“Eu faço uma grata participação nessa série”, brinca Paolla Oliveira sobre Assédio

Publicado em 01/10/2018

Paolla Oliveira interpreta a personagem Carolina, em Assédio, nova série do serviço de streaming Globoplay. Carolina que é casada com o juiz Evandro Loyola (Ricardo Ripa), mas se envolve com Roger Sadala (Antonio Calloni) e se casa com ele, após a morte de Glória (Mariana Lima), sua esposa.

‘Assédio’ é uma obra ficcional que conta a história de uma rede de mulheres que se forma para denunciar uma série de abusos sexuais cometidos por um médico bem-sucedido, Roger Sadala. A saga começa quando uma dessas mulheres rompe o silêncio e torna público o que até então era restrito ao consultório.

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Ela chega a ser assediada por ele ou ela não percebe esse assédio?

Ela assedia ele, para ficar com ele e se apaixona por ele. Ela larga o marido e fica com ele.

Ela assedia ele porque ele tem esse comportamento carinhoso com ela?

Pode ter sido pelo poder, pode ter sido por simplesmente querer. Porém, eu acredito que ela é realmente apaixonada por ele. O desenrolar da história é de uma mulher realmente apaixonada. Ela acredita nele, ela briga por ele. Se for voltar na história da realidade, ela continua até hoje falando que ele não fez nada. Eu acho que é importante esse pouquinho de realidade que tem, para a gente ver que ela é realmente apaixonada por ele.

Dificuldades da personagem

Ela tinha dificuldade para engravidar?

Ela tinha dificuldade de engravidar com o marido, fez a inseminação, não deu certo e depois teve dois filhos gêmeos do Roger. Inseminados por ele mesmo. A trama passa por lugares que a gente nunca vai imaginar, porque a gente vê uma história pronta, mas a história quando vai acontecendo, você não tem noção dos elementos que estão envolvidos. E a Carolina começa a sair com o Roger, enquanto a Glória ainda está com ele. Enquanto ela está morrendo de câncer.

Ela começa como amante dele, ou seja, ela não consegue se colocar no lugar da outra mulher, né?

Não, ela espera ele. Ele diz que a mulher vai morrer e ela espera. Ela espera a mulher morrer.

E quando começar a pipocar todos os casos de assédio dele, ela não acredita em nada?

Até hoje a mulher dele não acredita.

Entendendo as personagens

Você acha que a paixão justifica ou ela tem uma baixa estima. Você como mulher tentou entender essa mente?

Tentei de todas as maneiras. Eu acho que a paixão inicial é uma vertente e depois a hora que vem tudo à tona, para mim ainda caracteriza uma outra vertente, que é você acreditar haja o que houver. É aí que ela fica mais maluca do que ele. O Roger com ela é maravilhoso, é carinhoso. A gente tem poucas cenas, eu até brinquei e falei que eu faço uma grata participação nessa série. Eu sou muito feliz de estar com esse conjunto, incluindo a direção, e todos os atores. Eu fico feliz, mas a minha participação é pequena diante de tudo. Meu personagem é muito interessante, mas esse homem é tão enrolado, o personagem entra nessa festa que tem durante todos os episódios, mas entra mais ou menos no capítulo sete.

Tem toda a história da Glória e esse homem para mim é um sugador de energia. Porque ele fica com a Glória e ela é tão desgostosa da vida. Ela morre e vem a Carolina cheia de vida, cheia de energia, mas ela também vai ficando assim. Ela acaba a série não doente, mas arrasada, triste e ajudando ele a fugir para o Paraguai onde eles vão ficar escondidos. Ela começa a ter uma vida clandestina com ele, até ele ser preso e quando ele sai, ela está junto também.

Na série você não é uma vítima de abuso, mas na vida real você foi, não é?

Foi o que eu falei, o abuso acontece de várias maneiras, mas eu acho que as relações entre homem e mulher podem ser usurpadoras. O assédio é uma coisa, o estupro é outra. Mas relações usurpadoras existem e ele tem essa relação com a Glória, depois passa a ter com a Carolina com a permissão dela.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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