Emílio Dantas defende seu personagem em A Força do Querer: “Sei como é estar desempregado”

Publicado em 16/03/2017

Em sua primeira novela das nove na Globo, Emílio Dantas viverá Rubinho em A Força do Querer, um homem acaba se enveredando pelos caminhos do crime com a ajuda de sua esposa Bibi, interpretada por Juliana Paes. Emílio bateu um papo com o Observatório da Televisão para falar mais sobre o personagem e outros projetos. Confira:

Conte um pouco sobre seu personagem, o Rubinho.

Meu personagem é o Rubinho. Ele é casado com a Bibi, personagem da Juliana Paes. Ele tem uma família, um filho pequeno e mora com a sogra. Está desempregado, fez faculdade de química até a metade, e trancou para poder se dedicar à família. Só que ele vive na crise faz um tempo e não poupa para agradar a Bibi e o filho. Ele está nesse aperto e querendo buscar uma forma fácil pra se dar bem.

Na sinopse diz que ele é manipulador.

Manipulador não sei. Acho ele um cara otimista e até meio inocente no sentindo de cair no crime do tipo “Tem que levar uma droga daqui até ali, e acho que dá”. Não sei qual o caminho ele vai percorrer. O que preparei para o personagem é que ele é da Tijuca, e eu cresci ali, moro ainda no Grajaú. Desempregado na Tijuca é uma cosa que eu já sei como é (risos). Toda essa parte do crime, eu vou descobrir mais pra frente.

Você não é pai na vida real. Como é estar interpretando um pai de família?

Eu não sou pai, mas eu tenho 6 irmãos. A minha irmã mais nova tem 2 anos, e meu pai está ficando menos pai e cada vez mais avô. “Quer doce antes do jantar? Toma 5 quilos de bala” (risos). O João Gabriel que é o menino que faz o filho do meu personagem é super esperto, está sendo muito legal.

Como a novela surgiu pra você?

Quando acabou Além do Tempo eu pedi ao Papinha (Rogério Gomes) que quando tivesse outro trabalho junto com aquela equipe que ele me avisasse, e ele me ligou dizendo “Tenho um personagem bem bacana que acho que tem a ver contigo”, e foi ótimo porque já fiquei o ano passado inteiro parado. Aliás, parado não porque fiz longas que foram Os Saltimbancos, Berenice Procura e Motorrad mas ainda não sei as datas de estreia.

Como é seu personagem no Berenice Procura?

É um bandido (risos). É um filme muito legal, que trata muito da questão dos trans. Meu personagem mora no morro, foi adotado por uma travesti já idosa, que adotou também um menino de rua negro, e uma trans que é minha irmã, e o filme trata do assassinato dessa trans. E eu me junto com a Berenice que é uma taxista, personagem da Claudia Abreu, para procurar o assassino, e é uma trama que mostra uma diversidade muito grande.

Você já sabia um pouco sobre o assunto mas para a novela você estudou algo em relação aos transsexuais?

Na preparação do Berenice, nós ficamos dois meses convivendo com toda essa galera. O Allan Fiterman que fez Verdades Secretas foi quem dirigiu o longa então ele fez questão de trazer pessoas que realmente são trans, quem faz número de drag realmente faz número de drag na noite e o convívio foi muito bom. Mas na novela meu plot não entra muito em contato com o da personagem trans.

O que você sabe sobre o Rubinho? Ele não começa a novela entrando para o crime.

É uma questão desesperadora para o Rubinho. Ele não tem emprego, não tem nada rolando, o filho está ali precisando então é uma oportunidade que ele vê de fazer uma coisa errada para sobreviver, mas ainda não sei como vai ser essa entrada dele no crime.

Na sua preparação você fez algum laboratório na cadeia?

Não. Essa história é baseada numa história real, da Bibi Perigosa e do Saulo, então o que a gente teve foi o material que a Gloria Perez nos trouxe que foi muito rico, ela inclusive ajudou a Bibi a escrever um livro. Eu, Juliana (Paes), Gloria e um pessoal da direção fizemos uma videochamada no Skype com a Bibi e fomos reunindo informações.

Você gosta de trabalhar em novela?

Eu gosto porque novela é uma obra aberta. Dentro das mídias que temos é a única aberta que representa um jogo com o público, então daqui a duas semanas uma coisa que não funcionou pode ser alterada, por isso é melhor que as influências do personagem venham depois.

Qual a relação do Rubinho com a Bibi?

Uma relação muito afetiva. Ela termina com o Caio (Rodrigo Lombardi) por conta dessa não parceria, e o Rubinho vive pela Bibi. Ele ganha uma grana, ao invés de comprar um pão por exemplo, ele compra um brinco pra ela. Ele é até um pouco infantil de viver uma paixão de ficção mesmo, ele realmente a ama demais.

André RomanoEntrevista realizada pelo jornalista André Romano

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