Giovana Cordeiro comenta nova fase de Moana em Verão 90: “Ela volta mais confiante”

Publicado em 17/04/2019

Moana é uma jovem estudante de jornalismo, gente boa e completamente apaixonada por João (Rafael Vitti) na novela Verão 90, da Globo. Consciente de que ele ama a atrapalhada Manuzita (Isabelle Drummond), a personagem de Giovana Cordeiro está sempre ao lado do rapaz, principalmente por valorizar o laço de amizade que existe entre eles.

Em conversa com o Observatório da Televisão, atriz comentou sobre como analisa essa relação de Moana e João. Ela também revelou que não correria atrás de uma paixão não correspondida.

Prestes a iniciar uma nova fase na trama, Giovana contou como a personagem ficará mais confiante após ter uma experiência de trabalho internacional como jornalista. Ao longo da entrevista, a moça também falou sobre fama e transição capilar, onde inspira diversas meninas cacheadas.

Confira a entrevista a seguir:

Desde Rock Story, você está emendando um trabalho no outro. Como está sendo essas conquistas para você?

Está sendo uma delícia porque a gente vai emendando desde Rock Story um trabalho no outro. Então isso é muito gostoso. É muito legal também ter passado em tão pouco tempo por tantas produções, ter conhecido tanta gente bacana e formas de trabalhar diferente. Aqui em Verão 90, volto para o horário das sete, que foi onde eu comecei. E é gostoso porque é um tom diferente da novela. É uma novela leve, que está tendo tanto sucesso, e eu estou amando. Estou amando estar aqui, trabalhar com toda essa equipe. Essa leveza que passa assistindo é a leveza que a gente tem aqui para trabalhar. Então isso é muito gostoso”.

E a repercussão da novela entre o público?

Todo mundo que me encontra na rua fala da nostalgia. Eu nasci em 96, então nem lembro muito dos anos 90. Tem umas referências também que foram para os anos 2000, de algumas coisas eu lembro bastante. Isso é muito legal também”.  

Você disse que não viveu os anos 90. Quais referências e objetos daquela época mais te surpreenderam?

Esses dias numa cena eu falava ‘Teletrim’. Eu nem sei o que era isso (risos). Acho que era tipo um ‘Bip’. Como a Moana é jornalista, eu pesquisei muito sobre isso, e a forma como o jornalismo é feito hoje em dia é diferente também. Na década de 90 era uma programação muito sexual e sensual, não só no jornalismo como no entretenimento também. E eu acho que agora, com todas as questões que temos discutido, estamos mais conscientes de algumas coisas que na época, não por maldade, passavam abatido, era estrutural. Agora estamos mais atentos. Isso é uma coisa que me chamou muita atenção também”.

A vida amorosa da Moana

Como você analisa o amor da Moana pelo o João?

 “Ela é muito apaixonada, isso ninguém discorda. Acho que para ela vale estar perto dele. Óbvio que ela quer ser a namorada dele. Ele terminou com ela na novela, mas para ela vale estar perto dele e ser amiga. Ela gosta da família dele. Ela faz um esforço para estar junto, estar do lado e ajudar quando ele precisa. Agora basta a gente esperar para ver se depois desse término vai continuar a amizade, ou se vai abalar alguma coisa”.

Você percebe que há uma torcida pelo casal entre o público?

Eu vejo que muita gente tendo torcida. É uma galera que já torcia de Rock Story e que mantem shippando, isso é muito bom. Mas também tem uma galera que fala para ela seguir em frente. Fala: ‘Moana, você merece mais. Procura outro bofe’. Eu acho muito engraçado, fico acompanhando pelas redes sociais, as pessoas vão ao vivo ali comentando”.

Assim como a Moana, você já teve um amor não correspondido?

Quem nunca? Eu me apaixonei pela pessoa errada algumas vezes (risos). Já aconteceu sim. Era exatamente assim, uma amizade colorida, de repente você vê e fala: ‘maior furada amizade colorida’. A gente acaba se apaixonando e quando vê, já era”.

Desde o início da novela, a Moana está lutando pelo amor do João, mesmo sem ser completamente correspondida. A Giovana Cordeiro também teria essa atitude?

