Em tempos de desvalorização da arte, Fernanda Nobre opina sobre profissão: “Ser atriz hoje em dia é um ato político”

Publicado em 09/01/2018

Em Deus Salve o Rei, novela que estreia nesta terça-feira (09), Fernanda Nobre dá vida à Diana, a inocente melhor amiga da protagonista Amália (Marina Ruy Barbosa). A moça que conforme noticiado anteriormente possui “dedo podre” para escolher seus parceiros amorosos se encantará pelo sedutor Virgílio (Ricardo Pereira) sem saber que é apenas uma das vítimas do rapaz. Em conversa com o Observatório da Televisão, a atriz falou sobre a trama e sobre sua relação com a internet:

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Como está sendo para você participar de Deus Salve o Rei?

Estou muito feliz. 2018 é um ano que promete. Essa novela está linda demais. Todas as cenas que vi fico assim: ‘Meu Deus, nunca vi nada assim na TV brasileira’. É isso.

O fato de o primeiro capítulo ser exibido no cinema, também é um diferencial não é?

Pois é. É uma novela tão bem feita, tão próxima do cinema, tanto na nossa interpretação que é mais concisa, quanto na qualidade estética, que a torna muito especial.

O que pode contar sobre sua personagem?

Diana, é uma personagem misteriosa, sofrida, mas ao mesmo tempo muito guerreira e trabalhadora. As mulheres dessa novela são feministas e contemporâneas, apesar de estar tratando de uma era medieval, elas são mostradas de forma muito interessante. Diana é muito amiga da Amália (Marina Ruy Barbosa), mas será usada pelo Virgílio (Ricardo Pereira), como forma de criar uma inimizade entre elas. Ele vai seduzi-la, e ela se encanta por ele sem desconfiar de suas más intenções.

Como ficará a relação entre essas amigas?

Vai ficar balançada. Imagina, a Diana vai ficar com o ex-noivo da melhor amiga, mas por ser bobinha. Depois elas vão se acertar, e a história vai dar uma reviravolta.

Você acha que a novela está chamando tanta atenção pelo fato de ser um produto diferente?

Eu achava que era, mas ontem fiz um live com a Bruna Marquezine e ela deu a resposta para isso, algo que eu não tinha pensado. Nunca na TV, o público participou tanto do processo de criação como nessa novela. O diretor abriu muito os bastidores para o público, mostrando como as cenas são feitas, o que faz com que haja grande expectativa de vê-la no ar.

A internet ajuda vocês atores a criarem os personagens, ou pensar em algo para agradar o público?

Acho que não. Para agradar não, somente para aproximar o público, porque ele fica em comunicação direta com a gente. Mas, não podemos pensar em agradar o público, porque a novela tem 160 capítulos, e pode ser que em 40 capítulos, os telespectadores odeiem a atitude de determinado personagem, mas depois isso pode mudar.

Você chega a usar a internet para ver o que estão falando?

Uso para ver como está indo, ver como as pessoas estão pensando sobre determinado trabalho.

Você assistiu ao Globo de Ouro? O que achou?

Assisti pela internet alguns trechos. Nós mulheres, precisamos ficar orgulhosas do que estamos vivendo porque é um momento histórico, um momento único. Realmente, a forma como a indústria do entretenimento funciona tem que mudar, e que bom que estamos participando ativamente para fazer com que haja essa mudança. Fiquei emocionada ao ver o discurso da Oprah, e quando a Natalie Portman subiu no palco e disse que todos os indicados eram homens, achei interessante ressaltar que as mulheres precisam estar mais presentes em outras áreas. Foi lindo.

O que é ser atriz hoje em dia?

É um ato político. Hoje se você faz arte, não pode se distanciar da responsabilidade política. Precisa usar sua notoriedade, ou seu poder de comunicação para abrir os olhos e juntar pessoas a pensarem sobre isso, para que elas deem força a essa guerrilha.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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