Fefito sobre parceria com Regina Volpato: “Tenho certeza de que todo mundo está amando essa nova fase do Mulheres”

Publicado em 18/04/2018

O jornalista Fernando Oliveira, mais conhecido como Fefito, famoso por participar do programa diário da Gazeta, o “Mulheres”, conversou com André Junior do Observatório da Televisão e falou sobre a ida de Cátia Fonseca para o “Melhor da Tarde” na Band, a participação de Mama Bruschetta no “Fofocalizando” no SBT e muito mais. Confira:

Gazeta faz mudanças no Mulheres após a entrada de Regina Volpato

– Fernando, você faz parte do elenco do “Mulheres” da Tv Gazeta há anos, desde a formação com Catia Fonseca (que hoje está na Band na apresentação do “Melhor da Tarde” e Mama Bruschetta (atualmente no Focalizando do SBT). Como você lidou com a saída das apresentadoras do programa? Você acredita que algum desses desligamentos aconteceu precocemente?

Eu lidei bem com a saída delas do programa, porque sei que as duas escolheram os rumos que seguiram. Mas assim, na verdade quando a Mamma saiu eu já tinha saído do “Mulheres” para implantar o Estação Plural, depois da saída dela eu voltei para suprir a sua ausência e, como a Tia era nova no programa, precisávamos emplacar uma nova dupla para falar da pauta de celebridades. Já a saída da Cátia, eu senti de imediato porque ela é minha amiga pessoal, era um enorme prazer de trabalhar com ela quase todos os dias. A gente já se conhecia pelo olhar. Mas, eu como amigo e colega de profissão, tenho que querer que as duas estejam felizes e realizadas. Mas de qualquer forma eu fiquei feliz por elas terem aceitado convites os quais elas julgaram melhores para a carreira delas e as fariam mais felizes, e eu como amigo querô vê-las felizes. Como espectador dos “Mulheres”, eu iria amar que na época elas continuassem lá na época em que saíram e como parceiro eu adorava trabalhar com elas, mas ao mesmo tempo toda mudança é muito bem vinda. E essa mudança tem sido muito prazerosa também. E tenho certeza de que todo mundo está amando essa nova fase do Mulheres. E eu estou amando fazer também. No fim das contas, todos estão felizes. Isso é o mais importante.

Efetivada, Regina Volpato deve imprimir sua marca no Mulheres

– A partida da âncora, Catia Fonseca, foi prejudicial para a audiência do “MULHERES” na Gazeta? Hoje em dia, como está sendo trabalhar com a incrível Regina Volpato?

Todo término dá início a um novo ciclo. E esse novo ciclo com a Regina Volpato está sendo incrível, eu já a conheço há 5 anos. Logico que no começo alguns espectadores podem ter considerado um choque a partida da Cátia, mas quem ficou na Gazeta está feliz, e quem saiu está feliz também. E todos nós continuamos amigos. A Regina e eu já éramos amigos antes do “Mulheres”, nós saíamos juntos, íamos a shows juntos e vários outros lugares. Nos já tínhamos até feito projetos juntos, então acho que isso foi coisa do destino. Regina é inteligente, uma mulher que entende de justiça social e tolerância, sabe a importância do empoderamento da mulher e é extremamente honesta. Todos nós aprendemos todos os dias com ela. E a Tia é uma maravilha de parceira de trabalho também. Nós rimos muito nos bastidores e o Guilherme Uzeda, que a interpreta é um cara além de muito talentoso, muito bom caráter, de energia boa. Não há conflito entre nós, todos da equipe recebemos a Regina de braços abertos e ela nos recebeu na vida dela de maneira muito generosa. Eu sou fã dela há tempos!

– A atração voltada ao público LGBT, o “Estação Plural”, o qual você faz com maestria na TV Brasil discute assuntos importantes para o nosso dia dia, qual dos trabalhos que você faz parte na TV, é mais prazeroso para você?

Eu já estou no Mulheres há 6 anos, já recebi 3 propostas para fazer trabalhos em outras emissoras, mas não aceitei pois dentro da Gazeta eu tenho liberdade de fazer o que gosto, o clima familiar é incrível e, para eu trocar isso, a proposta deve ser realmente plausível para mim. O “Estação Plural” veio numa boa hora e o convite foi muito tentador, e o tema central do programa faz parte da minha vida, o mundo lgbt. Eu já sofri muito preconceito na infância e adolescência. O “Mulheres” me deu a oportunidade de ser reconhecido na rua por famílias e também de representar uma parcela dos transgêneros, gays, lésbicas e bissexuais. Volta e meia alguém vem me contar que de alguma forma eu os ajudei, principalmente na aceitação dentro da família, no contato com as mães e avós. E o “Estação Plural” é um projeto de vida, algo que eu realmente sempre quis falar e poder propagar esta mensagem. Eu não consigo dizer qual é mais prazeroso, pois todos são extremamente incríveis para mim como pessoa e como profissional. Todos me ensinam muito, Regina, o Gui, a Candy Mel, Ellen… Todos com os quais eu tenho a oportunidade de trabalhar são pessoas maravilhosas. Sou muito sortudo nesse sentido e muito sortudo por conseguir conciliar os dois programas. Na terceira temporada do “Estação Plural” nós provavelmente vamos ter a participação especial de Marina Lima, Glória Groove, Marimoon, e teremos um episódio com a Sônia Abrão que é uma jornalista que eu admiro muito também. Sem falsa modéstia, mas nosso programa LGBT tenta fazer a diferença, nem que seja de passinho em passinhos. A gente tem aprendido muito e discutido temas muito importantes pra sociedade, e eu quero poder fazer isso cada vez mais! Ah, eu amo os dois! Não dá pra escolher entre o Mulheres e o Estaçao Plural, não!

– No final do ano de 2017 você sofreu vários ataques na internet com ameaças de morte, você tomou as medidas cabíveis? Esses ataques continuam? Como você lida com as críticas? Você acha que a sociedade ainda se incomoda ao ver um homossexual talentoso fazendo jornalismo na TV?

Sim, eu venho sofrendo muitas ameças na verdade, e da última vez percebi que não vale a pena eu alimentar isso publicamente, vale mais procurar os seus direitos juridicamente para não dar voz ao agressor. Em uma das últimas ameaças, colocaram a minha foto num site com uma recompensa de 10 mil reais para quem me matasse. Não foi fácil contar isso para os meus pais, foi dolorido. Na anterior, que tornei pública, ameaçaram descarregar um 38 na minha cara dizendo que sabiam dos meus horários. É curioso que o teor das ameaças é basicamente atacar quem sou. O fato de ser gay parece incomodar mais do que qualquer coisa que eu diga. É o fato de eu existir. Ainda tem quem ache que se escolhe ser LGBT, o que é uma falácia. Se fosse para escolher, eu escolheria o mais fácil né? Que é ser heterossexual, que não é perseguido por ser quem você é. Pessoas morrem todo dia, mas só os gays morrem simplesmente por serem gays. Ninguém quebra lâmpada na cara de ninguém dizendo “seu hétero!”. É preciso ocuparmos espaço, na política, no condomínio o qual você mora, no grupo social que você frequenta, temos que nos unir para mostrar que a diversidade existe. O primeiro processo de ameaça está correndo, o juiz pediu a quebra de sigilo de quem me ameaçou. A gente tem de falar sobre homofobia e não pode abaixar a cabeça para isso. O que eu quero é fazer o meu trabalho, ganhar meu dinheiro, pagar minhas contas e ser feliz como todo mundo, mas se for preciso denunciar o errado, eu denunciarei!

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