente, mas eu nunca pensei ser. Mas eu sempre penso em fazer vários personagens. Viver da arte é bem gostoso.

O que foi importante nesse tempo que você ficou longe da Globo e também viajou para estudar?

Eu acho que viajar é uma forma diferente de educação, mas eu nunca fiquei muito tempo morando em Nova York, Los Angeles. Quando eu vou é para estudar mesmo e quebrar a cara. Só que dessa vez que eu fiz O Rico e Lázaro na Record e aí fiz teatro de novo, aí depois pensei em ir estudar de novo e fazer uma escola que eu sempre quis fazer, tive a oportunidade de estudar lá por seis semanas. Como ator enquanto eu puder me reciclar… é isso que eu procuro fazer.

Início de Carreira

Você começou muito pequeno, teve algum momento que você pensou em desistir?

Sinceramente eu nunca pensei em desistir. Eu já estive cansado, como todo mundo na vida. Mas eu estou começando a cair na real mais agora na fase adulta. Eu sempre fui fazendo, mas nunca passou na minha cabeça o que eu faria depois, sempre foi acontecendo. Então eu nunca pensei em desistir, mas sempre tive a noção do quanto é difícil. Mas agora na fase adulta eu já tenho mais o pé no chão e as coisas começam ficar mais na minha mão, claro que eu tenho empresário, mas eu começo tomar algumas decisões.

Você se arrepende de alguma coisa de trabalho?

Graças a Deus, não. Mas eu já fiz curta de amigo meu que eu falava: ‘Nossa, eu fiz”. Tem no Youtube, mas não vou nem falar.

O público ainda lembra muito da Bernadete e muita gente acompanhou você crescendo. Como é isso para você?

Pois é. A Bernadete já faz 15 anos e fico sem palavras, mas não tenho nem como agradecer o público. Às vezes na rua a pessoa fala que lembra que eu fiz a Bernadete, já escutei várias vezes também gente falando que essa foi a última novela que assistiu. Mas eu só tenho que agradecer e de maneira geral foi um divisor de águas. A galera zoava, dava risada, mas todo mundo respeitava. Eu nunca sofri bullying.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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