Eu nunca passei por isso, nunca insisti em alguém que tivesse outra pessoa.  Mas eu entendo e defendendo ela nesse lugar, onde é amigo independente de tudo. Ela espera brecha. Todo mundo sabe que ela gosta dele, mas a amizade é em primeiro lugar. Ela que foi atrás dela para dizer que estava preparado (para namorar). Ela não aguentou mais ficar vendo ele correndo atrás da Manu. Eu não faria isso

Parceria com Rafa Vitti e Isabelle Drummond

Como está sendo contracenar novamente com o Rafa Vitti? Ele amadureceu muito como ator, né?

Eu fiquei muito feliz e surpresa. Quando eu soube que ia fazer par com o Rafa, mandei mensagem para ele na hora. Ele não sabia ainda e falou: ‘mentira! Não acredito! ’. Está sendo muito legal. É bom porque a gente já tem uma intimidade, a gente já sabe como um joga com o outro. O Rafa está muito mais maduro. O Rafa vai ser pai. É uma nova fase e isso é muito legal de ver. A gente conversa muito soube isso e já falei com ele: ‘caramba, como você amadureceu’. É muito legal, fico muito feliz. Eu sou muito grata pelo Rafa, sempre falo isso para ele. Sou muito grata porque em Rock Story, eu cheguei para fazer participação, muito nervosa. Eu consigo lembrar exatamente qual foi a galera que me abraçou, e ele me abraçou. Na verdade, lá todo mundo me abraçou muito bem, mas ele principalmente. Fico muito feliz com esse reconhecimento que ele está tendo agora, muito feliz por ele ser pai. Fico toda boba. Quando ele me contou eu quase chorei”.

Na trama, a Moana e a Manuzita vivem se alfinetando. Como é dividir cena com a Isabelle Drummond.

É legal porque tem essa disputa. Elas são muito diferentes. Inclusive, acho que para a composição da Moana a gente teve que equilibrar também com a Isabelle, porque tinha que ser muito diferente. Eu acredito muito que existe um respeito da Moana. Existe um respeito da relação entre eles (João e Manuzita), ela (Moana) pode concordar ou não. Eu admiro muito a Isabelle, acho muito incrível o trabalho dela. É gostoso de ver. E, às vezes, no outro a gente vai acrescentando coisas para o nosso trabalho”.

O futuro de Moana em Verão 90

Quais serão os próximos passos de Moana na trama?

A Moana é muito focada no trabalho. A gente sempre vê ela trabalhando, até para ajudar o João ela usa do trabalho. Ela batida de frente com o personagem do Marcelo Fraga, o Murilo, por conta dele (João). Vai ter uma segunda fase de Moana aí, e a gente pode esperar que ela amadureça nesse sentido profissional”.

Você pode falar um pouco sobre essa nova fase da personagem?

A Moana vai ter uma viagem a trabalho, que para ela vai ser uma coisa muito boa. Ela vai trabalhar fora do Brasil, ficar ‘international’, mas ela volta. Ela volta mais confiante, mais segura e mais profissional. Ela já se formou em Jornalismo, ela vai trabalhar na assessoria de um filme lá fora. Então ela volta mais badalada”.

Qual destino você daria para a Moana no final na novela?

Eu torço muito para o casal João e Manuzita. Eu acho que dá muito certo também. Acho que a Moana também torce para a felicidade do João. Então se não for com ela, que seja com outra pessoa. Eu torço mais para ela no âmbito profissional. Quero que ela cresça, acho que é o maior desejo de todo mundo. O amor também, mas não queria que ela ficasse correndo atrás não (risos). Mas pode vir alguma pessoa. Quais são os personagens solteiros dessa trama? Catraca (Orlando Caldeira), Candé (Kayky Brito)… aí, já podemos shippar novos casais, talvez para a Moana. Ou então, ter uma virada, a gente não sabe, e ela ficar com o João. Tudo é possível”.

Até o momento, a Moana não possui nenhum tipo de relação familiar própria. No futuro, pode surgir familiares dela na trama?

A Moana veio estudar de Minas. Ela não é do Rio (de Janeiro), ela veio estudar Jornalismo. Por isso que eu reforço esse carinho que ela tem com a família do João. É a única família, a única referência dela é a família Guerreiro”.

