Fábio Porchat fala sobre experiência de apresentar talk show: ‘Temos que enxugar gelo’

Publicado em 26/10/2018

Saindo ou não da grade da Record, o fato é que o “Programa do Porchat” fez bastante sucesso na emissora.

Em cerca de dois anos, o humorista Fábio Porchat afirma que entrevistou mais de 800 pessoas.

E que tem a impressão de que não se passaram dois, mas sim 12 anos desde que o programa começou.

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Rumores de que Porchat deixará a emissora – e, consequentemente, levará a atração ao fim – circulam na internet.

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“Comuniquei à Record do meu desejo de parar. O compromisso não me apresentava outra alternativa.

Até segunda ordem, o programa vai continuar sendo exibido até o fim do ano”, revelou ele ao portal Uol.

A assessoria de imprensa do apresentador afirmou à nossa reportagem, nesta sexta (26), que não há nada certo ainda.

Em entrevista ao Observatório da Televisão, Fábio Porchat diz que o interesse em ter um talk show surgiu de sua curiosidade e de seu gosto por conversar com as pessoas.

“Sou muito curioso e gosto de conversar com as pessoas.

Eu tinha mania de entrar em cultos de igreja, ficar na praça observando as pessoas…

Sempre me interessei. E eu achava que conseguia apresentar um programa, pois minha cabeça funciona bem rápido.

Foi um exercício que quis me colocar e acho que tenho evoluído desde quando comecei.”

Desafios de Fábio Porchat

Ele também fala que é um desafio conquistar o público em uma área atualmente bastante disputada:

“Temos um massacre de entrevistas.

Tem Danilo Gentili (“The Noite”, SBT), Pedro Bial (“Conversa com Bial”, Globo), Tatá Werneck (“Lady Night”, Multishow), Fátima Bernardes (“Encontro com Fátima Bernardes”, Globo), Luciana Gimenez (“Luciana by Night”, RedeTV!), eu… fora o pessoal da internet.

Oito anos atrás só existia o Jô Soares (“Programa do Jô”, Globo). Muita coisa mudou”.

Porchat diz ainda que trabalhar como entrevistador exige que ele esteja pronto para desafios diários.

“Temos que enxugar gelo, porque é uma entrevista atrás da outra.

Mas também é bom porque a gente aprende muito rápido.

Errou uma vez, na outra você já tem a chance de consertar. Sempre faço uma autocrítica”, diz.

Ele conta que costuma fazer uma boa pesquisa antes de realizar as entrevistas e que já recebeu todo tipo de convidado em seu programa:

Aquelas que conhecia, outros que nunca tinha ouvido falar e alguns que conhecia mais ou menos.

“Quando entrevistei o Rubens Barrichello, ele tinha acabado de dar uma excelente entrevista para o Bial. Pensei: ‘Putz’.

E tentei buscar, junto com a minha produção, outras questões para a gente abordar.

Temos esse tipo de preocupação.

Então eu leio a pré entrevista no dia, realizada por uma pessoa da minha equipe, dou uma lida, capitalizo na cabeça e faço uns tópicos na minha ficha.

Antes eu realmente anotava todas as perguntas e seguia isso certinho, mas com o tempo fui me soltando e vi que o bacana é conversar.”

Prêmio do Humor

Fábio Porchat criou e banca do próprio bolso o Prêmio do Humor, única premiação de teatro em que somente espetáculos de comédia concorrem.

Já aconteceram duas edições no Rio de Janeiro (2017 e 2018). Em 2019, haverá a estreia da edição paulista do evento.

“Este prêmio uniu bem a classe. Rolou uma valorização do humor.

E acho que chama atenção para prêmios que não premiam a comédia.

Escancara um pouco esse lado. As maiores bilheterias são de comédia, os maiores sucessos, o que dá mais dinheiro”, diz.

Em 13 de março deste ano, quando aconteceu a segunda edição do prêmio no Rio, o humorista Agildo Ribeiro, que morreu em abril, foi homenageado.

“Que bom que conseguimos homenagear o Agildo a tempo. Isso era algo que eu queria: homenagear a pessoa em vida.

Ele ficou tão feliz na hora… Todas as gerações estavam lá, aplaudindo de pé. Ele é tão eclético… Vai de Rogéria a Topo Gigio.”

Até o momento, ainda não surgiu ninguém para patrocinar o Prêmio do Humor e Fábio Porchat diz que continuará bancando o projeto.

“Fugi de Lei Rouanet e dessas coisas todas, para evitar debates equivocados.”

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