Felipe Roque define Caius, soldado que interpreta em Jesus: “Ele é de uma natureza muito violenta”

Publicado em 28/07/2018

Felipe Roque estreou na TV em A Regra do Jogo (2015), novela de João Emanuel Carneiro. No ano seguinte, foi escalada para viver um dos protagonistas de Malhação: Pro Dia Nascer Feliz e agora está em Jesus, nova novela da Record. Na trama, seu personagem Caius, é soldado romano, falso e aproveitador, e segundo a sinopse da trama um dos mais cruéis ao açoitar Jesus.

Em entrevista ao Observatório da Televisão durante o evento de lançamento da trama, o ator falou sobre o desafio de viver o personagem. E relatou como foram os 17 dias que a equipe do folhetim passou no Marrocos gravando no deserto. Confira:

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Personagem

Me conte um pouco do personagem..

“Caius é um soldado romano inescrupuloso. Ele acredita muitíssimo nas verdades dele. Ele vem de uma Roma, que é uma nação que está controlando todas as outras. Ele faz parte desse exército dominador. Ele acredita em vários deuses. Esses deuses são da mitologia Romana. São os mesmos deuses da mitologia grega. Mas com o nome dos países da nossa galáxia, da via láctea. Ele é um filho de Marte. Um cara que acredita na guerra. Na luta, como forma de dominação. Como forma de mostrar poder. Enfim! Ele tem um desprezo total e absoluto por qualquer um que não crê como ele. Os infiéis, no caso, os que estão acompanhando Jesus Cristo, são judeus.

Ele abomina quem acredita em outra crença que não seja dele. Ele é de uma natureza muito violenta e muito sarcástica. Pra ele a vida é realmente viver a serviço de Roma, conquistar o mundo, beber vinho. Acreditar e pregar os sacrifícios dos deuses deles; e realmente que não está incluído nesse universo, é como se fosse indigno. Um animal, como não fosse da mesma raça. Ele vê como diferente. O outro ser humano ele vê como se fosse um javali, que ele sai para caçar. Ele caça, mata e se diverte batendo nessas pessoas. Ele é um guerreiro nesse nível.”

Você sai de um personagem solar que era ‘Malhação’, para encarar esse vilão, né?

“Ele tem um grande víeis para um vilão. Esse é um grande desafio. Saí da zona de conforto totalmente. Estou indo para um lugar que eu me identifico muito pouco. Mas eu acho muito interessante. Estou achando uma grande oportunidade. Estou muito feliz, muito realizado.”

Felipe Roque fala sobre a energia das cenas em Jesus

É difícil fazer cenas com essa energia tão pesada?

“Eu nunca tinha feito cenas desse tipo. É a primeira vez que eu estou fazendo isso. Estou fazendo aula com dublê e tudo mais. Mas para pegar essa dinâmica em relação às cenas. Eu tenho que me preparar bastante para isso. Eu fico ouvindo umas músicas. Eu me concentro. Lá no Marrocos, a gravação da Via Crucis foi bem forte, eu ouvi algumas canções com batidas mais fortes. Em alguns momentos da trama, o Caius é tocado por Satanás, ele vai lá e fala no ouvido dele. De uma certa forma, foi isso que a gente buscou nas gravações.”

Foram 17 dias no Marrocos. Como foi essa experiência?

“A gente gravou bastante no começo. Nos gravamos a Via Crucis. A gente teve alguns dias de folga entre as gravações. Foi tudo lindo. Eu cheguei ir a Marraquexe. Os lugares são incríveis. Fiquei bem feliz com a experiência. Enfim!”

É a sua primeira novela na Record?

“Sim! Minha primeira novela na casa. Meu contrato é por obra, estou disponível para Jesus. Cara, eu vejo como uma grande oportunidade. Eu estou tendo a oportunidade de fazer uma coisa diferente de tudo que eu já fiz. De mostrar um outro lado meu e de descobrir e trabalhar esse lado que para mim está sendo maravilhosa. No teatro eu sempre fiquei muito preso a comédia, na televisão fiquei muito preso ao bonitão que é galanteador, aqui a gente vai para outro caminho. É isso!”

Preparação para o personagem

Como está sendo a preparação em relação a armaduras, espadas e tal?

“Estamos tendo preparação com as espadas, com montaria, com luta. As espadas são pesadas demais. Eu estou tentando fazer todas as minhas cenas. Por enquanto está tranquilo. Não precisei usar dublê ainda não. Eu quero conseguir treinar e estar apto para fazer todas as minhas cenas.”

O que você faz para diluir a energia do personagem após terminar cada cena?

“Se eu falar que não mexe comigo é mentira. A gente tem que desconstruir isso. Tem que se livrar. Mas de uma certa forma, você fica um pouco com essa carga. Em Marrocos foi muito pesado. Lá a gente gravou o momento chave. A crucificação e a Via Crúcis. Eu li algumas passagens da Bíblia. A gente recebeu tudo separado.”

Qual a sua relação com essa história em especial?

“Eu sou criado no catolicismo e a história de Cristo é muito próxima da minha família. Eu sou grande fã da imagem de Jesus Cristo. Estou aprendendo muito com essa novela. Está sendo um grande aprendizado.”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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