A Moana é muito ética e justa, tanto que ela faz de tudo para provar a inocência do João. Como foi a construção dessas características da personagem?

O João é realmente inocente, aí ela acredita duas vezes: uma pelo trabalho e outra por saber que ele está certo. E por uma terceira por ele ser um amigo que ela ama e tudo. Então eu acho que para ela vai ser fácil defender desse lugar, ela defende muito ele o tempo inteiro. Ela vai usar das armas e do conhecimento que tiver. Ela já arrumou endereço, criou pauta. Ela tem uma ingenuidade, um amor verdadeiro. Desde o início foi isso. Agora ele terminou com ela de novo, já tinha terminado uma outra vez, e ela continua defendendo porque vai além de uma relação de homem e mulher”.

No crescimento profissional da Moana, ela vai substituir a Nayara (Paula Frascari) diante das câmeras. Como está sendo a preparação para esse novo desafio?

É diferente, acho que ela desabrocha um pouco. Precisar ter uma confiança para estar em frente às câmeras. E eu acho que esse programa tinha uma coisa de não tirar, porque era bem sensacionalista e bem da fofoca, e a Moana não vai para esse lado. Então é continuar com a energia que a Naiara tinha, sem ser tão sensacionalista. Ela engrandece as notícias positivas. Eu acho que fiquei mais nesse tom que a Naiara tinha, mas sem perder a leveza da Moana”.

Você se inspirou em algum jornalista para essa nova fase da Moana?

Eu fiquei vendo muitas pessoas. A Moana é jovem também, então não tem como fazer um jornalismo tão adulto para ela. A gente trabalhou muito com as referências da MTV para a PopTV. E ainda tem um pouco disso porque a caracterização sugere, os temas sugerem. Eu até conversei até com a preparadora que é um pouco das apresentadoras do Big Brother e Vídeo Show, que é uma coisa leve e bem jovem”.

Cuidados com o cabelo e transição capilar

Como é cuidar do seu cabelo no dia a dia e na hora de ser a Moana?

Eu chego aqui (na Globo) com ele molhado e a gente só dá uma secada para ele armar. Ele é assim. Confesso que na vida, a franja tem me dado um calorzão, então eu dou um prendidinha, faço uns truques. O meu cabelo é esse. Agora ele está 100% natural porque eu alisava, vim da transição. Até em O Outro Lado do Paraíso teve um momento em que ele ainda estava na transição. Eu finalizo da mesma forma, lavo normalmente”.

A cor também está natural?

O meu cabelo é muito escuro, então eu só descolori. Aí ele vai abrindo (a tonalidade) com o sol”.

Você tem um cuidado especial para o processo de hidratação?

Eu uso óleo de coco para dormir às vezes. Passo no corpo inteiro, durmo untada, besuntada (risos). Meu cabelo é muito seco, então tudo que é muito cremoso e oleoso ele suga na hora. Eu já não uso mais condicionador, por exemplo. Eu uso máscara de hidratação no banho, porque resseca (o condicionador) ”.

Na trama, a Mercedes (Totia Meireles) vai mandar a Dandara (Dandara Mariana) alisar o cabelo no salão. Com diversos trabalhos como modelo, você já passou por isso na vida real?

Não por conta de trabalho. Acho que, inclusive, depois que comecei a transição foi que eu comecei a trabalhar mais. Comecei a passar em testes depois que comecei a usar o cabelo enrolado. Eu encontrei o meu perfil, encontrei uma beleza que ornasse mais com a minha fisionomia e tudo mais. Então, para mim, isso foi melhor. Já ouvi mandar prender porque está muito cheio, umas coisas assim que são em inconvenientes. Mas, mandar alisar não. Aliás, passei sim. Eu tinha um trabalho quando estava na transição e a menina falou: ‘você pode voltar com o cabelo liso?’ E eu perguntei qual era o problema e ela falou que achava que ficava mais sofisticado. E eu voltei. Tinha 17, 18 anos e voltei porque precisava de dinheiro. Nesse trabalho eu achei muitas coisas, bem ferida. As pessoas me perguntam se eu alisaria para um personagem. Eu respondo que dependendo do contexto, eu iria querer entender o porquê de estar alisando. Mas essa mulher achava que eu ficava com cara de mais rica com o cabelo liso, e já ouvi isso algumas vezes”.

O que te motivou a fazer a transição capilar?

Parou de fazer sentido para mim alisar. Eu nunca achei o meu cabelo feio. Eu achava que dava muito trabalho. Achava o liso mais bonito, não necessariamente que o meu fosse feio. Acho que comecei a alisar com 13 anos, era bem nova. Parei com 17, com 17 fiz a minha última progressiva”.

Você foi influenciada a iniciar o processo de alisamento?

Minhas irmãs começaram a alisar, minha mãe começou a alisar. Quando eu fazia chapinha para ir para o colégio, todo mundo falava que eu estava linda, que eu ficava muito mais bonita. E você começa a acreditar naquilo. Todo estava mundo alisando e eu não tinha a consciência que eu tenho hoje de usar leave-in. Então era muito mais fácil alisar, acordar para ir para o colégio de cabelo liso. Isso na minha cabeça, porque não era. Eu acordava 20 minutos antes para fazer chapinha. Ia no salão fazer progressiva”.

O seu cabelo sofreu muito danos nesse processo de alisamento?

Não sei como, o meu cabelo resistiu. Eu fazia de três em três meses, uma (progressiva) que tinha muito formol. Eu ficava três horas de olho fechado e um paninho (no nariz) para conseguir respirar”.

Você inspirou sua mãe e irmãs a passarem pela transição capilar?

Minha mãe parou de alisar. Eu tenho uma sobrinha de seis anos com o cabelo mega enrolado. Então isso foi inspirando porque começamos a ver que ela precisava se espelhar em alguém. E realmente acontece, ela se sente representada dentro de casa. Dentro de casa e na TV, porque ela vê nos dois e acha um máximo. Uma irmã está nessa fase de transição. Ficou um ano, voltou (a alisar) e agora está de novo. E a Nati, que é a mais velha, não tem cabelo cacheado”.

Você tinha truques para pentear o cabelo quando estava na transição? Precisou cortar o cabelo?

Eu não cortei. Eu era meio bicho do mato na época, não ligava muito (riso). Eu só fazia faculdade de teatro e, geralmente, a gente só prende o cabelo para fazer exercício. Então eu estava sempre de cabelo preso. Quando saia, eu fazia uma escova e chapinha. Depois que começou a enrolar, passei para o babyliss. Fui fazendo assim a transição, mas não cortei. Não tive essa coragem”.  

Você recebe mensagens nas redes sociais de meninas que se inspiram em você para fazer a transição?

Muitas. Inclusive eu fico muito chocada com isso, porque foi uma coisa que foi acontecendo naturalmente. Na primeira vez que eu apareci em Rock Story, as pessoas começaram a perguntar. E eu ainda tive uma resistência para falar sobre isso, eu dizia: ‘vou ficar falando de cabelo no meu Instagram’. De repente, mudou muito a visão sobre isso e a minha relação com essas pessoas que falam. Eu fui para um evento da Globo Movimentação em Ipanema e tinha uma menina, que devia ter uns 16 anos, que me encontrou e começou a chorar. Porque mexe com a autoestima das mulheres, mexe verdadeiramente. Várias vezes eu também já me peguei chorando por conta de coisas físicas e da aparência. Em uma manifestação no Dia das Mulheres, uma menina também me parou e se emocionou. Eu comecei a entender que não é uma coisa fútil e superficial. A gente está falando sobre uma coisa muito importante, que é representatividade, identidade, autoestima”.

Fama x Vida Pessoal

Como você lida com a exposição da famosa? Como você cuida da sua vida pessoal?

Eu lido de uma forma natural. Acho que as coisas vão acontecendo de uma forma natural, não é muito calculado. Eu vou falando o que acho que deve ser tido, acho que é mais isso. Eu gosto de preservar, óbvio, um pouco a minha família, os meus relacionamentos. Mas eu acho que é porque isso é saudável para todo mundo. Com as redes sociais, acaba que a gente expõe tudo, e eu não vejo o porquê de expor tantas coisas”.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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